Uma realidade totalmente inimaginável é o que nos propõe o novo romance de João Nuno Azambuja, publicado pela editora Guerra & Paz em setembro do ano passado. Em “Autópsia”, abordam-se temas como a saúde do planeta e as questões ambientais inerentes a esse problema tão em voga atualmente.
E se a catástrofe ambiental acontecer mesmo? É isso que nos apresenta “Autópsia”, um romance da catástrofe anunciada, que nos conta o que vai ser o mundo num futuro que pode não estar distante. Este é o novo romance de João Nuno Azambuja e é uma arrepiante distopia, retrato de uma humanidade náufraga.
De um gigantesco cataclismo resulta a submersão da maioria do solo terrestre e o globo volta a ser constituído por um enorme oceano pantalássico com raras ilhas à superfície. Autópsia é a ilha que concentra em 220 km² os vícios e a perversão de 11 milhões de habitantes, uns desesperados face aos constantes aluimentos e a perspetiva de afundamento da ilha, outros alienados com os novos “ópios do povo”.
Um dia, chega a Autópsia, vindo de uma outra ilha – feliz e estável –, um jovem estrangeiro que se fez ao mar para descobrir a origem da mensagem que encontrou numa garrafa. Quem é este rapaz e que novas tempestades vai ele desencadear?
A obra alia uma narrativa empolgante a reflexões essenciais sobre a saúde do nosso planeta e sobre as questões ambientais e climáticas que devem, cada vez mais, ser uma prioridade nas nossas vidas. É a continuidade da vida como a conhecemos que está em risco.
Uma distopia rara na ficção portuguesa é assim que José Ribeiro e Castro, político, promotor do prémio literário UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa), ganho na sua primeira edição por João Nuno Azambuja e fundador do Movimento 2014 — Oitocentos Anos de Língua Portuguesa, afirma na contracapa do livro. “No tempo em que o mundo ficou reduzido a um destroço, nada é improvável. “Como se sabe onde fica o que não se conhece?” — pergunta Brandão O’Neill, a cândida personagem. João Nuno Azambuja conta com uma imaginação fulgurante. Que narrativa fantástica!”
Nascido em Braga, em 1974, João Nuno Azambuja é licenciado em História e Ciências Sociais, tendo participado, por sua iniciativa, em diversas explorações arqueológicas pelo país ao longo de vários anos.
Militou, mais tarde, nas tropas paraquedistas como comandante de pelotão, após um breve período como professor de História e regressado à vida civil, dedicou-se à escrita e fundou, em Braga, um bar de inspiração celta, onde se realizaram concertos memoráveis das melhores bandas ibéricas desse género musical.
O seu primeiro romance, «Era uma vez um homem», ganhou o Prémio Literário UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) em 2016. Este livro fala-nos do dia a dia de um homem na última semana da sua existência. Um ser esmagado pela realidade, incapaz de suportar o tanto peso incomportável do mundo moderno como a sua consciência, acabando por desistir da forma mais trágica.
Em 2018 publicou, na Guerra & Paz, «Os Provocadores de Naufrágios», um romance baseado em acontecimentos reais que conta a história de Klaus Kittel, um alemão nascido no Porto que combateu na Segunda Guerra Mundial nas tropas da Alemanha nazi. Passou pela Grande Depressão, assistiu à ascensão de Adolf Hitler e chegou a discursar para a elite militar alemã. Foi preso pelos americanos depois da guerra, sobreviveu aos campos de prisioneiros, onde milhares de homens encontraram a morte, até conseguir fugir, com aquela que seria a misteriosa ajuda de Álvaro Cunhal. Este livro tem prefácio de Miguel Real, escritor, ensaísta, filósofo e crítico literário.