É português, chama-se Tiago Gil Oliveira, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho e acaba de ganhar uma bolsa de 70 mil dólares (aproximadamente 60 mil euros) da Brain & Behavior Research Foundation para um projeto que visa desenvolver novas metodologias da avaliação da estrutura e da função do hipocampo e perceber o seu papel no contexto da ansiedade e stress crónico, intitulado “Phospholipase D1 Ablation Disrupts Mouse Longitudinal Hippocampal Axis Organization and Functioning”.
“É importante perceber que o hipocampo é uma estrutura do lobo temporal, no cérebro, fundamental para a aprendizagem e para a memória. A ideia é que o stress crónico e a ansiedade podem produzir alterações significativas na memória e na forma como percecionamos o espaço. Desta forma, o que nos propomos a fazer neste projeto é tentar encontrar essas alterações no hipocampo por ressonância magnética, utilizando aparelhos de última geração, que permitem avaliar com detalhe alterações em modelos animais, a partir de diferentes metodologias, para que consigamos estudar as várias sub-regiões do hipocampo como mediadores das alterações associadas a estas patologias. Este passo importante será possível graças à parceria com o Instituto Neurospin, em Paris”, afirmou Tiago Gil Oliveira. O investigador fala ainda deste investimento como uma demonstração de interesse e acredita que juntamente com a equipa, contando também com a sua experiência em modelos animais que usou em projetos anteriores, bem como a sua profissão de neurorradiologista, os objetivos têm tudo para ser atingidos.
“No futuro, gostaríamos de aplicar estas metodologias de identificação de diferentes sub-regiões do hipocampo como biomarcadores associados ao diagnóstico de patologias de saúde mental, como a depressão, o stress e a ansiedade, e até como resposta potencial à terapêutica, o que nos pode ajudar a fazer um diagnóstico mais preciso na prática clínica. Estas são algumas das potenciais aplicações que podem abrir novas perspetivas no futuro com estudos humanos”, conclui Tiago Gil Oliveira.