DANIEL FERNANDES: UM ARTISTA QUE SONHA CANTAR NA TERRA QUE O VIU NASCER

Daniel Fernandes é natural de Alheira, em Pedroso, em Vila Nova de Gaia, mas vive, atualmente em Oliveira do Douro. O cantor contou, em entrevista ao AUDIÊNCIA, que a música foi entrando na sua vida através do coro em que participou da igreja católica da sua terra e que nela permaneceu até aos dias de hoje e falou sobre a sua história e as suas ambições.

 

 

Para quem não o conhece, quem é o Daniel Fernandes?

O Daniel Fernandes é um nome muito recente da música ligeira portuguesa, com um projeto que começou em 2017, ano em que comecei a lançar o meu primeiro trabalho discográfico, intitulado “Para ti sempre cantarei”, que saiu no início do ano de 2018. Daniel Fernandes é um lutador, é um sonhador, que tem, desde criança, este sonho de ser cantor e de ter as suas próprias músicas, ter o seu próprio público e animar multidões.

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Como começou a sua carreira musical?

Nós falamos de 2017, porque é o ano em que começa a surgir o nome artístico Daniel Fernandes, porque o Daniel Fernandes já canta, mais profissionalmente, desde 2007, ano em que ingressou numa banda de baile. O projeto Daniel Fernandes, cantor a solo, começou em 2017, isto é, o meu sonho tornou-se real a partir de 2017, na altura com o lançamento do meu primeiro trabalho, que foi projetado em 2017 e saiu para o mercado em 2018 e agora em 2020 já vamos no segundo trabalho.

 

Se pudesse destacar um momento da sua carreira, qual seria?

Um momento da minha carreira que eu destaco é a primeira vez em que eu pisei um palco, pois foi o acumular de emoções, foi o realizar de um sonho, obviamente, que foi cantar com uma banda de covers, eu que sempre idealizei ter o meu trabalho, mas esse foi o grande momento da minha carreira, porque foi o começar de uma carreira. Quando eu pisei um palco pela primeira vez, senti muito nervosismo, evidentemente, mas de coração cheio, porque foi sempre aquilo que eu quis, foi sempre aquilo que eu idealizei e foi o realizar de um sonho.

 

O Daniel Fernandes escreve as letras das suas músicas. Qual é a base da sua inspiração?

Grande parte das músicas deste novo trabalho, são músicas escritas por mim e isso foi sempre das coisas que eu idealizei, desde criança, aliás, desde que eu comecei a cantar no coro da igreja, eu sempre idealizei escrever as minhas músicas e cantar as minhas músicas e neste novo trabalho consigo, realmente, ter grande parte dos temas escritos por mim.

 

Dos dois discos que lançou, qual foi o mais importante para si?

O segundo disco, intitulado “Tu vais ficar louca”, que saiu agora em 2020, porque, primeiro, é um disco quase todo escrito por Daniel Fernandes, depois, porque tem a grande homenagem ao meu pai, que é a música “Saudade”. Eu posso durar muitos e muitos anos, mas eu acho que esta música para mim foi um vencer de batalhas, foi o escrever uma “carta de despedida”, porque nunca há uma despedida, uma vez que as pessoas estão sempre no nosso coração, apesar de terem partido, mas este novo trabalho faz com que eu me sinta bastante realizado. Eu já passei por alguns problemas a nível emocional, já tive alguns problemas psicológicos por não aceitar e, na altura, o meu médico disse-me que eu só me iria sentir bem no dia em que eu escrevesse uma carta e eu na altura sugeri: “vou escrever uma música para o meu pai” e em 2018 realizei, realmente, esse sonho, pois consegui escrever a música “Saudade”, que já começa a ser uma música conhecida e que já é associada ao Daniel Fernandes e, realmente, foi o acumular de felicidade o facto de eu ter conseguido escrever esse tema.

 

Portanto, o single “Saudade” é muito importante para si.

A música “Saudade” é o virar de uma página, não se pode dizer que seja o encerramento de um capítulo, porque as memórias vivem-se e continuam a ser vividas. A saudade, a dor de perda continua a ser vivida, mas, para mim, é uma grande vitória e é o virar de uma página, porque, realmente, eu, emocionalmente, fui-me muito abaixo com a perda do meu pai. Com o passar dos anos eu fui-me degradando psicologicamente e tive momentos menos bons. Posso contar que, em 2010, tive que ser medicado, porque não estava a aceitar a perda e só passados dois anos é que regressei novamente à música, em 2012, e, desde aí, nunca mais parei e depois comecei, então, a trabalhar neste novo disco a partir de 2017. A música “Saudade”, foi uma música que, quando eu me estava a ir abaixo novamente emocionalmente, surgiu da minha interiorização, das minhas conversas comigo próprio e da minha decisão de colocar um ponto final àquilo que eu não tinha posto há 20 anos atrás. O meu pai faleceu em 1998 e nós estamos a falar no ano de 2018. Um dia, triste, completamente abatido lembro-me perfeitamente de estar sentado na mesa a ver o meu filho, na altura com pouco mais de um ano, e as lágrimas caíam-me pela cara abaixo, porque eu já não sabia o que é que haveria de fazer a este sonho, pois sentia que o meu sonho se estava a desmoronar. Nesse dia, foi como se a minha estrelinha lá em cima me tivesse colocado a mão no ombro e, a partir daí, ganhei uma nova vida e comecei a escrever e foi quando eu escrevi, nesse mesmo dia, a música “Saudade”. Posso dizer que, a partir daí, a carreira musical do Daniel Fernandes transformou-se. Eu fiz questão de lançar o tema “Saudade” no dia do meu aniversário, em homenagem ao meu pai. Na altura o tema foi para o youtube e, quando ele se começou a espalhar, primeiro nas nossas comunidades portuguesas, em Portugal também, e depois a espalhar-se, neste caso, pelo mundo, e, hoje em dia, onde há comunidades portuguesas, o tema “Saudade” é um tema que faz parte da vida das pessoas, porque elas identificam-se muito com esta música, uma vez que realmente fala de uma perda, fala de saudade e as pessoas gostam muito do tema. Eu lembro-me perfeitamente do primeiro espetáculo que eu fiz em Bordéus e eu fui lá por causa da música “Saudade”, pois as pessoas chegaram até mim por causa da música “Saudade” e, na altura, era a primeira vez que eu a estava a cantar ao vivo e eu não consegui e eu lembro-me perfeitamente de ver as pessoas a chorarem e a cantarem comigo e quando acabou o espetáculo vieram falar comigo e disseram-me: “Daniel, este tema é fantástico, tu tens uma música fantástica” e isso para mim é um orgulho muito grande.

 

Com o que é que os espectadores podem contar quando forem assistir a um espetáculo seu?

Os meus fans, as pessoas que veem os meus espetáculos, o que veem é muita energia em cima de um palco, muita paixão e muita dedicação em cima de um palco. As pessoas apaixonam-se e têm-se apaixonado pelo Daniel Fernandes sempre o veem em cima de um palco, porque o Daniel Fernandes sente mesmo paixão pela música, pelo seu público, pelas suas pessoas. O Daniel Fernandes vive intensamente este sonho.

 

O Daniel Fernandes é uma presença assídua nas comunidades portuguesas. Sente o mesmo apoio no país e na terra que o viu nascer?

Em 2019 tive 30 espetáculos nas nossas comunidades portuguesas. Cá em Portugal, sinto uma pena enorme, sinto uma dor muito forte, principalmente por ver que isto não se transmite cá em Portugal ainda, principalmente, na minha terra. Eu sou de Pedroso e faço algumas festas, principalmente a Festa do Caneco, em que tenho lá ido todos os anos, e tenho de agradecer esse apoio ao presidente da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo, Filipe Lopes, e ao presidente da Junta de Freguesia de Avintes, Cipriano Castro, pois têm dado um apoio muito grande à minha carreira, mas, por exemplo, eu que cresci em Alheira, em Pedroso, e nunca tive a possibilidade de pisar o palco em Alheira e isso deve ser das coisas que mais me marcam. O Daniel Fernandes idealiza uma agenda mais completa de espetáculos cá em Portugal, crescer também não só lá fora, nas nossas comunidades, mas crescer muito em Portugal.

 

Acredita que Vila Nova de Gaia apoia o Daniel Fernandes?

Sim, por exemplo, eu já conversei durante este ano com a Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, onde estou a residir atualmente, com a Junta de Freguesia de Canelas e eu penso que, realmente, Vila Nova de Gaia está-se a começar a abrir ao Daniel Fernandes. Atualmente, a minha dor mesmo é não conseguir cantar em Alheira, para as pessoas que me viram crescer, para as pessoas que seguiram Daniel Fernandes, que conhecem o Daniel Fernandes e essa é, realmente, a minha maior dor, porque eu tenho lá as minhas raízes, tenho lá a minha família.

 

Quais são os seus projetos para o futuro?

Para o futuro, apesar de eu ter acabado de gravar um novo trabalho, já estou a começar a projetar o terceiro disco e já estou a começar a escrever as músicas para o meu terceiro álbum. Depois de eu ter tido um tropeço muito grande na minha carreira, eu acho que hoje estou muito dedicado, estou com muita fé neste projeto, no projeto que é Daniel Fernandes. Para 2020, estou a trabalhar no lançamento de novos singles e para 2021 eu estou já a trabalhar na formação de banda, para o projeto Daniel Fernandes com banda.