“AS PESSOAS ENCHERAM A SALA E PARTILHARAM COMIGO ESTE AMOR QUE EU TENHO AO FADO”

O fadista Miguel Bandeirinha lançou o seu novo trabalho, no passado dia 18 de novembro, na Escola Dramática e Musical Valboense. Intitulado “Este Dom”, está disponível em CD e pen drive USB e representa, sendo o artista, “um pouco da alma de todos os que me escutem, apoiam e aplaudem, em fuso com a alma que entrego nas palavras que canto”. A apresentação contou com a presença de mais de 200 pessoas, entre as quais António Braz, presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, e Paulo Rodrigues, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia.

Miguel Bandeirinha nasceu a 19 de abril de 1994, no Porto, e desde a sua infância que o fado ocupa um lugar de destaque na sua vida, tendo começado, aos seis anos, a despertar o gosto por este estilo musical. Estudou Artes Visuais e Educação Social, mas é na palavra «saudade» que encontra a sua maior paixão, abraçando, assim, em 2010, o início da carreira artística. Em 2015, foi finalista do concurso “Got Talent Portugal”, da RTP, em 2019, representou Portugal, a convite da UNESCO, no Uzbequistão e, em 2022, participou no “The Voice Portugal”. É presença assídua nas mais distintas casas de fado, palcos, festivais e romarias, aquém e além-fronteiras, assim como na rádio e televisão.

De alma e coração entregue ao fado, o artista emprestou a sua voz ao sentimento e lançou, no passado dia 18 de novembro, o seu novo trabalho, intitulado “Este Dom”, que está disponível em CD e pen drive USB, perante uma sala completamente lotada, na Escola Dramática e Musical Valboense.

Assim, tendo ao seu lado no palco Lino Lobão, na guitarra clássica, Nelson Ferreira, no baixo, e Mário Henriques, na guitarra portuguesa, Miguel Bandeirinha proporcionou uma noite especial às mais de 200 pessoas presentes, entre as quais António Braz, presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, e Paulo Rodrigues, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia.

Assegurando que neste novo trabalho está “um pouco da alma de todos os que me escutam, apoiam e aplaudem, em fusão com a alma que entrego nas palavras que canto”, Miguel Bandeirinha revelou, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA que “«Este Dom» nasceu comigo e a chama acendeu-se quando eu tinha seis anos, portanto faz parte de toda a minha vida e da minha trajetória. Durante muito tempo, passei por bullying e por muitas outras coisas e a única coisa que me alentou e me tornou melhor foi o fado. Então «Este Dom» é a partilha de todas as conquistas sobre as derrotas que a vida me foi apresentando”.

A noite foi repleta de surpresas e o público foi, também, presenteado com as vozes do também produtor Lino Lobão e do tenor Sérgio Martins, que fez questão de sublinhar aos presentes que “obviamente aceitei este convite, porque o Miguel é um irmão do palco e nós temos muitas coisas em comum, desde a partilha, à entrega no palco. Eu acredito que Deus nos deu este dom e nós temos o privilégio de o ter. Eu desejo, do meu coração, como se fosse para mim, que o Miguel tenha sempre o maior dos sucessos e muita fortuna, porque ele merece, e, sobretudo, muita paz, para servir tão bem esta área como ele serve”.

Garantindo que este espetáculo “foi muito bem pensado”, Miguel Bandeirinha, frisou que “eu podia ter chamado fadistas, mas o fado estaria entregue a mim e ao Lino. O Sérgio é um grande amigo e trouxe-nos algo que é diferente do fado e este trabalho também é distinto e ele partilhou comigo temas muito ligados à fé. A preparação deste trabalho foi bastante morosa e tivemos bastante cuidado na escolha dos temas e eu acho que conseguimos um bom resultado. A ideia era mostrar temas que normalmente canto e outros que são novos, porque as pessoas não estão habituadas a ouvir. Então, esta plateia sabia bem ao que vinha, esperava pelos temas certos e em uníssono acompanhou-me perfeitamente”.

Relativamente ao palco que acolheu a iniciativa, o fadista enalteceu que “a Escola Dramática e Musical Valboense presenteou-me através do Festival FETAV e abriu a porta, quando outras não o fazem e, infelizmente, é preciso vir um bocadinho para fora da zona de conforto, para ser bem recebido e eu acho que a sala é muito bonita e portanto foi neste espaço”.

Na ocasião, António Brandão, presidente da Direção da Escola Dramática e Musical Valboense, afiançou, ao AUDIÊNCIA, que “para esta casa foi maravilhoso acolher este espetáculo, porque nasceu exatamente para a cultura, pelo que receber um artista como o Miguel Bandeirinha, com aquela voz, é sempre muito bom”.

Admitindo sentir-se, após o lançamento, “renovado e completamente de alma lavada, com a adesão do público”, Miguel Bandeirinha reiterou que “as pessoas encheram a sala e partilharam comigo este amor que eu tenho ao fado e esta paixão maior, que «Este Dom» traduz e que sendo meu, não é só meu, é de todos nós. Então, sinto-me completamente feliz, realizado e agora finalmente descansado”.

Presente no espetáculo, Paulo Rodrigues, presidente da Direção da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, referiu, a este órgão de comunicação, que “saio daqui de coração cheio, pois foi uma apresentação fabulosa. O Miguel Bandeirinha tem aquele dom especial e estava muito bem acompanhado por três fantásticos músicos. Também foi um prazer rever o Sérgio Martins, que já conheço há muitos anos. Juntar estas duas vozes naquele momento foi arrepiante e gostei imenso, portanto o Miguel está de parabéns e desejo que ele tenha muito sucesso na sua vida artística e pessoal. Ele dirigiu-me este convite e foi com muito gosto que vim, aqui, a Gondomar à apresentação deste novo trabalho”.

Também António Braz, presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, participou na apresentação, salientando, em exclusivo ao AUDIÊNCIA, que “eu já conheço o Miguel Bandeirinha e ele tem estado em Gondomar há uns anos a apresentar o FESTAV, portanto já tinha conhecimento dos seus dons, enquanto fadista e também apresentador. Acolhi com interesse e admiração a apresentação do seu novo trabalho, porque acho que é um artista com bastante qualidade e que se entrega ao público, com uma generosidade muito grande”.

No final do espetáculo, Miguel Bandeirinha aproveitou a ocasião para ressaltar que “eu canto a alma do povo e ao compasso da saudade vou cantando sempre aquilo que os poetas escrevem. O que seria eu sem os poetas? O que seriam os poetas sem os artistas? A mensagem é que percebam que há amor e que há alguém que respeita a portugalidade e este carinho”.