Depois de ter sido distinguido na XX Gala AUDIÊNCIA, que se realizou no passado dia 24 de fevereiro, no Auditório de Olival, em Vila Nova de Gaia, com o Troféu Filantropia 2024, na qual não conseguiu estar presente, Eduardo Reis recebeu este galardão, a 28 desse mesmo mês, pelas mãos de Joaquim Ferreira Leite, diretor deste órgão de comunicação, na Villa Soledade, na Trofa.
Eduardo Reis nasceu a 14 de novembro de 1932, na Trofa, e aos 18 anos emigrou para a Venezuela, onde singrou na área da construção civil, estabelecendo-se como um próspero e dinâmico empresário. Em Caracas, casou, foi pai de quatro filhos, Fernando, Eduardo, Carlos e Luciano, e desenvolveu uma intensa e marcante ação solidária, filantrópica e cultural, tendo sido promotor e sócio do Centro Social Português nesta cidade, assim como da Igreja Nossa Senhora de Fátima, do Instituto Português de Cultura, e do Rotary Clube Macaracuay de Caracas, entre outras instituições. Em 1979, regressou à terra que o viu nascer e após a morte do seu filho Carlos, em 1997, em Caracas, decidiu criar a “Reislândia”, em sua homenagem, transformando o jardim da sua casa na Trofa, Villa Soledade, num verdadeiro museu ao ar livre, onde critica a religião, a sociedade e escreve pensamentos e frases filosóficas em lápides, mantendo vivas as suas memórias. “O meu filho morreu nos meus. A namorada baleou-o com três tiros e depois suicidou-se. Não há maior tortura do que levar um filho à sepultura”, afirmou o comendador, garantindo que “quem passa por aqui, diz que esta casa é única no país. A Trofa é o meu país e a minha casa é o meu mundo”.
Apaixonado pela escrita e pela leitura, colabora com a imprensa local e é também autor de três livros, nomeadamente “Memória de um emigrante diferente”, “Mulher Fatal e Paradoxos e Religiosas Contradições” e “Trágicos Destinos – Três Terríveis Tragédias”.
Por ser um verdadeiro cidadão do mundo, com uma visão humanista, o comendador Eduardo Reis foi uma das individualidades distinguidas na XX Gala AUDIÊNCIA, que decorreu no passado dia 24 de fevereiro, no Auditório de Olival, em Vila Nova de Gaia, e se destinou, à semelhança das restantes, a premiar pessoas, instituições e empresas, que se destacaram pelos seus feitos. Porém, uma vez que não conseguiu estar presente nesta cerimónia, o galardoado apenas recebeu o tão merecido Troféu AUDIÊNCIA Filantropia 2024, a 28 de fevereiro, na sua casa, Villa Soledade, na Trofa, pelas mãos do diretor deste órgão de comunicação, Joaquim Ferreira Leite.
Recordando o seu percurso de vida, o distinguido contou ao AUDIÊNCIA, que foi a Universidade do Minho que lhe atribuiu o título de comendador, evocando o facto de ter sido o principal promotor dos monumentos ao Padre Adélio e ao Dr. Padrão, na Trofa, assim como sócio fundador do Lar do Emigrante Português no Mundo, em Covelas, e sócio honorário do Rotary Club de Famalicão, tendo sido já distinguido com o título Paul Harris pelo Rotary Internacional.
“Os meus pais eram agricultores, mas eu não gostava e, desde pequeno, sempre sonhei poder estar entre os grandes”, revelou Eduardo Reis contando que “quando emigrei, tinha 18 anos e a quarta classe. Na altura, fui trabalhar para uma empresa da área da construção civil e os chefes eram todos americanos, então eu comecei logo a estudar inglês. Eu trabalhava de dia e de noite praticava o inglês e quando chegava ao trabalho já comunicava com eles, porque eles falavam muito mal espanhol e isso fez com que eu evoluísse muito rapidamente. Eu sempre fui muito inteligente e aos 20 anos já era empreiteiro”.
Aos 22 anos, Eduardo Reis decidiu criar uma empresa construtora, pois sempre foi muito dinâmico. “Na ocasião, eu disse aos meus chefes que já era tão competente como eles, então decidi criar o meu próprio negócio e eu mesmo comprava os terrenos e construía. Portanto, eu era o proprietário, o construtor e o vendedor. Eu nunca paguei comissões nem de venda, nem de compra, nem de nada, porque eu sou e lutei para ser um homem diferente”, sublinhou o galardoado, ressaltando que “antes de fazer 50 anos eu fechei a empresa construtora e dediquei-me a viajar pelo mundo e visitei mais de 60 países, porque eu tinha uma mentalidade diferente”.
Assegurando que “eu aceitei esta distinção com toda a humildade”, o comendador enalteceu que “Eu troquei o cristianismo pelo humanismo e sou 100 por cento humanista e procuro sempre ajudar o próximo. Nós somos todos filhos da natureza e toda a natureza nasce, vive, sofre morre e desaparece eternamente. Então, temos de aceitar com resignação que nada é eterno”.