Recentemente estreado este filme uma coprodução anglo-ucraniana, baseado em factos reias, narra a viagem do jornalista Gareth Jones à Rússia (ano de 1933) que anos antes tinha entrevistado Adolf Hitler.
No seu regresso narrou ao mundo inteiro, a história da fome soviética de 1932/33 e do Holodomor, o genocídio de milhões de ucranianos através da privação de comida. Literalmente o bloqueio de alimentos feito por Stalin à Ucrânia. Tendo apenas autorização para ir até Moscovo, consegue fugir à vigilância e visitar a Ucrânia. A realizadora polaca Agnieszka Holland adapta para o cinema a história verídica de G. Jones, falecido em 1935.
O actor James Norton interpreta o protagonista, que na vida real, em março de 1933, apanha o comboio de Moscovo para Kharkov, na Ucrânia. Sentindo perseguido e vigiado desembarca numa pequena estação e parte a pé numa viagem pelo país onde é confrontado, em primeira mão, com os horrores da fome provocada pelas desastrosas políticas exteriores de Estaline, uma coletivização estatal e forçada da agricultura resulta em miséria, fome e ruína. A viagem que parece ser uma descida aos abismos da humanidade, uma paisagem de morte o espera.
Por toda a parte há pessoas mortas e agentes dos serviços secretos soviéticos determinados a impedir que as notícias sobre a catástrofe cheguem ao público em geral. A coletivização forçada da agricultura resultou em miséria e ruína; o equivalente a um assassinato em massa. Mas nesta cruzada Jones não estava sozinho foi auxiliado por Ada Brooks, uma jornalista do New York Times. Deste modo Jones conseguiu espalhar as chocantes notícias no Ocidente. Na luta da divulgação destas informações e desafiou a um prestigiado rival, o escritor Walter Duranty, premio Pulitzer que apoiava de Estaline, distinção que nunca lhe foi retirada.
Holodomor ou “Holocausto Ucraniano” é o nome atribuído à fome de carácter de genocídio cometido por Josef Stalin no comando da URSS, que devastou principalmente o território integrado da então designada República Socialista Soviética de Ucrânia , durante os anos de 1932/1933. Estes acontecimentos, também conhecidos por Grande Fome da Ucrânia, representam um dos mais trágicos capítulos da história moderna de Ucrânia, devido ao enorme número de pessoas vítimas do bloqueio de alimentos imposto por Stalin.
“Apesar de esta fome ter igualmente afetado outras regiões da URSS avessas ao regime estalinista, o termo Holodomor é aplicado especificamente aos factos ocorridos nos territórios com população de etnias ucranianas. Como tal, é por vezes designado de “Genocídio Ucraniano” significando que essa tragédia seria resultante de uma ação deliberada de extermínio, desencadeada pelo regime soviético, visando especificamente o povo ucraniano, enquanto entidade socioétnica.”
No passado dia 27 de janeiro comemorarem-se 75 anos da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, o governo português através do seu ministro de negócios estrangeiros assinalou a data com estas palavras; “Neste dia evocamos todas as vítimas do Holocausto e da ideologia nazi. Relembramos não apenas as vidas dos milhões de judeus, mas as de todos aqueles que, pelas suas origens, crenças, orientação sexual, condições físicas e opções políticas foram perseguidos, e os milhões de prisioneiros de guerra mortos pela fome, pela doença, pelo trabalho forçado” Homenageando também a memória de todos aqueles que tiveram “a coragem de escolher fazer o que estava certo, independentemente das consequências.
Entre nós, figuram Aristides de Sousa Mendes e os também diplomatas Carlos Garrido Sampaio e Alberto Teixeira Branquinho e o Padre Joaquim Carreira”. A RTP, o nosso canal cultural emitiu dois excelentes documentários sobre os sobreviventes, num deles analisando como foi difícil a integração dos judeus numa Europa devastada e na qual ainda persistia o racismo e xenofobia.
O documental Depois de Auschwitz é o retrato de seis mulheres que sobreviveram ao Holocausto e que só viriam a recuperar a dignidade humana muito mais tarde., longe dos seus países de origem principalmente nos Estados Unidos