GRUPO FOLCLÓRICO DA MADALENA RECRIOU DESFOLHADA DA URBICOOPE

Depois de dois anos em que não se pôde realizar, voltou a acontecer, no dia 1 de outubro, a desfolhada da Cooperativa de Serviços da Quinta da Bela Vista – Urbicoope. O Grupo Folclórico da Madalena protagonizou a recriação do momento da desfolhada, que contou, também, com a participação de dezenas de moradores das redondezas e com a presença da vereadora da Câmara de Gaia, Célia Correia.

 

 

 

No primeiro dia do mês de outubro, a Cooperativa de Serviços da Quinta da Bela Vista – Urbicoope organizou, na eira da instituição, uma desfolhada à moda antiga, que contou com a participação do Grupo Folclórico da Madalena para a recriação do momento. Célia Correia, vereadora da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Miguel Almeida, presidente da Junta de Freguesia da Madalena, Maria José Gamboa, presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, Mário Reis e Hugo Teixeira, membros do executivo da União de Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada, participaram no evento, que reuniu, à volta das espigas, dezenas de pessoas.

A música já se fazia ouvir na urbanização desde as 17h, mas calou-se para a entrada do Grupo Folclórico da Madalena em cena. A cantarolar, entraram na eira e sentaram-se em torno das espigas de milho e, rapidamente, enquanto Carlos Pereira ia explicando como funcionavam as coisas noutros tempos, começou-se a desfolhar. Em poucos minutos, as dezenas de pessoas que estavam em volta a assistir, juntaram-se aos elementos do rancho na desfolhada, principalmente os mais pequenos que estavam, completamente, fascinados com a atividade. O momento em que apareceu o milho rei, foi de festa na eira e, enquanto uns desfolhavam, outros acartavam as gigas de milho para o espigueiro. Finalizado o serviço, foi tempo de bailarico. O Grupo Folclórico da Madalena dançou algumas músicas e, depois, quem quis, também se juntou ao pequeno momento dançante.

Afonso Pereira, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Cooperativa de Serviços da Quinta da Bela Vista – Urbicoope e principal impulsionador da atividade, mostrou-se feliz pelo regresso da desfolhada, depois de dois anos de interregno causados pela pandemia da Covid-19, e assegurou que fizeram “quase tudo de memória”, ou não fossem os largos anos de experiência que têm nesta organização. Além do momento que se estava a viver, ali, na eira, Afonso Pereira destacou que “foi um dia em cheio. De manhã fomos cortar o milho, uma brincadeira para os órgãos sociais, depois almoçamos todos juntos e, agora, à noite, cá estamos”.

Apesar dos dois anos sem desfolhada, o impulsionador da iniciativa mencionou que “a participação foi muito boa”, referindo que, no que diz respeito a isso, “as redes sociais facilitam as coisas, é mais fácil comunicar com as pessoas”.

“Iremos, com certeza, continuar e vamos voltar em 2023 com mais gente”, assegurou Afonso Pereira, aludindo a importância deste evento, principalmente, para que os mais jovens percebam de onde surgem as coisas que veem, por exemplo, à venda no supermercado, bem como respeitem os antepassados e os que eles faziam. O sonho dele para a iniciativa passa, exatamente, por não deixar morrer esta tradição e, se possível, voltar aos tempos em que se fazia com a participação de mais do que um rancho.

Célia Correia, vereadora da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, também destacou a importância de iniciativas como esta, agradecendo à Urbicoope por organizar a desfolhada à moda antiga. “Há muitos jovens que não sabem o que é uma desfolhada, não sabem o que é uma eira e promover este tipo de iniciativas é uma mais-valia porque, os mais velhos, recordam os tempos em que eram jovens, e os mais novos, conhecem aquilo que nunca tinham visto”, disse. “Espero para o ano estar cá também”, terminou Célia Correia.

Por fim, em declarações exclusivas ao AUDIÊNCIA, Cristiana Pereira, presidente do Grupo Folclórico da Madalena, referiu que a intenção da sua instituição é “retratar a vida dos nossos antepassados, no caso, o trabalho, o desfolhar do milho”. Quanto à participação massiva dos jovens na atividade, Cristiana acredita que o facto do próprio grupo ser muito jovem ajudou a que isso acontecesse. “Felizmente temos a facilidade de conseguir jovens e isso é muito bom para nós, dá-nos motivação e queremos muito, num futuro próximo, trazer ainda mais jovens (…), mostrar que o folclore também é para eles”, referiu.

A presidente do grupo folclórico também destacou o facto desta apresentação ao público ter marcado “um recomeçar, e um recomeçar com algum medo porque, realmente, nós só tivemos uns seis ensaios”, pelo que, para muitos membros, era a primeira vez que tocavam, cantavam ou dançavam em frente a uma plateia. Apesar disso, Cristiana Pereira fez um balanço positivo. “Claro que deu para perceber que temos mais trabalho pela frente, mas é isto que me dá mais motivação, porque entendo que se com meia dúzia de ensaios consigo fazer isto, tenho a certeza que, com mais trabalho, vai ficar um grupo impressionante, incrível e com muito sucesso pela frente”, concluiu.