“A Cidade das Estrelas”, da autoria de António Pedro Costa (antigo presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande), é a mais recente obra literária lançada no concelho da Ribeira Grande, no passado dia 30 de janeiro.
O lançamento do livro, inserido nas comemorações dos 25 anos do Cantar às Estrelas, aconteceu no Teatro Ribeiragrandense, numa cerimónia presidida por Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, com a apresentação de João Bosco Mota Amaral, cidadão honorário da Ribeira Grande.
O livro “A Cidade das Estrelas” foi lançado na Ribeira Grande, no âmbito das comemorações dos 25 anos do Cantar às Estrelas.
Após António Pedro Costa ter dado uma palestra nos Paços do Concelho em 2018 (assinalando a 25.ª edição do Cantar às Estrelas) subordinada ao tema “O imaginário remoto do Cantar às Estrelas”, Alexandre Gaudêncio desafiou o autor a transpor a palestra e toda a sua investigação num livro. Em 2019, um ano depois da proposta do autarca ribeiragrandense, o livro foi lançado ao público.
Afirmando que “não se deve desvendar o livro” e que “é preciso deixar pistas para que as pessoas se interessem”, Mota Amaral, durante a sua apresentação, revela que “a investigação de António Pedro leva-o até aos relatos de Egéria” (primeira escritora hispânica, que relatou a sua viagem até à Terra Santa entre 381 e 384), contextualizando que Egéria “refere estes festejos de luzes na Terra Santa” (procissão de velas que os primeiros cristãos comemoravam no dia 2 de fevereiro de cada ano, aquando da apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém), associando-se esta celebração a Nossa Senhora das Candeias. Nos Açores, em particular na Ribeira Grande, nesta tradição louva-se a Senhora da Estrela, tomando esta data como “o encerramento das festas de Natal”.
Mota Amaral engrandece o autor e antigo presidente da autarquia ribeiragrandense não só por retomar o Cantar às Estrelas na cidade da Ribeira Grande, mas também pelo seu trabalho que “ nos enriquece com a descrição dos costumes antigos desta tradição”, afirmando que “vale a pena ler o livro, é a mensagem que quero deixar esta noite. O autor merece ser lido”.
Por sua vez, na sua intervenção, António Pedro Costa explica o título do livro: “intitulei «A Cidade das Estrelas» porque é verdadeiramente aqui, nesta cidade, onde a celebração tem força e é feericamente comemorada”.
Levando a cabo o desafio do atual autarca ribeiragrandense, o autor afirma que a tradição e festividade sobre a qual escreveu “merece todo o nosso apreço pela sua singularidade, e que, constituindo uma manifestação religiosa e cultural, é vivida de forma singela e muito particular pelo nosso povo”.
Por outro lado, e de acordo com o autor, “é muito importante continuar a levar os jovens a despertar para o interesse das suas raízes com a sua participação maciça no desfile das Estrelas” para que possam “continuar o gosto por este legado”.
O livro regista ainda “todos os grupos provindos do concelho da Ribeira Grande e também da restante ilha de São Miguel que fizeram parte da 25.ª edição do Cantar às Estrelas, incluindo-se as letras e os autores das músicas que estes tocaram pelas ruas da cidade da Ribeira Grande, bem como o nome dos seus responsáveis, o número de participantes e uma fotografia de cada grupo”.
Por sua vez, Alexandre Gaudêncio destacou “o empenho, a dedicação e a preocupação do autor em aprofundar a pesquisa sobre a temática, tendo em vista a valorização dos factos relatados no livro”.
Para o autarca esta é uma obra “de alma e coração abertos em prol da perpetuação de uma secular manifestação cultural que ganhou raízes no nosso concelho e que movimenta milhares de pessoas todos os anos”.
A cerimónia de lançamento do livro foi ainda abrilhantada com as atuações do Grupo Coral da Ouvidoria da Ribeira Grande, o Grupo de Cantares Madre Teresa da Anunciada da Ribeira Seca e o Grupo de Vozes Mar do Norte de Rabo de Peixe.
Recorde-se que em 1994, durante a presidência de António Pedro Costa na Câmara Municipal da Ribeira Grande, foi retomada a tradição do Cantar às Estrelas, sob proposta do então vereador Francisco Rodrigues.