A Associação Recreativa de Canidelo foi o palco do ato de instalação dos novos órgãos autárquicos da Junta e Assembleia de Freguesia de Canidelo, para o quadriénio 2021-2025. No contexto do último sufrágio, ocorrido no passado dia 26 de setembro, Maria José Gamboa viu renovada a confiança dos canidelenses e iniciou, assim, no passado dia 16 de outubro, aquele que será o seu terceiro e último mandato à frene dos destinos da freguesia.
Maria José Gamboa foi reeleita presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, pelo Partido Socialista (PS), e, durante aquele que será o terceiro e o seu último mandato, vai liderar os destinos dos canidelenses, tendo ao seu lado os vogais Manuel Ferreirinha, Graciete Lourenço, Fernando de Carvalho Barrias, Sandra Sampaio de Freitas, José Teixeira Cardoso e Susana Moreira, que foram nomeados com 12 votos a favor e sete em branco.
Na cerimónia de instalação dos novos órgãos autárquicos, foi, ainda, eleita a Mesa da Assembleia de Freguesia, para o quadriénio 2021-2025. Neste contexto, Dália Eira foi eleita presidente, pelo PS, e vai suceder a Célia Correia, enquanto Maria de Fátima Ferreira de Sousa foi designada 1ª Secretária e Marco António Rodrigues 2º Secretário. Esta foi a única lista apresentada e foi aprovada com 11 votos a favor e sete em branco.
Num discurso repleto de emoção, Célia Correia, presidente cessante da Mesa da Assembleia de Freguesia de Canidelo deixou, em jeito de despedida, uma palavra “aos eleitos que me acompanharam nos últimos 8 anos, enquanto presidente da Assembleia e uma palavra de gratidão aos funcionários da Junta de Freguesia”. Afirmando que “a quem me vier suceder, só posso desejar muito boa sorte. Que tenha a mesma sorte que eu tive. Muitas felicidades”, a presidente cessante da Mesa da Assembleia terminou a sua exposição agradecendo “à doutora Maria José Gamboa, pelo privilégio que me deu de ser a sua presidente da Assembleia. É algo que eu vou guardar eternamente. Foi um orgulho e uma honra muito grande”.
Concluídos os momentos formais, chegou a ocasião das intervenções, que foi inaugurada por João Pereira, representante do Chega, que referiu que “devemos criar pontes entre as várias associações, coletividades e os grandes setores de atividade, de forma a poderem colaborar e juntar forças, não deixando ninguém para trás”, porque “para evoluirmos todos são necessários e todos merecem as mesmas oportunidades”.
Por outro lado, o representante da Coligação Democrática Unitária (CDU), Paulo Peres, assegurou que “como eleito da CDU, iremos coordenar a nossa linha de orientação e trabalho por três vetores que eu considero essenciais: ver, ouvir e agir”. Desafiando o executivo a mudar o facto de Canidelo ser “essencialmente, uma freguesia dormitório”, o deputado destacou que “podem contar com a CDU para trabalhar e sempre que quiserem o nosso contributo, nós estaremos lá”.
Seguidamente, as intervenções prosseguiram com Paulo Mouta, representante do Bloco de Esquerda (BE), que revelou que “sempre defendi que, ao nível das autarquias, aquilo que nos separa é bem menor, do que ao nível da política nacional”, salientando que “a responsabilidade que todos devemos assumir e tomada, para nós, como algo de importância maior, independentemente das nossas origens, da nossa classe social ou profissional, as nossas ideias, a nossa moral”. Para o deputado bloquista, “será um mandato de quatro anos, onde tenho a certeza que será feita política local, ao nível mais elevado, como tem sido feito até aqui, com todas as diferenças, obviamente, mas para servir, exatamente, o mesmo propósito”.
Também o representante da Aliança Democrática, Rui Costa, dirigiu a palavra aos presentes, reconhecendo “Célia Correia pela sua dedicação” e afirmando que “teremos mais quatro anos de trabalho árduo, aqui, na freguesia, para lutar em prol das melhorias das condições de vida dos canidelenses”. Porém, o deputado fez um reparo e lamentou “o facto de nos ter sido demonstrada a indisponibilidade de uma empresa de referência na freguesia, o cantinho das aromáticas, que não teve abertura para nos receber”, evidenciando, ainda, que “a freguesia mantém-se um dormitório” e que espera “que tenham especial atenção, ao longo do próximo mandato, dado que nos últimos 8 anos a freguesia sofreu uma total estagnação”.
Já Eduardo Gomes, representante do Partido Socialista (PS), asseverou que espera “um trabalho profícuo, para que, em conjunto, possamos ajudar a resolver os problemas e os anseios dos canidelenses”, saudando Célia Correia, “que dirigiu esta Assembleia por um período de oito anos, com uma estreita dedicação e enorme dignidade” e declarando que “a confiança dos canidelenses, para nós, é uma honra e, ao mesmo tempo, uma enorme responsabilidade”.
Por seu turno, Dália Eira, presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Canidelo, fez questão de “agradecer a todos os elementos da anterior Assembleia de Freguesia de Canidelo, o trabalho que desenvolveram” e “aos colaboradores da Junta de Freguesia”.
Admitindo não ter qualquer dúvida de que “nesta Assembleia vai entrar a humanidade, entre todos os elementos e forças políticas, tendo em vista a dignificação do trabalho autárquico”, a presidente da Mesa da Assembleia afiançou que espera “que cada um de nós tenha sempre como intuito, o superior interesse da nossa comunidade”, reforçando que “os contributos de todos vão ajudar a construir uma freguesia melhor e, consequentemente, acrescentar valor ao município de Gaia”.
O discurso de Maria José Gamboa, presidente reeleita da Junta de Freguesia de Canidelo, foi de agradecimento e ficou marcado por uma visão sobre a relevância e o papel da política local, sendo que, para a autarca, “a política faz-se com as pessoas que têm os seus sentimentos, os seus valores, a sua forma de estar na vida e, sobretudo, uma enorme crença nos homens e nas mulheres pelos quais lutam”.
A presidente da Junta de Freguesia de Canidelo prestou uma homenagem a Célia Correia, presidente cessante da Mesa da Assembleia de Freguesia, atestando que “foi uma pessoa que fez connosco um caminho de muitos anos, não só na Assembleia de Freguesia” e garantindo que “o povo de Canidelo talvez não tenha muita noção do quanto lhe deve também. O movimento associativo terá alguma noção, por certo, do quanto lhe deve realmente”. Neste seguimento, a autarca também se dirigiu a Dália Eira, presidente eleita da Mesa da Assembleia de Freguesia, dizendo que “é uma pessoa que tem feito, connosco, um conjunto de caminhos na freguesia, é uma personalidade profundamente solidária e reflexiva sobre a forma como se faz política e é, também, para mim, uma garantia de que em Canidelo temos crescido nesta reflexão”.
As palavras proferidas por Paulo Mouta, representante do Bloco de Esquerda, também foram agraciadas pela edil, porque “em Canidelo também se faz política com dignidade e com elevação e essa é a melhor compensação que nós podemos ter de toda a gente que também faz caminho connosco e este reconhecimento de que nós somos capazes de, em conjunto, construir mais e melhor”.
Explicando que a vida política é “nós tentarmos correr sempre atrás das ideias, atrás dos valores e atrás da nossa capacidade de acreditarmos naquilo que somos e naquilo que os outros são” e é “estar com as pessoas e com o caminho que as pessoas têm dentro de si e aquilo que elas mais ambicionam venha a acontecer”, a presidente da Junta de Freguesia de Canidelo enalteceu que “o bem maior é nós continuarmos a combater um conjunto de dimensões, que nós identificamos, como as desigualdades, a luta contra a pobreza, o sofrimento das pessoas, particularmente das crianças e dos idosos, o estar perto, muito perto”.
Acreditando que a política é “mudar o mundo, mudar as rotas, mudar os caminhos, às vezes fazer os caminhos de forma diferente, mas não deixar que as pessoas sintam que não estamos por perto”, Maria José Gamboa esclareceu que “o olhar do povo, a ternura do povo e a raiva do povo são, na verdade, grandes alianças que nós temos, para a construção do nosso caminho”.
“Eu sou, com muito orgulho, a presidente dos canidelenses”, declarou Maria José Gamboa, desejando que “o caminho seja, exatamente, o caminho de grande fé nos homens e mulheres de Canidelo” e que “consigamos, na verdade, transformar Canidelo numa comunidade, que é isso o que nos faz falta”.
No final da exposição, a autarca deixou uma palavra de agradecimento aos trabalhadores da Junta de Freguesia, sublinhando que “gostava que eles fossem pessoas felizes, com um trabalho digno, bem pagos e respeitados, sempre”.
Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, encerrou os discursos políticos, e começou por reiterar que “estamos aqui para trabalhar”, respondendo, posteriormente, aos deputados que alegaram que a Freguesia de Canidelo se tinha transformado num dormitório”, sustentando que “eu acho que nos podemos orgulhar e que a doutora Maria José Gamboa pode orgulhar-se de dizer que prometeu isto e fez mais do que prometeu, além do que prometeu, e há muita gente que passando o tempo numa freguesia dormitório, verdadeiramente, porque ficou a dormir, acha que pode apresentar-se como uma renovação, quando, na verdade, atrás de si, a única coisa que tem é, de facto, um enorme desejo, porque não se vê absolutamente nada daquilo que tenha sido feito”, acrescentando que “acho estranho que quem passa três anos e oito meses a dormir, depois queira, de alguma forma, que a sua freguesia não seja um dormitório”.
Subsequentemente, o autarca dirigiu-se ao “meu amigo Luís Alves, do Cantinho das Aromáticas, que tem um trabalho legitimado e feito nesta freguesia de Canidelo e que teve o azar de ter sido escolhido pela Câmara Municipal, para fornecer uns pacotinhos de chá, para os idosos de Vila Nova de Gaia”, mencionando, em retorno às declarações prestadas por Rui Costa, representante da Aliança Democrática, a importância mencionando a importância de se falar com respeito sobre as entidades, ”pois são empresas, como esta [Cantinho das Aromáticas], que nos representam e nos dignificam”.
Agradecendo a Maria José Gamboa, pelo trabalho que tem feito, Eduardo Vítor Rodrigues, apontou que a presidente da Junta de Freguesia de Canidelo “fez uma coisa que é muito importante, passou Canidelo para o século XXI, no que diz respeito às práticas políticas. Deixou as vaidades, deixou a autopromoção, (…) e foi uma parceira inestimável”, realçando estar presente “para trabalhar e para fortalecer a Freguesia de Canidelo, como a grande freguesia que é. Estou disponível, ao mesmo tempo, para que, cada um, faça o balanço do que foi feito em oito anos de mandato e aquilo que foi feito nos 16 anteriores e para comparar quando é que a freguesia parou, ou quando é que a freguesia andou”.