Jesus Cristo foi um judeu palestino nascido em Belém, cresceu em Nazaré e foi executado como criminoso em Jerusalém e é em sua memória que celebramos o Natal, porém quantas vezes esquecendo aquilo que ele defendia.
As diferentes histórias do seu nascimento, contadas pelos Apóstolos Mateus e Lucas no Novo Testamento e que constituem a base do Natal, não estão cheias de fadas, duendes e trenós cheios de bens de consumo inúteis e desnecessários, apenas relatam o nascimento de uma pobre criança para cumprir uma profecia de que da vida surgiria a morte e da morte surgiria a vida, embora saibamos que essa esperança era improvável, apenas possível com a fé de cada um.
As narrativas falam de um humilde estábulo onde Jesus nasceu de uma família marginalizada, perseguida e exilada, falam do sofrimento de uma criança e de um adulto publicamente crucificado, porque defendia os pobres e oprimidos massacrados pelo poder instituido na altura e pela autoridade eclesiástica conivente.
As narrativas de Mateus e Lucas são replicadas repetidas vezes ao longo da História, actualmente e mais visivelmente bem podemos considerar o que se passa em Gaza e na Cisjordânia, na medida que o massacre dos inocentes continua sob a actual governança do nazi sionista Benjamin Netanyahu e a complacência ou conivência da autoridade estado unidense, sempre apoiando Israel em todas as circunstâncias.
Apenas dois exemplos para identificação da mentalidade actual da classe governante israelita dominada por uma espécie de loucura supremacista, repetindo até à exaustão que pretende erradicar o Hamas e transferir à força os habitantes de Gaza para transformar a zona num oásis de construção só acessível aos colonos israelitas, nem que para tal utilizem como método o genocídio do povo palestiniano, que o ministro da defesa israelo sionista,Yoav Gallant, considerou como animais humanos, por outro lado, o ministro do Património, Amichai Eliyahu, disse à Rádio Kol Berama que Israel estava a considerar o uso de armas atómicas em Gaza, visto tratar-se pura e simplesmente de mera tática «é uma solução é uma opção» e que o território não merece ajuda humanitária.
Mais próxima de nós geograficamente, mas muito longe de muitos de nós ideologicamente, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou o Cairo em 18 de Novembro passado para tentar persuadir o Egito a abrir sua fronteira e dar asilo aos 2,2 milhões de habitantes de Gaza, proposta liminarmente recusada pelo Presidente Al-Sissi, tendo então a criatura, que nos pretende guiar na Europa, proposto, pasme-se, a criação de um gigantesco acampamento para abrigar temporariamente os habitantes de Gaza no Sinai, enquanto eles iriam sendo transferidos para outros países, incluindo Alemanha e França.
Paralelamente a estas ideias peregrinas para deslocar o povo palestino de uma terra que é sua, as imagens do massacre transmitido ao vivo nas redes sociais despertaram a indignação geral, pois já 20.000 palestinianos foram mortos, para além dos desaparecidos e ainda sob os escombros dos bombardeamentos.
A administração Biden, que continua a fornecer as bombas e demais equipamento militar para o massacre, foi forçada a afirmar que está a pressionar o governo israelense para «mostrar contenção», retórica ou palavras leva-as o vento que não combinam com as ações, mas identificam uma hipocrisia total, pois o Pentágono até enviou dois porta-aviões e navios de apoio para a região da Ásia Ocidental, perto de Israel, para demonstrar apoio à acção sionista em Gaza e para ameaçar bombardeamentos massivos da Síria, Líbano, Iemen e Irão, não para dissuadir Israel de continuar o genocídio.
A humanidade está mesmo a precisar urgentemente de Ano Novo de Esperança.