Entramos no novo ano com confiança, pois, «É possível fazer de 2017, com a luta dos trabalhadores e do povo, não só um tempo de esperança, mas de novos e mais decididos avanços no melhoramento das condições de vida do nosso povo», palavras proferidas por Jerónimo de Sousa na mensagem de Ano Novo, na qual também reafirmou que o PCP «jamais deixará de agir para assegurar para Portugal um rumo de desenvolvimento económico, progresso social e independência nacional e garantir uma vida melhor para os portugueses».
Em retrospectiva e no plano político, com a luta dos trabalhadores e do povo e a intervenção do PCP foi possível conseguir, prosseguir e consolidar avanços na defesa, reposição e conquista de direitos, nomeadamente nos orçamentos do Estado de 2016 e 2017, pesem embora as limitações decorrentes dos constrangimentos externos e das opções do Governo do PS, muitas das quais seguem o prejudicial rumo anterior.
Como sublinhou o Comité Central, na sua reunião de 17 de Dezembro, «o PCP, força portadora da política alternativa necessária a um Portugal com futuro, reafirma o compromisso com os trabalhadores e o povo, com todos os democratas e patriotas, de agir e lutar para que finalmente seja possível romper com a exploração, o empobrecimento, o declínio e a dependência e alcançar um Portugal desenvolvido e soberano».
Com a luta dos trabalhadores e do povo e a intervenção do PCP, podemos bem afirmar que 2017 será mais um ano de iniciativa, acção, luta, reforço do Partido e de confiança no futuro, até porque o Governo, para começar, já decidiu aumentar o preço dos transportes públicos em 1,5 por cento e logo sublinhou «só» 1,5 por cento, que corresponde à taxa prevista da inflação para 2017, mas aquele «só», ali colocado para contrastar com as práticas do anterior governo, quer dar a entender estarmos perante a inversão dum caminho, uma mudança de rumo face a políticas anteriores, ou será apenas a simulação duma certa naturalidade, pois este aumento de preços não é mais do que o consolidar dos aumentos brutais impostos pelo anterior governo?
Em 2017, os passes e bilhetes estarão 25 por cento mais caros do que em 2011 para a generalidade da população e quase 100 por cento mais caros para os reformados e estudantes, pelo efeito duplo do aumento do preço e da redução do desconto, mas nem os salários dos que produzem e dos que utilizam o serviço subiram 25 por cento, nem tão pouco as pensões subiram 100 por cento e a consequência destes aumentos brutais e das não menos brutais reduções na oferta, é que milhares e milhares de utentes abandonaram o sistema e os transportes públicos degradaram-se e continuarão a degradar-se, bem como o acesso das populações à mobilidade, se não for adoptada a melhor e única solução reclamada pelo PCP, que é uma redução significativa do preço dos bilhetes e dos passes e a reposição dos descontos de 50 por cento para reformados, jovens e estudantes, pois nada justifica a manutenção do actual nível dos preços, que são um obstáculo à socialização dos transportes públicos.
Andou mal o Governo quando tomou esta decisão de consolidar os aumentos decretados pelo anterior governo PSD/CDS e pior ainda se mostrou, quando o fez sem cumprir os procedimentos legais exigíveis, nomeadamente de aviso prévio aos utentes e de articulação com outras entidades, portanto, o protesto e a luta são inevitáveis, compreensíveis e mesmo necessários.
Crise, austeridade, desemprego, miséria, não são mais desejáveis, pois essa foi a nefasta política anterior durante quatro anos, originando pobreza, perda do poder de compra e emigração, cujos valores só encontramos nas décadas de 1960 e 1970, mas também causando a queda da natalidade que, não compensando os valores da emigração e da mortalidade, exige urgentes políticas de estímulo ao seu alargamento e crescimento nos próximos anos, tudo para que a sociedade portuguesa encontre, finalmente, o equilíbrio social e económico de que tanto necessita.