“É UMA AVALIAÇÃO IMPORTANTE PARA A MELHORIA DA QUALIDADE”

Os ciclistas da Zona A, na categoria Juvenil, dirigiram-se até ao Estádio do CF Canelas, no dia 12 de março, para os testes de avaliação. Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, esteve presente, e explicou ao Jornal AUDIÊNCIA a importância destas sessões de avaliação para o reajuste nos treinos e, consequente, melhoria dos atletas. Joaquim Leite, ex-ciclista e empresário gaiense, também marcou presença nas provas.

 

 

No dia 12 de março, o Estádio do CF Canelas, recebeu os testes de avaliação de ciclistas da Zona A, na categoria Juvenil. O ciclismo está dividido em duas zonas, a A e a B, sendo que a Zona A remete-se a toda a região que fica a norte de Pombal, e, por sua vez, a Zona B diz respeito à área geográfica a sul de Pombal. “Todos os anos fazemos duas ou três sessões de avaliação dos atletas, da Categoria Juvenil, para, no fundo, avaliar as características, se é velocista, se é fundista. São características importantes para a base de dados de cada ciclista”, disse Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo. Infelizmente as condições atmosféricas não foram as melhores, a chuva não deu tréguas, mas, como o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo disse, e bem, “a vida é mesmo assim”, e no dia a dia de um ciclista, ele tem de contar com a possibilidade de haver chuva e frio. Quanto ao Estádio do Canelas, Delmino elogiou as condições do espaço, uma vez que “mantém sempre a mesma distância”.

O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo explicou ao Jornal AUDIÊNCIA a importância destas sessões de avaliação. “Não é propriamente para ver quem é o melhor, é avaliar as capacidades de cada um e dar essa informação aos treinadores, para que cada um consiga orientar corretamente os seus atletas (…) muitas vezes, pequenos sinais que nós recolhemos aqui nestes testes, nas avaliações, vão ajudar, vão justificar as políticas e também a forma como vamos trabalhar com os atletas. É muito importante, mas não é uma corrida. É uma avaliação importante para a melhoria da qualidade”, disse Delmino.

O presidente da Federação de Ciclismo deu como exemplo Ivo e Rui Oliveira, os gaienses que são, hoje, grandes nomes do ciclismo nacional e internacional, e que, nos seus tempos de formação, também passaram por testes como estes. “Passaram por este processo. O que é certo é que quando chegaram à idade de 18 anos, o Ivo e o Rui Oliveira já eram corredores com uma inteligência competitiva muito evoluída, portanto, perfeitamente modernos, já com uma visão, com conhecimento e com uma experiência fundamental para o seu futuro. Aqui aprende-se muito daquilo que se chama inteligência competitiva e aprende-se na altura certa, que é quando eles são jovens”, salientou Delmino Pereira.

“O ciclismo é uma modalidade, obviamente, dispendiosa”, afirmou o presidente, que também admitiu que, á semelhança do que acontece na maioria dos desportos, são os encarregados de educação que financiam a maior parte, se não a totalidade. Entre equipamento, capacete, bicicleta, e muitas outras exigências, “um ciclista custa, no mínimo, 1000€”, contou.

“Os clubes também têm as suas capacidades financeiras, alguns têm patrocínios pequeninos, sempre dos municípios, vivem muito de voluntariado dos seus diretores, dos seus dirigentes”, explicou ainda Delmino sobre a realidade da modalidade. “A Federação também investe na área da formação, não é suficiente, mas é o que pode e o que é aceitável, sendo que, na generalidade do ciclismo, nestas categorias, poucos são os clubes que aplicam mensalidades aos atletas (…) alguns clubes já aplicam, mas são sempre mensalidades simbólicas. O que é certo é que não temos bilheteira, não temos outras fontes de receita, a nossa realidade é esta há muitos anos”, terminou o presidente da Federação Portuguesa do Ciclismo.

De notar, a presença do ex-ciclista das décadas de 60 e 70, Joaquim Leite, nas provas. O ex-campeão continua, diariamente, ligado à modalidade, uma vez que é empresário do ramo das bicicletas e fez questão de ir dar uma vista de olhos àqueles que representam o futuro do ciclismo em Portugal.