C.D. RABO DE PEIXE VENCEU O C.F. OLIVEIRA DO DOURO POR 3-2

O Clube Desportivo de Rabo de Peixe prevaleceu sobre o Clube de Futebol de Oliveira do Douro na segunda eliminatória da Taça de Portugal, que decorreu no passado dia 24 de setembro, no Campo de Futebol do Bom Jesus, sito no concelho da Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel. O encontro terminou com uma vantagem de 3-2 para a equipa açoriana, que vai disputar a terceira eliminatória da prova, frente à Casa Pia.

 

A segunda eliminatória da Taça de Portugal decorreu no passado dia 24 de setembro e teve como protagonistas do Clube Desportivo de Rabo de Peixe e o Clube de Futebol de Oliveira do Douro. No final do jogo, que teve lugar no Campo de Futebol do Bom Jesus, a equipa açoriana triunfou frente aos gaienses oliveirenses, um resultado que deixou o presidente do clube rabopeixense, Jaime Vieira, e o treinador, Hélio Oliveira, muito felizes.

Acreditando que foi um resultado merecedor, Jaime Vieira garantiu, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, que “este foi um bom jogo da prova rainha a nível nacional, com a incerteza do marcador do princípio ao fim. Estivemos sempre em vantagem, é verdade, mas do outro lado tivemos uma equipa extremamente aguerrida, que subiu, este ano, ao Campeonato Nacional e que, por aquilo que demonstrou, vai dar que falar na prova onde está inserida. Foi um jogo extremamente disputado, um jogo bastante equilibrado e cujo resultado foi ditado por alguns pormenores”.

Ansiando que o Clube Desportivo de Rabo de Peixe brilhe na Taça de Portugal, o diretor desportivo afirmou que “este foi o nosso primeiro jogo, pois ficamos isentos na primeira eliminatória, mas espero que consigamos também, paulatinamente, ultrapassar mais uma ou outra eliminatória, mas tudo depende da equipa que apanhemos. Porém, aquilo que nós pretendíamos era que o próximo jogo fosse em casa, que é a nossa fortaleza e onde efetivamente gostamos de estar. Os objetivos passam por tentar fazer jogo a jogo, sendo que o principal objetivo do Rabo de Peixe é a permanência neste campeonato e o que vier será por acréscimo”.

Na ocasião, Jaime Vieira evocou, ainda, as despesas e dificuldades inerentes a uma equipa insular, relacionadas com a necessidade da realização de deslocações, alojamento e alimentação, que representam custos acrescidos.  “Jogar fora, representa, para além da deslocação aérea, a deslocação terrestre, a questão do alojamento e da alimentação e, logicamente, se jogarmos em casa, podemos aliar a parte desportiva à financeira e é também uma forma de darmos a conhecer aquela que é a maior vila dos Açores, que é Rabo de Peixe”.

O treinador da equipa rabopeixense também não escondeu o seu entusiasmo, explicando, em exclusivo a este órgão de comunicação, que “sabíamos que ia ser um jogo complicado contra uma equipa do Norte, que explora muito as bolas nas costas e sabíamos que ia ser um jogo muito de transições. O ano passado chegamos aos oitavos, mas não deixa de ser mais uma vitória muito importante a passagem à terceira eliminatória da prova rainha do futebol português, contra uma equipa bastante difícil e muito forte nos duelos individuais. Penso que, no final, a vitória acabou por ser justa, tivemos várias oportunidades de golo e acabamos por fazer três, o Oliveira do Douro fez dois e o futebol é isto”.

Assegurando que o objetivo é “passar e vencer todos os jogos”, Hélio Oliveira revelou que “felizmente, temos um bom núcleo de jogadores açorianos, também estamos a apostar bastante na formação e é isso o que vamos continuar a fazer. Depois, temos de ir buscar sempre alguém lá fora, que nos venha acrescentar algo que nós não temos, ao nível de características físicas e de jogo, que nos permita alcançar os nossos objetivos”.

Por outro lado, Fernando Silva, presidente do Clube de Futebol de Oliveira do Douro, salientou, ao AUDIÊNCIA, que “o balanço, em termos desportivos, é negativo, porque perdemos, mas, acima de tudo, o mais importante foi participar nesta prova da Taça de Portugal, ainda por cima com uma viagem aos Açores, que nos permitiu mostrar o clube, a freguesia e o nosso concelho e dar a conhecer a identidade de Oliveira do Douro, dos oliveirenses e daquilo que é a nossa terra e isso tentamos fazê-lo da melhor forma possível. Acho que conseguimos transmitir uma boa imagem e isso é muito positivo”.

Não escondendo a vontade de que o clube oliveirense chegue longe no Campeonato de Portugal, o dirigente gaiense ressaltou que o caderno de encargos é cada vez mais exigente, evidenciando as dificuldades que daí advêm. “Nós subimos de divisão, que era uma ambição já antiga, sempre sem ser uma obsessão, mas um objetivo que poderia mais cedo ou mais tarde acontecer e aconteceu. Entramos no Campeonato de Portugal com o claro objetivo de fazer o melhor possível, porque sabemos que é muito diferente dos distritais, em termos desportivos e organizacionais, pelo que tivemos de nos adaptar também muito rapidamente, sempre com os pés bem assentes no chão, porque é muito mais dispendioso. Portanto, ficar o mais tempo possível no Campeonato de Portugal é o nosso objetivo, mas nunca a todo o custo, nem a colocar em causa a continuidade e a sobrevivência do clube”, sublinhou Fernando Silva.

Neste seguimento, o treinador do Clube de Futebol de Oliveira do Douro, Abílio Novais, frisou, a este órgão de comunicação, que “foi um jogo bastante competitivo e interessante e eu acho que quem veio aqui assistir não deu o tempo como defraudado. Acho que assistimos a um jogo muito bem disputado, muito competitivo e é pena que só pode passar um, como é evidente”.

A disputar o Campeonato de Portugal, o treinador oliveirense adiantou que “não entramos muito bem, houve muitas alterações e mudanças no plantel. Hoje, por exemplo, tinha dois atletas do ano passado e isso custa-me, porque os processos ainda não estão bem assimilados. Agora, que estamos a criar um grupo bom e homogéneo, espero que os oliveirenses se orgulhem daquilo que têm”.

Garantindo que as ambições passam por “manter”, Abílio Novais recordou que “há muitos anos que o Oliveira do Douro não vai aos nacionais e temos esperança, agora temos é de trabalhar, não há sorte sem trabalho e o trabalho é diário, sempre com ambição e vontade de fazer sempre mais e é aí que nos vamos agarrar”.

No final do jogo ficou, também, no ar a possibilidade de as duas equipas azuis e brancas criarem sinergias, que “podem ser aproveitadas no futuro”. “Aquilo que nós pretendemos é aproximarmo-nos mais das equipas ao nível do continente. Queremos cimentar mais a nossa posição no panorama nacional e aquilo que vamos tentar, para breve, é realizar uma deslocação da nossa equipa de veteranos a Oliveira do Douro, de modo que possamos fortalecer, ainda mais, a nossa posição, em termos estratégicos, no Norte de Portugal, que é uma zona que nos é querida também pelo Protocolo Sociocultural que assinamos com a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira. Esta viagem representa mais um passo rumo àquilo que nós queremos, que é colocar Rabo de Peixe, ainda mais, no panorama nacional, ao nível desportivo”, enalteceu Jaime Vieira.