COM O PENSAMENTO NUM FUTURO MELHOR

O XXII Congresso do PCP constituiu um momento de grande significado para o Partido e de grande importância para os trabalhadores, a população, a juventude e o País. Foi um Congresso cujas características, demonstraram identidade comunista, ligação aos trabalhadores e ao povo, do ideal assumido pelo qual luta e do projecto de transformação da sociedade que quer concretizar.

Aqui cada um tem não apenas o direito mas o dever de dar a sua contribuição para a reflexão colectiva e para o apuramento das orientações, tal como faremos nestes três dias, afirmou o Secretário Geral Paulo Raimundo na abertura do Congresso, acrescentando que nos meses correntes, o Partido foi chamado a identificar questões, problemas e caminhos para compreender e intervir na realidade que enfrenta.

Realizaram-se cerca de 900 reuniões, envolvendo cerca de 14 mil membros do Partido a que se acrescentou a participação de muitos amigos com os quais são partilhadas preocupações, pois foi preciso discutir o presente para construir o futuro. A preparação do Congresso do PCP foi o que os trabalhadores e o povo precisavam que fosse, ou seja, debate, intervenção, luta, projecto, esperança, coragem e confiança no futuro, olhando para a vida e para a evolução da situação nacional a partir dos interesses de classe dos trabalhadores e do povo, dos explorados e oprimidos.

Aqui queremos transformar a sociedade, queremos romper com injustiças e desigualdades, queremos abrir caminho a uma alternativa para o País, queremos a Paz, a democracia, queremos os valores de Abril no futuro de Portugal, afirmou ainda o Secretário Geral. Intensificam-se à escala global os mecanismos de condicionamento e controlo ideológico alicerçados em gigantescos grupos económicos que controlam os meios de comunicação e as redes digitais e procuram impor o pensamento único e iludir a natureza do capitalismo, pretendendo ocultar a exploração dos trabalhadores, a opressão dos povos, a brutalidade da guerra, a destruição dos recursos naturais.

Querem travar e atrasar a luta e a resistência dos povos, esconder as injustiças e os seus responsáveis e liquidar direitos, legitimar a escalada do militarismo, as sanções, os bombardeamentos, as ingerências, os golpes e calar quem luta pela Paz, querem ainda reescrever a história, incluindo a história da Revolução Portuguesa, promover o anticomunismo, o racismo, o ódio e concepções reaccionárias e fascizantes, a quem dão cada vez mais espaço e projecção, ou seja, querem esconder a natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora do capitalismo, que permite que as cinco pessoas mais ricas do mundo tenham duplicado a sua riqueza desde 2020, ao mesmo tempo que condena centenas de milhões de seres humanos à miséria mais absoluta, à fome, à doença evitável ou à falta de água potável, situação em que principalmente as crianças são vítimas.

Os últimos anos são reveladores da violenta ofensiva do imperialismo, com a sua escalada de confrontação e guerra, como vemos no Médio Oriente, na Palestina, no Líbano e na Síria, na Europa, nomeadamente na Ucrânia, na Ásia-Pacífico e noutras partes do mundo, numa escalada que poderá conduzir a um conflito mundial de sérias proporções e em que a NATO
com a sua acção belicista, o seu sucessivo alargamento e a sua intervenção de âmbito global, constitui perigoso instrumento, a que se associa a propria União Europeia, sem política autónoma, preferindo o seguidismo cego às orientações estado unidenses.

Por outro lado, o capitalismo procura contrariar o seu declínio relativo e a sua perda de domínio hegemónico, perante o desenvolvimento de um amplo processo inerente à institucionilização dos BRICS em crescente peso económico e político, com destaque para a China o principal opositor dos Estados Unidos. Este contexto exige o fortalecimento dos partidos comunistas e a sua cooperação, assim como a convergência de diversificadas forças numa ampla frente anti-imperialista, que trave e faça recuar os intentos do imperialismo e abra caminho a uma nova ordem internacional capaz de assegurar a Paz e a justiça nas relações entre os povos.

O XXII Congresso elegeu os novos dirigentes, incluindo a reeleição de Paulo Raimundo como Secretário Geral, e é com eles, com os militantes e simpatizantes que o Partido continuará a luta e o compromisso com os trabalhadores e o povo por um futuro melhor.

«Quem olhar para a história do PCP verificará que, desde os longínquos anos da sua fundação, nunca teve uma vida fácil, mas nunca desistiu. Ilegalizado quase à nascença, não aceitou a sentença da sua liquidação e partiu para a luta pela conquista da liberdade e da democracia, correndo os maiores riscos e atravessando as mais tenebrosas conjunturas», referiu Jerónimo de Sousa na sua intervenção no Congresso.