Em dia de festa para as forças de segurança do Comando Metropolitano do Porto, o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, defendeu medidas para a implementação de “um policiamento de proximidade e n projeção rápida de meios”.
O Comando Metropolitano do Porto (COMETPOR) da Polícia de Segurança Pública (PSP) assinalou, no passado mês de agosto, o seu 156º aniversário. A cerimónia, que decorreu no Auditório Municipal de Gondomar, contou com a presença do Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que aproveitou o momento para defender que “para ter mais polícias na rua há que fazer uma reorganização do dispositivo policial”. Segundo o Ministro, tal deverá passar pela concentração de meios, pela libertação de meios humanos com atendimento nas lojas do cidadão e freguesias e sistemas de videovigilância, monitorização e alarmística.
Durante o seu discurso, José Luís Carneiro admitiu ainda se sentir orgulhoso pela forma como o país organizou a Jornada Mundial da Juventude, salientando que o Porto contribuiu com 540 polícias para a iniciativa, e defendeu uma abordagem renovada para o futuro, “assente no policiamento de proximidade e na projeção rápida de meios”, assim como a reestruturação da PSP nas áreas metropolitanas. “Tal implica a concentração de meios, o adequado balanceamento do efetivo, entre as necessidades de atendimento ao cidadão e a presença policial, e o investimento em tecnologias orientadas para a segurança, desde os sistemas de videovigilância a centros de comando e controlo de nova geração”, acrescentou.
Também Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, participou na cerimónia e partilhou da mesma visão, anunciando mesmo que a nova sede de Divisão da PSP de Gondomar, em S. Cosme, irá albergar duas esquadras. “Assumimos que não faz sentido haver dispersão de meios físicos. Se temos duas esquadras a menos de um quilómetro, faça-se uma só”, afirmou o autarca.
Relativamente às reivindicações de melhores condições remuneratórias por parte dos profissionais de segurança, José Luís Carneiro adiantou que, este ano, haverá um aumento nas remunerações e abonos de 147 milhões de euros, relembrando ainda os 670 milhões de euros investidos em infraestruturas.
As origens do COMETPOR remontam ao século XIV, quando D. Fernando, para vigiar o sossego público, criou um corpo de agentes policiais denominado “Corpo de Quadrilheiros”. Em 1808 é criada a Guarda Real da Polícia do Porto, tendo surgido nesta altura o primeiro documento estruturado sobre o policiamento da cidade.
Mais tarde, em 1865, é criada a Agência Policial do Porto, com a finalidade de garantir a segurança e a ordem na cidade. No dia 6 de agosto de 1867, D. Luís I institui a Polícia Cívica na Cidade do Porto, diretamente subordinada ao Governador Civil do Distrito. É nesta cidade que, em 1922, surge a primeira e inovadora Brigada de Sinaleiros do país.
Com uma área de responsabilidade territorial de 264.07 Km2, o COMETPOR assegura a proteção dos seus 908 158 cidadãos e só no primeiro semestre do ano, a PSP deteve cerca de 500 pessoas em ações contra o tráfico de droga em bairros problemáticos, tendo apreendido mais de um milhão de doses, segundo a comandante Paula Penedo.
Contudo, a responsável explicou que “a segurança não se esgota no trabalho das polícias” e, para enfrentar o problema da toxicodependência, “são necessárias respostas multidisciplinares e integradas” que também envolvam autarquias, instituições de saúde e de ação social e componentes de integração profissional e habitacional.