Em 2016, a SIC apresentou um “programa que testa a capacidade de intervenção dos portugueses na defesa do outro, a partir de situações ficcionadas”. Os casos de descriminação são múltiplos e diversificam-se, tanto no país como no mundo. Seja pela a dita descriminaçao positiva, com o efeito de fechar os olhos à meritocracia, como a descriminação negativa, desde o preconceito e à exclusão. Mas podemos pintar o cenário da pior forma, ou ver por outra perspectiva. Sendo que cada um é uma realidade própria e todos nós estamos sempre a aprender. Na vida o erro é uma excelente oportunidade e um enorme professor. 1)
Após estes pontos prévios, no canal 11, segundo os comentadores no Futebol Total, do dia 15.05.2024, alerta para uma a lição a retirar, tanto pelos dirigentes, como pelos treinadores, aproveitando a comparação dos casos Rúben Amorim e Álvaro Pacheco, ao tratarem de questões profissionais relacionadas com os seus futuros. Primeiro caso, Ruben Amorim reúne-se com David Moye do West Ham, devidamente autorizado e com o conhecimento do clube lisboeta, com direito a foto à entrada do avião. No segundo caso, Álvaro Pacheco, reunindo num restaurante em Lisboa, com registo fotográfico indiscreto, do encontro com o Cristiano Dresch, do Cuiabá, também com a aprovação e o conhecimento do clube do berço da nação. Enquanto o treinador sportinguista após a chegada de Londres, no sábado, antecedendo o jogo, assume o erro publicamente, o treinador do SC Vitória, não vê fundamento para assumir qualquer erro. 2)
Grandes diferenças? 1º) Segundo o Presidente do SC Vitória o encontro não aconteceu “forma discreta e totalmente sigilosa” e num “completo desrespeito pelas condições acordadas”. Já os responsáveis do Sporting não deram qualquer ênfase, a qualquer foto ou publicação desta saída. 2º) O Sporting CP tem relações entre o treinador, jogadores, direcção e adeptos, também pelo efeito dos resultados positivos, muito fortes. Enquanto que no lado de Álvaro Pacheco, agudizam-se após 2 derrotas com Rio Ave e Braga em casa.2)
Vamos então colocar as situações em pé de igualdade: Se o treinador Álvaro Pacheco a 5 jornadas do fim e a dois triunfos de ser campeão nacional e com a possibilidade da conquista da Taça de Portugal, tem o mesmo procedimento, qual seria a reação dos dirigentes e massa associativa do SC Vitória? Relembrado, Ruben Amorim assume que “o timing foi completamente desajustado, “…ainda para mais quando – é – tão exigente com os – seus – jogadores….” e que”… por muito menos já – retirou – jogadores do plantel” Se o treinador leonino, pede desculpa pelo “erro” e, por essa razão, pedindo desculpa aos adeptos, ao staff e aos jogadores, mas não estando nem perto de ganhar o Campeonato, nem Taça de Portugal, qual seria o procedimento dos dirigentes do Sporting Clube Portugal? 2)
Ambos clubes, como massas associativas muitos exigentes com os seus treinadores e dirigentes, enquanto num clube enfatiza-se uma foto e divide-se a responsabilidades, num contexto difícil e adverso, noutro clube minimiza-se a foto e assume-se o erro individual, para além do exemplo dispar do pedido, num contexto fácil e vitorioso. 2) Onde está a diferença? Onde está o destoar de cada caso? No contexto? Nos treinadores? Nos dirigentes?
Nem a culpa deverá morrer solteira num contexto favorável, nem ser castradora num contexto desfavorável, mas sim, assumirem cada uma das partes, as suas funções, os seus papéis e principalmente responsabilidades, independentemente dos contextos. Pois conforme, defendia Mandela: “aquele que muda os seus princípios com base na pessoa que tem à sua frente, não tem capacidade para liderar uma nação”. Todos queremos treinadores e dirigentes líderes, como tal, treinem as vossas competências pessoais e sociais, não somente o resultado do contexto. Pois quando isso acontecer, não se queixem, porque o contexto hoje decide a minha a vida, mas amanhã poderá decidir a sua.
2) https://www.record.pt/