ALFACES-DO-MAR REMOVEM METAIS PESADOS DE ÁGUAS CONTAMINADAS

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) descobriu que as alfaces-do-mar têm uma grande capacidade para remover elementos potencialmente tóxicos da água, a maior parte deles perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente.

Bruno Henriques, investigador investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Química (DQ) da Academia de Aveiro, considera que “estas algas são uma alternativa eficiente, pois removem percentagens elevadas de contaminantes num período curto de tempo, a metodologia é económica e mais ecológica do que os métodos ‘clássicos’ para a remoção destes elementos, que são menos eficazes e, muitas vezes, mais caros, o que se traduz em baixo custo-benefício”.

Assim, explica o investigador, “as algas poderão ser utilizadas para diminuir a contaminação de locais muito afetados por descargas destes elementos, através da introdução da alga no local a descontaminar se as condições forem adequadas ao seu crescimento ou cultivando algas num outro local e transportando estas para os locais a serem descontaminados”.

Além da remoção dos elementos tóxicos, os investigadores da UA asseguram que as alfaces-do-mar permitem reduzir também o teor de fosfatos e nitratos em águas e ao usarem dióxido de carbono como fonte de carbono, permitem reduzir a pegada de carbono.

O trabalho foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da UA constituída por Bruno Henriques, Ana Teixeira, Paula Figueira, Joana Almeida e Eduarda Pereira (investigadores do DQ, do CESAM, do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do Laboratório Central de Análises), e com a cooperação da Universidade do Porto e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.