No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, em conjunto com diversos parceiros, está a organizar um programa vasto que arranca hoje, 13 de março, com a inauguração da exposição “Na sequência da Liberdade”, na Casa da Presidência, pelas 17 horas.
Com curadoria de Agostinho Santos, esta mostra insere-se num ciclo de exposições e contará com obras de nomes consagrados, como António Sena, Mário Cesariny, Álvaro Siza Vieira, Ângelo de Sousa, Júlio Pomar, Graça Morais, Armanda Passos, Albuquerque Mendes, Zulmiro de Carvalho, em diálogos com outros artistas de gerações mais novas, como Nazaré Álvares, Diogo Goes, Felícia, Isabel Babo e Henrique do Vale. São obras integradas no projeto «Museu de Causas/Coleções Agostinho Santos», colecionadas ao longo dos anos e que abordam temas de intervenção social, como a violência, a guerra, a paz, as questões ambientais, o racismo, a xenofobia e a discriminação entre homem e mulher, entre outras temáticas.
A exposição abrirá ao público na quinta-feira (14 de março) e estará patente até 13 de abril, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 15 às 19 horas, e aos sábados, das 10 às 12h30.
De referir que o Museu de Causas, que em breve irá acontecer no Município de Gaia, insere-se num projeto académico, no âmbito do doutoramento de Agostinho Santos, pela Faculdades de Letras e de Belas Artes da Universidade do Porto. Assenta, fundamentalmente, na criação de um espaço expositivo que se transforme num polo catalisador da arte contemporânea em Portugal, protagonizado no desenvolvimento do processo criativo e das suas potencialidades de intervenção social. Trata-se de um projeto inédito e que envolve um acervo de cerca de 6.500 obras de mais de 400 autores nacionais e internacionais.
Paralelamente, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril no concelho de Gaia, serão realizadas sessões solenes nas 15 uniões e juntas de freguesia, com a entrega simbólica de medalhas alusivas à data a um conjunto de personalidades e entidades ligadas à comunidade local. Teatro, música, dança e exposições serão, ainda, outros domínios com uma agenda rica explorados, com sessões e concertos para todas as idades e gostos. Haverá ainda espaço para o cinema, com a promoção de filmes alusivos ao período revolucionário, como «Soares é Fixe!», «Viagem ao Sol» ou «Revolução (Sem) Sangue». O dia 25 de abril será também assinalado com um cortejo cívico de Abril, às 16 horas, com percurso que vai desde o Jardim do Morro à PraÇa (Centro Cívico).
Para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, “hoje, é imperativo honrar e preservar o legado de Abril. A memória da ditadura e das conquistas extraordinárias do Portugal democrático é, por vezes – vezes de mais –, esquecida. Ao fim de 50 anos, a censura, a tortura e a guerra colonial distanciam-se para o seu lugar na História. Muitos dos portugueses nasceram depois da revolução de 1974. Felizmente para eles, e para todos nós, encontraram um país que foi capaz de criar um Serviço Nacional de Saúde, uma Escola Pública que oferece a todos as mesmas oportunidades. Um país em que todos podemos votar e participar ativamente, e em liberdade, na definição do nosso futuro”.