Sob o lema «Conquistar o presente, construir o futuro. É pela luta que lá vamos!», a JCP realizou nos dias 1 e 2 de Abril, em Setúbal, no Fórum Luísa Todi, o seu 11.º Congresso.
No momento mais importante da vida da organização revolucionária da juventude, André Martelo e Helena Casqueiro, ambos dos Organismos Executivos da Direcção Nacional da JCP, perspectivaram que este seria um Congresso ligado à realidade da juventude e à sua luta.
E assim foi, pois centenas de delegados de todo o País, outros jovens convidados, nacionais e estrangeiros, estiveram presentes nesta importante iniciativa, sendo de salientar a presença da FMJD, Federação Mundial da Juventude Democrática, encabeçada pelo seu presidente e ainda organizações da América Latina, Europa, Ásia e África, o que demonstrou claramente a importância do evento, mas também o prestígio já alcançado pela Juventude Comunista Portuguesa e a sua capacidade organizativa.
Sobre os dois dias de trabalhos, Helena Casqueiro tinha previsto e confirmou-se «um Congresso muito ligado àquilo que é a vida da juventude portuguesa», porque «estamos há muitos meses, no âmbito da discussão do Projecto de Resolução Política, a ouvir o que é que os jovens têm a dizer sobre a situação actual, quais as suas aspirações e vontades que têm para construir um futuro e um País melhor, com todas as questões que continuam a afectar a juventude, fruto da política de direita que os sucessivos governos têm aplicado no nosso País e que continuam a ter reflexos, seja no plano da educação ou do trabalho».
Por seu lado, André Martelo salientou o facto de, «para muitos, até uma maioria, ser a primeira vez que estão a participar na preparação do congresso, torna-se um processo que é muito profundo e se desenvolve em várias dimensões», com «jovens com 15, 16, e 17 anos estão a aprender e contactam com o nosso modo de funcionamento, amplamente democrático».
Sobre a actual fase da vida nacional, Helena Casqueiro apontou como positivo o congelamento, neste ano lectivo, das propinas no Ensino Superior e será pela luta que se poderá defender e conquistar mais direitos, com a ofensiva ideológica a não ser esquecida até porque, «muitas vezes, são os jovens comunistas, nas escolas e nos locais de trabalho, a esclarecer sobre quais são os nossos direitos», disse Helena Casqueiro, pois, «infelizmente, em muitas escolas e locais de trabalho a democracia não entra», apontou André Martelo.
Mas a Juventude Portuguesa não se ficou por aqui e, no plano laboral, esteve também presente na grande manifestação nacional por emprego e direitos para os jovens, organizada na semana passada pela Interjovem/CGTP em Lisboa e onde foram exigidas medidas concretas e urgentes do Governo para que postos de trabalho permanentes sejam ocupados por trabalhadores com vínculos efectivos.
Estamos, pois, perante um facto de grande relevância, consubstanciado na mobilização dos jovens portugueses para a luta pelos seus direitos, legítimos interesses e aspirações, ou seja, face à intensificação dos ataques às liberdades e garantias democráticas verificadas nas escolas do Ensino Básico e Secundário, nomeadamente através do Estatuto do Aluno, aprovado por PSD e PS, nas tentativas de impedir RGA´s e controlar processos eleitorais para as AE, na retirada de propaganda política e no recurso às forças de segurança para impedir acções de luta ou propaganda a juventude reage e luta.
Com mais frequência do que seguramente muitos de nós gostaríamos, ouvimos comentários pouco abonatórios sobre os mais novos, realçando a sua propensão para o lazer abusivo, a bebida ou o não fazerem nada. Embora tal se verifique nalguns extractos sociais conhecidos, à ideia posta a circular sobre a pouca participação da juventude, quer na sua vida escolar, quer no gosto pela política, os jovens respondem claramente e deitam por terra os desígnios dos centros de decisão do capital que os querem de cabeça baixa, submissos e sem fazer ondas, para tal utilizando os mais sofisticados meios comunicacionais, televisão, rádio, jornais, revistas, redes sociais e de propaganda ilusionista, tentando distrair, manietar e mesmo silenciar, mas proporcionando ao mesmo tempo o acesso a simulações de alguma actividade institucional, sem, no entanto, permitirem a chegada ao comando da situação.