“ESTA É UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE QUE O PSD TEM DE SER GOVERNO JÁ EM 2020”

Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, foi eleito líder do PSD/Açores a 29 de setembro. Em entrevista ao Audiência, o social-democrata falou sobre os desafios que se aproximam a nível interno, bem como sobre o caminho a percorrer até às eleições regionais de 2020.

2820 militantes do PSD/Açores exerceram o seu direito de voto nas eleições diretas para a liderança do partido. Este número representa um aumento de 53,8% face ao ato eleitoral anterior, o que para Alexandre Gaudêncio é sinal de que “o partido [social democrata] está vivo e recomenda-se”.

O agora líder dos sociais-democratas açorianos alcançou a vitória com 60,9% dos votos, enquanto que Pedro Nascimento Cabral, seu opositor, obteve 37,5%.

Ainda na noite das eleições, após o resultado ser conhecido, Pedro Nascimento Cabral referiu que “este PSD vai manter-se unido” para alcançar o objetivo de “ganhar ao partido socialista em outubro de 2020”.

No fim da noite eleitoral, Alexandre Gaudêncio afirmou no seu discurso que “a partir deste momento este é um PSD/Açores de todos e para todos”, querendo fazer deste um partido unido e com uma única voz no combate contra o Partido Socialista, que governa a Região há 22 anos.

O social-democrata afirma ainda querer devolver “a mística das vitórias ao PSD/Açores”, mostrando-se convicto ao afirmar que nas próximas regionais de 2020 “o PSD/Açores será Governo na Região Autónoma dos Açores”.

 

 

Até aqui o seu lema tem sido “Rumo à Vitória”. A partir de agora vai continuar a ser?
Sim. Antes de mais quero aproveitar aqui o ‘Audiência’ para dizer que é importante termos boa comunicação social que possa transmitir a nossa mensagem, e desde já agradecer este convite para falar já em nome do partido [social democrata] após as eleições internas. O “Rumo à Vitória” foi um lema de campanha, e é um lema que nós queremos continuar a ter sempre presente porque o nosso objetivo é sempre a vitória. Nós temos agora dois confrontos mais perto, nomeadamente as eleições europeias e as nacionais. Vamos partir sempre com a ambição de ganhar as eleições, sendo que a primeira vitória é termos um lugar elegível na lista de deputados ao Parlamento Europeu.
Para isso vamos também, como disse, dizer ao líder do partido (Rui Rio) que os Açores têm que estar forçosamente representados em lugar elegível para a Europa. Este será o primeiro combate, se bem que tem que haver essa condição, e se querem apostar também nos Açores relativamente à vitória Regional em 2020, têm que dar já este primeiro passo, que é colocar os Açores num lugar digno para o Parlamento Europeu. Mas, o “Rumo à Vitória” é um lema que queremos continuar a ter sempre presente no nosso dia-a-dia.

 

Falou sobre a representação no Parlamento Europeu. Já há nomes?
Não, ainda não há. Agora estamos a preparar o congresso. Depois do congresso é que vamos, oficialmente, estar eleitos. Só depois vamos estar na rua a liderar o partido. Mas neste momento não há nomes.

 

Voltando novamente ao dia das eleições. Houve uma diminuição da abstenção por parte dos militantes. O que é que isto significa para si e também para o partido?
Sim, houve um aumento de cerca de 53% na participação dos militantes relativamente às últimas diretas. Estamos a falar de cerca de 3000 militantes que votaram nestas últimas eleições, o que é representativo, tendo em comparação anteriores atos eleitorais. Foi a maior participação de sempre no partido em eleições internas, o que denota que o partido está vivo e que os militantes também se envolvem. Agora há ainda um longo caminho a fazer. Estamos a falar de uma taxa de abstenção a rondar os 75%, o que para nós também não é digno, portanto, a nossa ambição é sempre ter uma boa taxa de participação e uma menor de abstenção. Para isso há também que traçar outros desafios: em primeiro lugar aquele que se coloca é a revisão dos cadernos eleitorais. Há muitos militantes que por uma questão de emigração, residência ou até falecimento ainda constam nos cadernos eleitorais. O primeiro passo é rever esses cadernos e atualizá-los (contando muito com as estruturas locais para fazer esse trabalho base). Uma segunda nota, que é em futuros atos eleitorais (até porque faz parte da nossa proposta de moção da estratégia global), apostar em novas tecnologias para aproximar os nossos militantes dos vários órgãos que são eleitos. Nomeadamente a questão do voto eletrónico é uma medida que vamos tentar explorar o mais depressa possível, porque se defendemos esse tipo de tecnologia cá para fora, para as eleições regionais, também temos de defender primeiramente dentro do partido. E por isso, uma das medidas passa também por esta questão de apostar em novas tecnologias para aproximar os militantes nas várias manifestações eleitorais que têm dentro do partido.

 

Continuando na noite das eleições. Tanto no debate que passou na RTP/Açores, como no seu discurso na noite eleitoral, disse contar com Pedro Nascimento Cabral para o percurso que aí se avizinha. De que forma?
Esta manifestação foi de uma forma bastante sincera. Quem me conhece sabe que gosto de agregar e não de desagregar. E por isso mesmo o Pedro Nascimento Cabral é bem-vindo a este novo projeto do partido, como são bem-vindos todos os militantes que queiram participar.

 

Mas Pedro Nascimento Cabral não é um militante qualquer. Foi o seu opositor.
Sim. Mas como disse, o Pedro, como qualquer militante, está recetivo e está de portas abertas para participar neste projeto político. Relativamente à pessoa do Pedro, com certeza terá o palco que desejar, e esta é uma intenção: que ele faça parte do novo projeto político, e numa área que ele também esteja à vontade. Mas isso também vai depender daquilo que os militantes pretendem, e em primeiro lugar do próprio Pedro, e se quer ajudar-nos a ganhar eleições, porque o objetivo é mesmo esse. Mas posto isso e de uma forma franca e sincera, eu pessoalmente irei contactar com o Pedro Nascimento Cabral para o enquadrar neste projeto político.

 

Há 22 anos que os Açores não têm um líder social-democrata. O que é que tem falhado e o que é que vai deixar de falhar?
Acima de tudo, na nossa opinião o que tem falhado é que o partido não tem conseguido capitalizar os votos que o Partido Socialista tem perdido. O Partido Socialista, desde 2004 e até às últimas regionais, está numa clara linha descendente a nível de intenção de votos dos açorianos. O que é facto também é que o PSD não tem conseguido saber capitalizar esses votos. Por isso mesmo este nosso trabalho a partir de agora tem a ver, em primeiro lugar, a fazer uma oposição firme ao PS. Não queremos que seja uma oposição do ‘bota-abaixo’. Queremos que seja uma oposição construtiva no sentido de fazer um ataque cerrado ao Governo socialista, nomeadamente com as suas faltas, mas apresentando sempre soluções e propostas exequíveis, para que os açorianos possam olhar para este novo projeto e ver neste partido uma alternativa ao Partido Socialista. Uma coisa é criticar por criticar e outra é apresentar soluções. Acima de tudo podem contar com uma oposição a 100%. Um ataque cerrado, mas um ataque construtivo e aquilo que são, na nossa opinião, as melhores propostas em contrapartida àquilo que não tem acontecido com este Governo socialista.

 

Já que falamos nas falhas, quais são elas e quais são as soluções?
Existem aqui duas ou três áreas que estão plenamente identificadas como aquelas que estão a trazer mais constrangimentos ao dia-a-dia dos açorianos. Em primeiro lugar a saúde, em segundo os transportes e em terceiro a economia e a falta de emprego jovem, particularmente. Na questão da saúde, aquilo que tem sido trazido à praça pública tem a ver, em primeiro lugar, com as longas listas de espera e com as pessoas que esperam e desesperam por consultas e cirurgias. Nós temos uma proposta nesse sentido: quem ultrapassar o tempo de espera que está definido em decreto legislativo regional, é que possa ser ressarcido com o montante devido, para procurar no privado estas intervenções ou consultas. Aqui a ideia é olhar para aquilo que se tem passado, que é as longas listas de espera, e combatê-las com esta proposta. Relativamente aos transportes, sabemos que a nossa companhia de referência, a SATA, está a passar por um mau momento relativamente à questão financeira. Isto tem a ver na nossa opinião, pura e simplesmente, com uma má opção estratégica deste Governo Regional que por um lado não tem assumido os compromissos financeiros com a companhia aérea, porque se tivesse saldado a dívida que tem com a companhia, nesta altura não estaria a passar por este momento de dificuldade. Depois, é necessário rever o modelo de transporte aéreo em toda a região. É importante ver aqui que há ilhas em que esta visão pode e deve ser feita, nomeadamente nas ilhas mais pequenas como a Graciosa, o Pico e as Flores, em que por exemplo basta haver pequenas obras de adaptação na pista que os horários dos voos podem ser prolongados durante o dia. Neste momento, na Graciosa não é possível voar à noite porque falta a certificação elétrica de energia na pista, portanto, em pleno século XXI, acho que isto não é condigno com a nossa realidade. Depois, tem a ver com o próprio serviço público que, na nossa opinião, pode ser revisto no sentido de baixar as tarifas aéreas interilhas e aumentar o número de lugares para as várias ilhas. Este é o principal constrangimento do facto de vivermos em nove ilhas, e esta questão da mobilidade é muito importante não só para o dia-a-dia, por exemplo, dos nossos empresários, mas acima de tudo na nossa população. Por exemplo, têm de ser transferidos para outra ilha para fazer algum serviço de saúde e simplesmente não há lugares disponíveis. É importante rever esse modelo. Também uma palavra de conforto àqueles que trabalham na SATA. São, ao fim e ao cabo, quem não tem culpa nessa matéria e que vê-se agora numa dificuldade financeira da companhia por uma má gestão estratégica do Governo Regional. Em terceiro lugar, como disse, a questão da economia e do emprego jovem. É importante, nesta fase, haver um plano estratégico para cada ilha e para cada localidade. Olhando precisamente aquilo que se está a passar com a desertificação de algumas ilhas, em particular das mais pequenas, onde não há uma luz ao fundo do túnel daquilo que deve ser o futuro dos nossos jovens nessas ilhas. O que nós propomos é olhar para a realidade de cada localidade e de cada ilha, e perceber aquilo em que somos diferentes ou que cada ilha tem de potencialidade; olhar para essas potencialidades e criar programas de incentivo à fixação de jovens nessas localidades em particular. Acho que dessa forma poderemos trazer os jovens novamente para as ilhas de onde são oriundos, criando condições de emprego para isso. Uma das medidas que defendemos para tal é a revisão dos programas de estágio que neste momento, na nossa opinião, estão desfasados da realidade. O Estagiar L, o Estagiar T ou os programas de integração profissional, na nossa opinião estão desfasados daquilo que é a realidade de cada localidade. Portanto, identificaria estas três áreas nesta fase para identificar os problemas, mas também apresentando soluções.

 

 

De que forma é que ter dois grandes concelhos (Ponta Delgada e Ribeira Grande) PSD pode beneficiar o partido em 2020?
Nós temos aqui uma conta: se conseguirmos chegar aos 30.000 votantes no PSD em São Miguel, conseguimos ganhar as eleições regionais em São Miguel. Só para que tenham uma noção, embora cada eleição tenha uma realidade distinta, mas nas últimas autárquicas, só Ribeira Grande e Ponta Delgada ultrapassaram os 30.000 votos no partido. Ou seja, mais pessoas votam no partido. Precisam é de acreditar num projeto credível e alternativo. Julgamos que o facto de neste momento as Câmaras de Ponta Delgada, Ribeira Grande e Nordeste serem governadas pelo partido social democrata, com certeza que pode ser mais fácil alcançar esse objetivo. Acho que estas eleições regionais que se aproximam em 2020, têm de ser encaradas quase que como umas [eleições] autárquicas, em que as pessoas normalmente têm mais apetência para exercer o seu direito de voto e nas [eleições] regionais nem tanto, ou seja, a abstenção nas regionais tem sido maior que nas autárquicas. Se olharmos para a próxima eleição como se fossem umas autárquicas, em que as pessoas também estão a votar nos seus representantes na Assembleia Regional de cada ilha, neste caso, acho que se houver esta mobilização é possível chegarmos lá. Mas, como disse, se alcançarmos o número de 30.000 votos no partido, ganhamos as eleições regionais, é a nossa convicção.

 

Um dos primeiros atos, ou o primeiro ato, praticado pelo presidente eleito, foi dirigir-se à ilha Terceira para, com António Ventura, assistir a um evento. Qual é o papel de António Ventura no futuro do PSD?
Para já, este foi um convite pessoal e que nada teve a ver com o ser líder do partido, portanto, já tinha recebido esse convite do António Ventura, para o caso de uma manifestação que acontece na área de residência do António Ventura. Ele é um líder neste momento no partido que merece toda a minha confiança pessoal e institucional, não só por aquilo que representa na ilha, em que é o presidente da Comissão Política de Ilha eleito muito recentemente e com uma manifestação que nunca antes se tinha visto ao nível de adesão e participação política, o que para nós é muito significativa. Portanto, o António Ventura terá o espaço que quiser dentro deste novo projeto político, se bem que tenho articulado muita informação com ele e acho um político que se enquadra perfeitamente neste projeto político, porque nós precisamos muito de pessoas como o António Ventura, que são quase líderes de rua, que conhecem muita gente e que muita gente também se revê neste tipo de pessoas a nível político.  Portanto, o António Ventura terá o papel que pretender, se bem que conto com ele como conto com todos os militantes, e da ilha Terceira em particular, para estarem dignamente representados neste novo projeto político.

 

Conta com o Grupo Parlamentar?
Sim, também. Com todos sem exceção. Eu julgo que o Grupo Parlamentar deve continuar a ser o braço armado do partido, porque é aquele que também defende as opiniões políticas no órgão representativo da região, que é a Assembleia Regional, e por isso conto muito com o grupo parlamentar para continuar a fazer o excelente papel que tem feito a nível de propostas, para continuarmos, cada vez mais, a construir esse projeto credível e alternativo à governação socialista.

 

Vão rolar nomes na liderança do Grupo Parlamentar?
Não, o Grupo Parlamentar por si só elege o seu presidente.

 

Sim, mas a Comissão Política é que define?
Não, a comissão política aqui não tem nenhum papel ativo. A comissão política pode ter mais ou menos afinidade por um ou outro deputado, mas não é isso que influencia o direito de voto do grupo parlamentar dentro da nova liderança do grupo parlamentar. Aquele que foi eleito vai merecer com certeza a minha confiança pessoal, até porque temos de trabalhar quase diariamente em conjunto para afinar a nossa estratégia política a nível de propostas que são essas sim que merecem também a confiança dos açorianos.

 

Quer dizer que pode garantir que não vai acontecer ao Grupo Parlamentar do PSD/Açores o mesmo que aconteceu ao Grupo Parlamentar do PSD com a vitória de Rui Rio em Lisboa?
Tenho a impressão que não. Para já estamos a falar de duas pessoas diferentes. Eu tenho o meu feitio de trabalhar, tal como o Dr. Rui Rio como presidente do partido tem o seu. Por norma, tem sempre aqui o defeito ou a virtude de ser conciliador e de ouvir toda a gente e tratar toda a gente por igual, portanto o que podem esperar da minha parte é, acima de tudo, uma pessoa que vai sempre tentar fazer pontes e não barreiras. Por isso mesmo, sempre dentro do bom senso e daquilo que é o melhor para o partido, vamos construir essas pontes, esse diálogo interno e também união (que é o mais importante), para passarmos então depois do congresso uma forte mensagem para os açorianos, para que o partido possa merecer a confiança deles já nas eleições regionais de 2020.

 

É sabido o relacionamento pessoal bom entre o atual presidente do PSD e o presidente do PS Açores. Aliás, não foi por acaso e é uma questão de boa educação, tê-lo já saudado. Havendo esse relacionamento pessoal, será meio caminho andado para que na área político-partidária se possa caminhar para progressos que venham a favorecer a população açoriana?
Uma coisa é certa: nós devemos respeito institucional a quem, neste momento, foi eleito democraticamente e temos de respeitar as nossas instituições e as pessoas que neste momento estão à frente e que mereceram na altura a confiança dos açorianos, portanto aí, nem que seja uma forma democrática de trabalharmos. Mas outra coisa é dizermos claramente que temos um projeto alternativo, e dizer claramente ao Partido Socialista e a Vasco Cordeiro que queremos ser Governo em 2020. É preciso que as pessoas percebam isso em casa: nós não estamos aqui para fazer política em conjunto. Nós estamos aqui para sermos governo em 2020, que isso fique bem claro. Estamos aqui para, democraticamente e dentro daquilo que é o espírito saudável democrático, respeitarmo-nos uns aos outros (quem me conhece sabe que raramente parto para ataques pessoais ou de personalidades; parto si para ataques de projetos políticos). Neste caso, aquilo que as pessoas nos vão dizendo, é que estão já fartas deste partido Socialista e deste Governo Regional, que teimam em não ouvir as pessoas e em não ir ao encontro das necessidades das pessoas. Por isso mesmo, o PSD tem uma excelente oportunidade neste momento de agarrar neste descontentamento das pessoas e dizer claramente que nós estamos aqui para ajudar. E para ajudar, é retirar o Partido Socialista da governação regional.

 

Nunca um presidente de Câmara foi eleito presidente do Governo Regional. Este facto pode ter alguma influência no futuro?
Mas, por exemplo, já foram presidentes de Câmara que foram eleitos Primeiro-Ministro, e acho que isso é ainda mais forte. Acho que uma coisa não tem a ver com a outra. Acho que acima de tudo tem a ver com as pessoas e com o projeto que vão acumular. O facto de acumular agora os dois cargos, como tive oportunidade de dizer publicamente durante este combate político interno, acho que não vem afetar em nada, pelo contrário, acho que só vem dar dignidade se for eleito presidente do Governo Regional. E o facto de neste momento estar à frente de uma autarquia, permite-me estar em permanente contacto com as pessoas, perceber claramente quais são as suas dificuldades, e mais do que ninguém, perceber também desta realidade e desta necessidade urgente de mudar os destinos da governação na região. Torno a dizer: esta é uma excelente oportunidade que o PSD tem de ser Governo já em 2020. Mas para isso temos de fazer o nosso trabalho de casa: unir o partido, coisa que vamos já no próximo congresso partir para esta ambição interna, e depois, durante estes dois anos que se avizinham, preparar um projeto em que as pessoas se revejam nele e que possa merecer a sua confiança, votando no PSD/Açores em 2020.

 

 

REAÇÃO FLÁVIO SOARES, PRESIDENTE DA JSD/AÇORES

“No passado sábado o Partido Social Democrata dos Açores iniciou um novo ciclo, um ciclo de esperança para todos os açorianos em geral e para os militantes do PSD/Açores em particular. Com a eleição de Alexandre Gaudêncio o PSD tem uma ambição renovada e um líder credível, com provas dadas e, acima de tudo, com vontade de trabalhar em prol de todos os açorianos. Esta vitória demonstrou que os militantes sabem que futuro querem e qual a estratégia mais adequada para o partido.

Alexandre Gaudêncio apresentou um projeto sólido e credível, envolvendo todas as gerações, com ambição, mas acima de tudo com muita dedicação. É isto que queremos para o PSD/Açores. Depois desta eleição é chegado o momento de unir o partido e de, todos juntos, gritarmos a uma só voz. Depois desta eleição não há espaço para guerrilhas internas ou para conflitos, há sim, um líder eleito democraticamente e que todos nós, os militantes, temos o dever de apoiar e estar lado a lado, independentemente de concordarmos ou não. E quando não concordarmos é preciso dizê-lo diretamente e nos órgãos próprios.

De realçar também o número de votantes nesta eleição direta, com um aumento significativo demonstrando que afinal o PSD/Açores não está morto como alguns o afirmam.

Tenho a certeza que o PSD/Açores sai destas eleições fortalecido, renovado e com vontade de construir uma alternativa credível. Eu acredito em Alexandre Gaudêncio, é o Presidente do PSD Açores, é o meu Presidente.”

 

 

Declarações Jaime Vieira

“Encaro os resultados eleitorais das diretas do PSD/Açores com a normalidade que é preciso encarar. Uma vez que se tratou de dois companheiros que se candidatavam às eleições para a liderança do PSD/Açores, acho que quem sai a ganhar com o resultado que acontecesse é, em particular, os próprios militantes, e no geral todos os açorianos, porque acredito que Alexandre Gaudêncio vai trazer uma dinâmica diferente àquilo que é o PSD/Açores, mas acima de tudo também, e vai ser uma mais-valia, num futuro muito próximo quando puder vencer as eleições regionais.

Espero que as pessoas percebam e entendam que divididos nunca seremos capazes de derrotar o Partido Socialista numa primeira fase, e numa segunda que é uma oportunidade única que temos: vejo um Partido Socialista a atravessar, possivelmente, o seu pior momento, e por isso temos que, todos juntos (militantes, simpatizantes e mesmo aqueles que não têm ido à urna), perceber que está na altura de mudar a liderança do Governo Regional dos Açores.

Neste sentido, o apelo que eu faço, é que haja um pero com um passado recente, com um partido a puxar pelos dois lados, e que todos os militantes e simpatizantes remem só para um lado, que é aquele que nos interessa, unindo o partido, que é a grande tarefa do presidente do partido, mas também fazer acreditar aos demais que é possível vencer as eleições regionais num futuro próximo.”