Elogio do Fantoche:
“…volto-me a cada passo para esse mundo tão rico de alegria, dramatismo e cor, donde recebo sempre novas forças de inspiração. Os arraiais, as feiras, a vagabundagem pelas ruas, são os meus campos de observação e prazer, aí, visito a pureza e a aurora das artes, longe de modas e correntes estéticas de importação, que muitas vezes nos agrilhoam ao efémero, quando não a raízes e linguagens alheias.
Diante de um belo espectáculo de bonifrates – estamos todos como há milénios (no Egipto dos faraós, na remota China, na Grécia, em Roma), quando isso começou a ser feito diante de olhos e sentidos humanos, para divertimento e esclarecimento do respeitável público.” págs. 3 e 4 – Roberta/Romeu Correia
O Dia Mundial da Marioneta festeja-se todos os anos a 21 de março. Este dia surgiu por ideia do teatro iraniano Dzhivada Zolfagariho que a sugeriu em 2000 no XVIII Congresso da União Internacional da Marioneta (UNIMA), em Magdeburg. Em 2002, em nova reunião da UNIMA em Atlanta, esta entidade estabeleceu a data de 21 de março para a celebração, tendo a efeméride sido comemorada pela primeira vez em 2003.
A UNIMA-Portugal nasceu em 15 de Maio de 1989 num movimento associativo dos marionetistas portugueses profissionais e amadores e todos os interessados na Arte da Marioneta.
A reunião fundadora decorreu na cidade de Évora em 1989 com o patrocínio dos Bonecos de Stº Aleixo. Foi eleito como Presidente, José Russo, marionetista dos Bonecos de Stº Aleixo – Évora. Em 1993 foi eleito Presidente, José Ramalho marionetista das Marionetas de Lisboa e em 1997 foi eleito Presidente, Queiroga Santos marionetista do Teatro de Água Acesa – Matosinhos.
Ao longo desta breve História da UNIMA-Portugal, realizaram-se várias iniciativas a nível nacional e internacional. Em 2002, em nova reunião da UNIMA em Atlanta, esta entidade estabeleceu a data de 21 de março para a celebração, tendo a efeméride sido comemorada pela primeira vez em 2003. (informação Unima)
Entre as muitas actividades promoveram-se os encontros da Marioneta Portuguesa em Évora e Almada., e o mais importante, a criação dos Festivais de Marionetas de Lisboa e o FIMP-Porto.
Este ano o Museu das Marionetas do Porto reabre dia 21 com uma “viagem” a espectáculos icónicos, sob o título Universo Onírico.
Segundo Isabel Barros,directora, o museu “continua a ser sempre em torno do autor, do fundador das Marionetas do Porto, João Paulo Seara Cardoso, uma vez que o próprio Museu das Marionetas do Porto é um museu de autor”. As alterações mais significativas se prendem “com a criação de quatro novas vitrinas e o consequente aumento da área expositiva, que inclui uma sala de exposições temporárias, disponível para outras companhias de teatro de marionetas”
Outra das mudanças prende-se com o espaço dedicado à experimentação, onde é possível manipular as marionetas, bem como trabalhar com as luzes, o som e o vídeo, numa divisão que agora se encontra em condições ainda “mais apelativas”.(Lusa)
João Paulo Seara Cardoso (1956-2010) encenador e diretor artístico das Marionetas do Porto teve a ideia e o sonho de criar um Museu das Marionetas. Em 2002 foi alugado o espaço na Rua das Flores 22, um imóvel que estava praticamente em ruína e onde foram feitas obras profundas. O Museu das Marionetas do Porto viria a ser ali inaugurado a 3 de Fevereiro de 2013, data de aniversário de João Paulo Seara Cardoso. A especulação imobiliária, da qual a cidade do Porto foi , e é vítima, afetou o imóvel da Rua das Flores, 22, e implicou uma mudança de instalações para a Rua de Belomonte 61, edifício junto à sede da companhia, do Teatro de Belomonte.
Nesse espaço, vizinho à minha Escola Superior Artística do Porto/ESAP, tivemos a oportunidade de uma convivência artística que nos permitiu com os nossos alunos de teatro e belas-artes, visitar inúmeras vezes as instalações do novo museu, para deleite dos estudantes. Actualmente o novo espaço do Museu dispõe de dois andares, nos quais estão expostos cartazes, peças de cenografia, fotografias, adereços, marionetas e vídeos de peças e documentários, sendo também um espaço para a discussão do papel da marioneta no teatro contemporâneo.
O Museu das Marionetas do Porto é uma verdadeira joia no Centro Histórico da Cidade.
In Memoriam Fernanda Lapa: Cinco anos depois da morte de Fernanda Lapa (1943-2020) e trinta da criação a companhia, Cucha Carvalheiro dirige um espectáculo que não só recorda aquela actriz e encenadora, como celebra o acto de representar, de encenar e de se estar no teatro. Deseja-se Fernanda!, que se estreia no Teatro Municipal São Luiz, tem texto de Ana Lázaro e encenação de Cucha Carvalheiro, que, juntamente com Fernanda Lapa, fez parte do grupo de mulheres fundadoras daquela companhia de teatro em 1995. (informação da Companhia- Escola de Mulheres/Teatro São Luiz)
Condecorações, algumas chegam a tempo, outras tardes demais: O Presidente da República homenageou os mais de 40 anos de carreira de Fernando Mendes, que recebeu o grau de Comendador da Ordem do Mérito no Palácio de Belém. PÚBLICO- 7 de Março de 2025.
O Presidente da República homenageou no Dia Internacional das Mulheres, Celeste Caeiro, que a 25 de Abril de 1974, espontaneamente, distribuiu cravos vermelhos aos militares revoltosos, assim dando nome à `Revolução dos Cravos`, como ficou conhecida em Portugal e no mundo”. A Ordem da Liberdade destina-se a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade.
“Celeste Caeiro, que partiu em novembro passado, mas continua connosco, pelo seu gesto e pelo seu compromisso, foi assim condecorada, a título póstumo, pelo Presidente da República, como Oficial da Ordem da Liberdade”.( nota divulgada na página da Presidência da República- citada pelo Observador-João Porfírio)
O príncipe Frederik de Nassau, da família real de Luxemburgo, morreu aos 22 anos no dia 1º de março de 2025. Ele enfrentou uma batalha contra uma doença rara chamada POLG, que é uma doença mitocondrial. A notícia foi confirmada por várias fontes, incluindo a Fundação POLG, que Frederik criou em 2022. Li que a despedida com os seus pais e irmãos tinha sido muito emotiva. Pela sua juventude e pelo rosto, lembrou-me o príncipe Hamlet, também ele lutou com “doenças raras” no palácio de Elsinore, para o qual ele próprio escreveu o seu breve epitáfio pela mão de Shakespeare …” O resto é silencio”