Todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio. Esta emergência médica ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol.
Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente estes sintomas duram mais de 20 minutos, e podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente.
Contudo, os dados que dispomos dizem-nos, por exemplo, que mais de dois terços da população portuguesa não conhece quais são os sintomas do enfarte agudo do miocárdio ou como se devem comportar na presença de sintomas.
A recomendação médica é que na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte. A pessoa não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios. Cerca de 50% dos doentes recorrem a um Centro sem capacidade para realizar o tratamento, o que conduz a um atraso significativo no início da terapêutica mais adequada. Esta situação não acontece quando se liga para o 112.
É importante a precocidade no diagnóstico (valorização dos sintomas) – o que implica um tratamento mais rápido com redução significativa da quantidade de músculo cardíaco “perdido” , o que leva a que os doentes tenham um melhor prognostico, isto é que voltem a ter uma vida “normal”.
No hospital, o cardiologista de intervenção irá efetuar uma angioplastia coronária que consiste na colocação de um tubo muito fino (cateter) na artéria a ser tratada, através do qual se introduz um fio guia que atravessa a obstrução da artéria. Sobre o fio guia é introduzido um balão que será insuflado na zona da obstrução, restabelecendo, assim, o normal fluxo sanguíneo da artéria. Na grande maioria dos casos é, ainda, necessário implantar uma pequena rede metálica expansível (stent), para que a artéria se mantenha permeável a longo prazo. Atualmente, a angioplastia coronária é o melhor tratamento para o enfarte agudo do miocárdio.
Para prevenir um enfarte agudo do miocárdio, a alteração dos estilos de vida é uma medida urgente: não fumar, reduzir o consumo de gorduras, açúcar e sal, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar exercício físico regularmente, controlar a tensão arterial, o colesterol e a diabetes, vigiar o peso e evitar o stress.
Por forma a promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, está a promover, em Portugal, a campanha Cada Segundo Conta, integrada na iniciativa Stent Save a Life.
Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt