No dia 6 fevereiro aconteceu a sessão comemorativa do 25º aniversário da Escola Profissional da Ribeira Grande. O Teatro Ribeiragrandense foi o palco da cerimónia, que contou com a presença de Maria João Carreiro, secretária Regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego, Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, e Nuno Crato, professor catedrático e ex-ministro da Educação. A solenidade serviu para enaltecer o papel do ensino profissional na região e mencionar objetivos para o futuro, como a criação de um «Polo Cidade», nas antigas instalações Escola Gaspar Frutuoso.
A Escola Profissional da Ribeira Grande comemorou, no dia 5 de fevereiro, 25 anos de existência. A sessão comemorativa aconteceu, no dia 6 fevereiro, no Teatro Ribeiragrandense, e contou com a presença de diversas personalidades, tais como Maria João Carreiro, secretária Regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego, Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Nuno Crato, professor catedrático e ex-ministro da Educação, Susana Mira Leal, reitora da Universidade dos Açores, presidentes de Junta de Freguesia do concelho, deputados e representantes de entidades civis, militares e religiosas. Os momentos musicais da tarde foram protagonizados por Luís Martins, natural da Ribeira Grande e aluno de piano do Conservatório Regional de Ponta Delgada.
João Dâmaso Moniz, diretor geral da Escola Profissional da Ribeira Grande, foi o primeiro a tomar a palavra. Recordou o surgimento do estabelecimento que, em 1996, foi pensado como uma Escola de Pescas, mas que em 1998 acabou por ser concebido no modelo de ensino profissional. Em 25 anos, passaram pelas instalações da escola milhares de alunos e “o ensino profissional é um dos principais motores de capacitação do tecido empresarial e da economia açoriana”, garantiu João Dâmaso Moniz, que reforçou a sua afirmação salientando que, hoje, “a nossa escola é uma instituição virada para a sociedade, com uma componente prática forte, participante em várias atividades de nível concelhio, com a concretização de estágios profissionais em empresas, instituições e entidades do concelho e da Ilha de São Miguel e com capacidade de acolher e dar resposta às necessidades do tecido empresarial local”.
Mas, em data de aniversário, o diretor geral não se esqueceu dos desejos e anseios que tem para o estabelecimento. “A Escola Profissional tem demonstrado a necessidade de abrir em permanência o seu «Pólo Cidade», uma infraestrutura dirigida à qualificação profissional e sediada na Ribeira Grande”, disse, apelando à cedência de parte do edificado das antigas instalações da Escola Gaspar Frutuoso para acolher o projeto. João Dâmaso Moniz ainda deu conta de que “a Direção d’A Ponte Norte decidiu proceder à constituição, nas suas instalações, de um campo agrícola experimental”, cuja conclusão está prevista para o final do primeiro semestre de 2023.
Mencionando todos os que fazem o dia a dia do ensino, terminou asseverando que “a Escola Profissional da Ribeira Grande, ao longo da sua existência, tem-se afirmando como um verdadeiro agente de transformação, um motor da economia local e um elevador social do nosso concelho”, concluindo que “está há 25 anos a criar o futuro”.
Seguiu-lhe o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, que recordou a Escola Profissional como “uma das primeiras grandes dores de barriga” que teve quando tomou posse. Gaudêncio acompanhou o fim da fundação e o surgimento da cooperativa, em 2014, e salientou a forma como o processo se desenrolou. “Não se extinguiu um posto de trabalho, isto foi o mais importante, nós quisemos arranjar uma solução que salvaguardasse os interesses, principalmente dos funcionários da escola, para além dos alunos, e isso foi fundamental”, frisou.
Destacando o empenho da autarquia no ensino, o edil mencionou a colaboração que a Câmara mantém com a escola, onde, “anualmente, investimos, num contrato-programa, que é ratificado nas Assembleias Municipais, 640 mil euros”. Frisando o apoio da cooperativa na gestão das creches e ATL’s do município, Alexandre Gaudêncio enumerou que, só aí, empregam 50 profissionais e apoiam 300 crianças, em 15 salas espalhadas pelo território.
“Num passado mais recente, vimo-nos confrontados com várias unidades hoteleiras que abriram, mas não tínhamos pessoal formando nessa área. Rapidamente a escola colocou em prática um curso de andares, patrocinado pelo município, e todos os seus alunos, com exceção de uma pessoa, estão empregados nessa área. É essa dinâmica que eu gostaria de ressalvar”, deu como exemplo o edil.
Para terminar, e para responder ao desafio do diretor geral da escola, o autarca ribeiragrandense deixou a mensagem de “pensarmos, ativamente, em termos o nosso «Polo Cidade»”, nas instalações que o mesmo tinha referido, uma vez que as mesmas vão passar a pertencer à Câmara.
Maria João Carreiro, secretária Regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego, também dirigiu algumas palavras à plateia. “Esta celebração dá-nos a oportunidade de evocarmos o percurso de uma instituição que, durante um quarto de século de vida, tem dado um contributo inestimável para a qualificação e a formação profissional de centenas de jovens, que encontram no ensino profissional uma resposta formativa adequada aos seus interesses e à sua expectativa de integração no mercado de trabalho”, referiu, garantindo que, ao mesmo tempo, “dá-nos a possibilidade de reiterarmos o nosso compromisso, para com uma renovada ambição, para o ensino profissional nos Açores”.
Salientando a ação do Governo Regional, em linha com as orientações europeias, no que diz respeito ao combate ao abandono escolar e à promoção do emprego jovem, Maria João Carreiro lembrou que “os Açores e a economia da região vão precisar de mais jovens profissionais qualificados num sistema de ensino, que está vocacionado para o aluno, que é prático e que está estruturado num contínuo processo de aprendizagem”, e que “o ensino profissional pode e deve ser a primeira escolha de ainda mais jovens”.
Nuno Crato, professor e ex-ministro da Educação, foi o orador convidado da sessão comemorativa e começou por salientar a importância do ensino profissional no país. Explicando que, normalmente, é uma forma de combater o insucesso e o abandono escolar, acentuou o facto de “oferecer aos jovens que o queiram, a possibilidade de ter a qualificação necessária para, no termo do seu 12º ano, ingressarem o mundo profissional”.
Admitindo que, muitas vezes, é visto como um alçapão para entrar na faculdade ou terminar mais facilmente o 12º ano, Nuno Crato expôs que “um curso profissional vale por si próprio, porque permite aos jovens ter uma qualificação para serem úteis à sociedade, quando acabam o curso, quando chegam à idade adulta” e “ não há bem maior do que ser útil à sociedade e não há maior orgulho para uma escola profissional do que formar jovens, que são uteis à sociedade e, com isso, são uteis à região e a si mesmos”.
No final da cerimónia foi anunciada a revista dos 25 anos da Escola Profissional da Ribeira Grande, com uma capa interativa, perante o descarregar de uma aplicação e, por fim, todos cantaram os parabéns ao estabelecimento escolar.