O “Conservas Pinhais Factory Tour” comemorou um ano de existência, no passado dia 27 de outubro. Vocacionado para perpetuar o legado desta indústria viva, dando a conhecer o património material, imaterial, salvaguardando e valorizando a sua memória, este projeto já recebeu cerca de sete mil visitantes, oriundos de 51 países, desde a sua inauguração.
Por Tânia Durães
O “Conservas Pinhais Factory Tour” comemorou o seu primeiro aniversário, no passado dia 27 de outubro. Um ano depois da sua inauguração, este projeto, que visa perpetuar o legado desta indústria viva, dar a conhecer o património material, imaterial, salvaguardando e valorizando a sua memória, já recebeu cerca de sete mil visitantes, oriundos de 51 países.
De acordo com Patrícia Sousa, diretora da Marketing da Pinhais, “o Museu-Vivo da Pinhais representa a concretização de um sonho antigo, de poder partilhar, com qualquer pessoa do mundo, a tradição portuguesa de produzir uma conserva de sardinha única no mundo, representado um legado histórico, com mais de 100 anos. Obviamente, acreditamos contribuir para a criação de emprego no Porto e Norte e mais concretamente em Matosinhos, assim como acreditamos que representamos uma oferta turística, que vai para além da gastronomia, incluindo o turismo cultural, industrial e, claro, histórico de Matosinhos e de toda a região Norte do país”.
Para assinalar esta data, esta que é, segundo Jakob Glatz, CEO da Conservas Pinhais, “a fábrica de sardinhas mais bonita do mundo”, que já foi considerada “Travellers Choice 2022” pelo Trip Advisor, abriu as suas portas, gratuitamente, no dia 2 de novembro, a todos os que quiseram visitar este espaço, que proporciona uma viagem no tempo, que apela a todos os sentidos, remetendo cada visitante para o ano de 1920, enquanto percorre os azulejos e a tijoleira do chão de uma fábrica, que não mudou e onde tudo permanece igual, nomeadamente o antigo consultório médico e o escritório, no qual se recordam as folhas de pagamento e as encomendas, que levaram as latas de conserva para todo o mundo. O percurso continua pela produção, onde é possível visualizar centenas de mulheres a tratar do peixe oriundo da lota, que é cortado, passa pela salmoura e é cozido a vapor, enquanto outras cortam os ingredientes, que compõem as várias receitas da sardinha em conserva. Os processos são todos manuais e fazem-se como há 102 anos, até mesmo o empapelamento das latas, fase na qual os visitantes são convidados a participar. O tour culmina numa das salas mais imponentes do edifício, o Can-Tin Café, que contempla um espaço que acolhe o momento célebre da visita: a degustação, terminando na loja, com cerca de 100 metros quadrados, onde existe uma ampla seleção de conservas Pinhais e Nuri e peças de coleção.
“Nas visitas ao «Conservas Pinhais Factory Tour», ficou gravado na minha memória um senhor de nacionalidade francesa, que optou por ir numa das visitas em inglês, uma vez que não podia perder a oportunidade, só queria ver. Mas, ele não percebia muito do que eu dizia e o francês dele também era um pouco estranho, o que resultou num ataque de riso de ambos, na plataforma, dentro da fábrica, com o grupo todo a rir-se em conjunto, até chegarmos o Can-Tin Café, espaço de degustação que acolhe o último momento da visita. Esta situação só prova que uma barreira linguística, não é impedimento para existir boa disposição, no decorrer de um tour”, referiu Marta Dias, uma das mediadoras do Museu-Vivo.