A reabilitação urbana de casas em risco continua a ser uma das principais apostas quer da Câmara Municipal do Porto quer das Juntas de Freguesia do concelho. Nesse sentido, foi assinado, no passado dia 20 de fevereiro, um protocolo de cooperação no âmbito do projeto “Casa Reparada, Vida Melhorada”, que conta também com a colaboração da Domus Social.
A cerimónia contou com a presença de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal de Porto, que explicou a importância do projeto num concelho onde se continua a sentir a necessidade de reabilitar casas, principalmente de idosos em situação de fragilidade.
“Esta é uma área essencial e é necessário apelar à sociedade civil e envolver as cidades, e este projeto tem essa característica de envolver também moradores e proprietários. Este não é um projeto meramente de políticas públicas, se não houver envolvimento de todos não chegamos lá”.
Desde 2011 que a autarquia portuense tem vindo a requalificar fogos, 12800 no total, sem qualquer apoio da administração central e Rui Moreira garante que o “reequilíbrio da cidade” é para continuar, mas não promete “milagres”. “Não esperem milagres porque não se pode contrariar rapidamente tudo o que foi feito ao longo dos últimos 50 anos. Vai ser preciso muito esforço mas também muita confiança como a que vemos em Campanhã, porque o vai mudar esta zona é o comprometimento dos cidadãos”, reforçou o autarca.
Rui Moreira elogiou ainda o trabalho e forma de interpretar do vereador da Habitação e Ação Social, Manuel Pizarro. Este último lembrou que “este é um esforço que a Câmara tem vindo a fazer” requalificando bairros como o do Lagarteiro, o de Contumil, o de S. Vicente de Paulo, o de S. Roque com um trabalho exterior de reabilitação, ou o Machado Vaz, o primeiro a ser contemplado com painéis solares. “Vamos ainda lançar requalificações no Bairro Falcão, no Monte da Bela e no Cerco, que será gigantesco”, acrescentou Manuel Pizarro.
O vereador referiu ainda que este não é um projeto inovador, mas sim inspirado num realizado pela Junta de Freguesia do Bonfim, cujo presidente também marcou presença no evento, e que conseguiu reabilitar 20 casas. Agora, Manuel Pizarro quer alargar esse projeto a outras freguesias, nomeadamente, Campanhã.
“Tudo isto, em Campanhã, só é possível pelo apoio carinhoso do presidente que tem levado a sério a sua promessa de olhar para o Porto oriental de outra forma. Apesar de este projeto poder parecer modesto, resolve os problemas dos senhorios que não têm dinheiro para reparações ao fazer pequenas obras que melhoram a qualidade de vida, sendo que a Câmara apoia com o material das obras e compete à Junta selecionar as famílias e organizar a mão-de-obra”, explicou Manuel Pizarro.
Também Ernesto Santos, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, não esqueceu o apoio dado por Rui Moreira a esta freguesia. “Campanhã está no coração do presidente. Foi uma freguesia ostracizada onde tentaram fazer guetos sociais mas felizmente este executivo entendeu que nos guetos também vive gente que merece boas condições. Estamos gratos pelo que fez pela nossa freguesia”, afirmou.
Ernesto Santos, vencedor do Troféu Presidente de Junta do Ano
À margem da assinatura do protocolo, Ernesto Santos falou ao AUDIÊNCIA sobre o prémio que tinha recebido, dias antes na XII Gala AUDIÊNCIA.
“Para mim é uma honra, e acho que foi merecido porque culmina, de certa forma, um trabalho de muitos anos no associativismo e mesmo de trabalho autárquico. Já tenho 20 anos de trabalho autárquico, não como presidente, mas como vogal, e de certa forma nos meus 70 anos é um prémio que recebo com todo o gosto e acho que também com merecimento. Tenho sempre por norma que as homenagens não são dadas, são devidas, portanto, quem me deu entendeu que devia e nesse sentido fiquei imensamente satisfeito”.
Ernesto Santos adiantou ainda que considera o troféu “um incentivo”, mas não para si, mas sim para os que o seguirão. “É um incentivo, não para mim, mas, se calhar, para os mais jovens, para os que me irão suceder, acho que é um incentivo que o AUDIÊNCIA vai fazendo em prol da autarquia local, nomeadamente das freguesias porque às vezes quando se fala de autarquia local pensa-se mais nas Câmaras que nas Juntas de Freguesia, mas efetivamente o AUDIÊNCIA tem essa virtude de pensar na base da democracia”.