O Pavilhão Municipal de Gaia foi o palco da Gala das IPSS, que aconteceu no dia 27 de outubro e contou com a presença de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que agradeceu o esforço de todos nos tempos controversos que vivemos e apelou à reinvenção do setor, para uma contínua melhoria. Além disso, o evento acolheu a assinatura de um documento de transferência de competências, por parte do município de Vila Nova de Gaia, no domínio da Ação Social, e a animação musical da noite ficou entregue a Carolina Deslandes.
Depois de dois anos em que a Gala das IPSS não se pôde realizar, devido à pandemia da Covid-19, o Pavilhão Municipal de Gaia recebeu o evento, no passado dia 27 de outubro, que contou com a presença de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Em representação do Instituto da Segurança Social, a diretora adjunta do Centro Distrital do Porto, Maria do Rosário de Loureiro, juntou-se a Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, para a assinatura do documento que simboliza a aceitação da transferência de competências, por parte do município de Vila Nova de Gaia, no domínio da Ação Social, tendo Marina Mendes, vereadora da mesma autarquia, acompanhado, simbolicamente, o momento no palco.
O autarca gaiense fez questão de salientar o documento assinado, afirmando que o município está empenhado em trabalhar coletivamente e para além das suas responsabilidades legais. “Se por um lado queremos manter aquilo que é o extraordinário trabalho, que vamos fazendo ao nível das nossas mais de 100 IPSS do concelho, também é verdade que queremos ir um pouco mais longe em alguns dos domínios que acreditamos que, não estando legitimados pelas competências legais, podemos, numa lógica de colaboração, aprofundar. Refiro-me, nomeadamente, à necessidade que sentimos de, após a estabilização das responsabilidades e das competências que nos são outorgadas, avançarmos para o diálogo sobre a uniformização das remunerações das categorias, quer entre as IPSS, quer dentro da mesmas, onde, em muitos momentos, se vivem realidades distintas”, explicou o presidente.
Deixando uma palavra a todos os técnicos, auxiliares e dirigentes, Eduardo Vítor Rodrigues sublinhou o trabalho realizado ao longo do tempo difícil que se viveu, admitindo que “durante dois anos, se a situação não foi tão má como poderia ter sido, deveu-se muito, naturalmente, ao trabalho e motivação que veio de cima, do Estado e Ministério, mas também ao trabalho extraordinário que foram fazendo, em circunstâncias muito difíceis, as nossas instituições”. Porém, a guerra veio continuar a impactar este setor e o edil referiu que têm sido visíveis os aumentos de pedidos de ajuda. “Neste tempo de dificuldades temos, em simultâneo, de deixar uma palavra de esperança a todos, aos que trabalham nesta área, tão especial, tão importante, mas tão difícil, e a todos aqueles que, lá fora, esperam uma resposta ou um conjunto de respostas que ajudem a resolver problemas”, afirmou.
Mostrando-se feliz com o regresso da atividade da Gala das IPSS, o autarca viu-o como uma oportunidade de “podermos retomar aquilo que era a nossa tradição, uma forma de, pelo menos uma vez por ano, dizer a cada um de vós o quanto estimamos o vosso trabalho”.
Para terminar a sua intervenção, deixou uma mensagem a Ana Mendes Godinho: “leve, senhora ministra, de Vila Nova de Gaia, a força e a resiliência de quem, no dia a dia, quer sempre fazer mais pelas pessoas que serve”.
Por sua vez, Ana Mendes Godinho começou por deixar uma palavra de “profundo agradecimento e orgulho, do fundo de coração, por tudo o que conseguiram mostrar da capacidade do setor social, porque eu sei que cada um de vós, durante estes tempos tão exigentes que vivemos, teve a capacidade de colocar a vida dos outros à frente da vossa própria vida e da vida das vossas famílias. Eu acho que, muitas vezes, foram os heróis e as heroínas invisíveis que estiveram no terreno, quando as pessoas precisavam, onde as pessoas precisavam, conseguindo responder a uma situação para a qual ninguém estava preparada, reinventando-se todos os dias”.
Aproveitando o mote da reinvenção, a governante apelou a que essa transformação não parasse, até porque “a pandemia mostrou-nos que podemos fazer muito mais. Há burocracia que não era precisa e percebemos que conseguimos trabalhar em rede, deitando abaixo muros e capelinhas, trabalhando de outra forma, sem desconfiança uns dos outros, reconhecendo o papel de cada um, somando esforços e respondendo às pessoas. Se há algo que todos nós percebemos é que podemos fazer muito melhor do que fazíamos antes, com resultados mais personalizados nas pessoas que servimos”.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social terminou chamando a atenção das centenas de pessoas presentes, para a importância do programa de gratuitidade das creches e do apoio às crianças em risco de pobreza extrema. “Eu sei que as pessoas que estão aqui na sala transformam vidas. Vamos garantir que interrompemos, verdadeiramente, ciclos de pobreza. 20% das nossas crianças estão em risco de pobreza ou exclusão, o que significa que todos falhamos quanto a elas e estamos a desaproveitar o potencial destas crianças, mas também sei que posso contar convosco nesta missão”, concluiu.
No final dos discursos, Eduardo Vítor Rodrigues, ofereceu uma camélia a Ana Mendes Godinho, como símbolo do “reforço de vida, empenho e de mundo, para aquilo que temos todos pela frente” e a ministra prometeu “regá-la sempre, consciente de que cada rega que lhe farei é uma forma de alimentar a nossa rede de construção coletiva e de que estamos todos juntos, sempre, nesta missão de servir os outros”.
A noite terminou com o concerto de Carolina Deslandes, que cantou e encantou centenas de profissionais da área social de Vila Nova de Gaia.