“AS PESSOAS QUANDO ENTRAM AQUI DENTRO SENTEM QUE ESTÃO NUM ESPAÇO MÁGICO”

A Medieval de Rio Tinto regressou entre os passados dias 20 e 22 de setembro à Quinta das Freiras. Organizada pela Junta de Freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e de inúmeros patrocinadores, a 13ª edição deste evento proporcionou uma viagem no tempo, com recriações históricas, espetáculos, tabernas e mercados, que deliciaram, ao longo de três dias, dezenas de milhares de pessoas.

 

A Quinta das Freiras voltou a acolher, entre os passados dias 20 e 22 de setembro, mais uma edição da Medieval de Rio Tinto. Promovido pela Junta de Freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e de inúmeros patrocinadores, o certame teve como tema a lenda da freguesia e permitiu uma viagem através da história e da identidade desta localidade, segundo a qual, no longínquo ano de 920 terá ocorrido, neste território, uma batalha entre o Rei Cristão Ordonho II e o Califa Mouro Abd al Rahamn III que, segundo a memória do povo, foi travada nas margens de um límpido ribeiro, mas, de tão sangrenta que terá sido, tingiu de sangue as cristalinas águas, o que terá levado o povoado a denominar-se Rio Tinto.

Por conseguinte, aquando da abertura deste evento, os visitantes tiveram a oportunidade de assistir à investidura real, mais concretamente à coração de D. André Ferreira e D. Catarina Cunha, que venceram o casting lançado pela Junta de Freguesia de Rio Tinto e assumiram o papel de monarcas da 13ª edição do certame. “Ao voltarmos a escolher, pelo terceiro ano consecutivo, dois reis entre os riotintenses foi uma aposta ganha, pois, este ano, os candidatos foram mais do dobro do que os do ano passado, o que demonstra a dinâmica da medieval e os reis dizem que é uma das melhores experiências da vida deles e que é fantástico”, ressaltou Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA.

Deste modo, durante três dias, os visitantes recuaram no tempo até à Idade Média, por altura da batalha que deu o nome a esta localidade, através de recriações, do cortejo real, rondas militares e rixas, assim como de mais de cem espetáculos, protagonizados por Al Raqs, Tosta Mista – o Malabarista, Malatitsch, Homens de Armas, Bailias do Tempo, Academia em Movimento, Alanos Pardeus, o Carrocel Mágico, demonstrações equestres, fazenda dos animais, fantoches, espetáculos de fogo, charneca, fantoches, festividades para petizes, torneios a cavalo e História Viva, com a interpretação de “O Castelhano”, “A Revolta do Mercado”, “Pecados da Terra” e “A Boa Mulher”, que traduziram a lenda desta localidade, em vários momentos históricos. “Nós apostamos muito na animação, porque não queremos uma feira grande em dimensão, mas em qualidade e, para isso, contamos com uma equipa muito vasta e variada, pois estamos a falar de mais de cem espetáculos que aconteceram dentro do recinto em três dias”, destacou o edil riotintense.

Paralelamente, os participantes também se deliciaram no mercado, onde estiveram presentes 90 tabernas de comes e bebes e de artesanato. “Temos quase todos os espaços ocupados e com procura, mas nós tentamos ter aqui alguma diversidade e um equilíbrio entre os bens que estão a ser vendidos, para também criar aqui algum tipo de negócio importante para os comerciantes. É de ressaltar a qualidade das pessoas que estiveram aqui a vender, porque nós não aceitamos qualquer um, aceitamos pessoas que tenham alguma mais-valia para o evento, quer nos produtos que vendem, quer nas tendas que trazem ou na forma como se apresentam. Portanto, nós queremos uma feira à nossa dimensão, mas que aposta na qualidade e estamos muito satisfeitos”, evidenciou o autarca.

O cortejo real foi um dos pontos altos do último dia da Medieval e contou com a participação de mais de 130 figurantes. “O cortejo é o momento em que a Medieval sai de dentro de portas e vai à cidade. Também é um bom momento de divulgação do evento, porque há muitas pessoas nas ruas que registam e publicam nas redes sociais e essa comunicação toda é importante para nós”, frisou o presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto.

Assegurando que o balanço “só pode ser extremamente positivo, pois foram três dias de diversão”, Nuno Fonseca evidenciou que “as pessoas quando entram aqui dentro sentem que estão num espaço mágico. Efetivamente, tivemos uma afluência muito grande e muito significativa, aliás foi dos melhores registos da feira. Nós tivemos de anular o dia da inauguração, devido ao estado de alerta relativo aos fogos rurais, mas sexta e sábado e domingo tivemos recordes de bilheteira e de entradas”.

Evocando a importância da divulgação e da preservação da lenda desta localidade, o autarca riotintense fez questão de sublinhar que “para uma cidade como a nossa, com tantos habitantes e tão encostada, aqui, ao centro do Porto, era fundamental preservarmos a nossa identidade, daí termos feito esta aposta a partir de 2013, cortando com aquela imagem de simples dormitório e, portanto, apostamos na história, na identidade, na cultura e naquilo que nos diverge, nomeadamente no slogan «Rio Tinto Somos Todos Nós», englobando, aqui, as associações, as forças-vivas e todas as coletividades, porque tudo isso foi fundamental para nós criarmos identidade, criarmos a marca «Rio Tinto» e eu acho que essa foi uma aposta mais do que conseguida”.