CONFRARIA DO POTE E DA AMIZADE NASCEU COM 90 CONFRADES

O Prémio Nobel da Paz, Dom Ximenes Belo, foi o convidado de honra do 1º capítulo da Confraria do Pote e da Amizade”, que decorreu no passado dia 3 de fevereiro no Auditório Municipal de Montalegre. Nesta nova organização, onde o “pote” é o elemento agregador da tradição, foram entronizados cerca de 90 confrades, entre eles o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, e o conhecido Padre Fontes.

Segundo Carlos Borges, chanceler mor da Confraria, esta nasceu da iniciativa “de um grupo de amigo que reuniam com alguma periodicidade” e que decidiu “dar corpo à amizade com objetivos definidos, sobretudo na área da ação social”. Apesar de os elementos serem de várias partes da zona norte do país, o chanceler garante que “é com gosto que estamos em Montalegre” para lembrar um “elemento importante e profundamente ligado à cultura desta região”.

Dom Ximenes Belo também elogiou esta iniciativa que irá “divulgar a tradição do pote e toda a sua envolvência nesta região” e admitiu que foi “especial” celebrar o dia em que assinalou 70 anos de vida “no meio de tantos amigos”.
Por sua vez, David Teixeira salientou que este “é mais um grupo de pessoas que tem por obrigação valorizar o passado, a gastronomia confecionada de forma tradicional, no pote com a lenha” numa altura que se fala “da slow food” e da valorização dos produtos tradicionais.

“É uma feliz coincidência a criação desta confraria ligada ao concelho, com o aniversário de Dom Ximenes Belo e até o dia de São Brás. É à mesa que se celebram as amizades, que se fazem bons negócios, mas, sobretudo, que se alimentam as famílias e se partilham saberes. Valorizamos aquilo que hoje em dia já não é permitido nos restaurantes, cozinhar num pote de ferro, numa fogueira a lenha e temos gente de toda a zona norte do país a aderir à valorização desta identidade barrosã que mantém a genuinidade e naturalidade dos nossos produtos”, afirmou o vice-presidente.

Presente na cerimónia esteve também o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, que não deixou de dar os parabéns pela criação de uma “confraria cheia de animação e com muita dignidade”.

“Estas organizações servem para defesa do património gastronómico. O pote ainda é um elemento preponderante nas comunidades rurais para a confeção de alimentos. Com todo este simbolismo, a institucionalização ser em Montalegre e ter como confrade de honra o Prémio Nobel da Paz, é um momento feliz e uma grande jornada de promoção para Montalegre. Há o dever de fazer a promoção e a defesa da gastronomia relacionada com o pote. E os empresários da restauração também têm o dever de saber respeitar os valores tradicionais da gastronomia barrosã. É assim que se promove e desenvolve o turismo das regiões”, referiu.