Vasco Cordeiro liderou a presença da delegação do Comité das Regiões (CR), no Fórum Internacional de Comunidades e Cidades, que decorreu entre os passados dias 19 e 20 de abril, em Kiev, na Ucrânia. Na ocasião, o presidente do CR, reforçou a importância da cooperação entre os municípios e as cidades da União Europeia, tendo em vista a reconstrução do país, com base na democracia local e na boa governação.
A convite da Embaixada da Ucrânia, o presidente do Comité das Regiões (CR), Vasco Cordeiro, liderou uma delegação, que se deslocou, entre os passados dias 19 e 20 de abril, à Ucrânia, para intervirem no Fórum Internacional de Comunidades e Cidades, que decorreu entre os passados dias 19 e 20 de abril, em Kiev, e contou com a participação de presidentes de Câmara e governadores regionais de todo o mundo, membros do Governo ucraniano, representantes da sociedade civil, empresas e grupos de reflexão. “Este é um momento importante para o futuro da Ucrânia, por permitir um intercâmbio concreto sobre como reconstruir as cidades e regiões, que têm sido destruídas pela guerra ilegal e brutal movida pela Rússia”, asseverou Cordeiro, na ocasião.
Presente num território flagelado pela guerra, para mostrar às autoridades e ao povo ucraniano, o apoio contínuo e inabalável à liberdade, integridade territorial, soberania e ao futuro europeu deste país, o Comité das Regiões enalteceu que esta cimeira constituiu “uma oportunidade para debater, mais aprofundadamente, a reconstrução da Ucrânia e a forma como os órgãos de poder local e regional podem apoiar este esforço. O reforço da democracia local e a prossecução de uma descentralização eficaz constituirão um fator de sucesso essencial, para a realização da reconstrução. Os ucranianos estão a pagar o preço mais elevado para defender o nosso projeto europeu comum. Os municípios e as regiões de toda a Europa apoiam-nos e continuam a manter-se solidários, independentemente do que seja necessário ou do tempo que demorem”.
Com o mote “Parceria para a Vitória”, este fórum contou com a intervenção do presidente Zelensky, do primeiro-ministro Denis Shmyhal, do vice-primeiro-ministro da Restauração da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov, do vice-primeiro-Ministro Mykhailo Federov, cujas responsabilidades incluem a inovação, a educação, a ciência e a tecnologia, e a transformação digital, e da vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk, ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados.
A reconstrução da Ucrânia está orçada em 383 mil milhões de euros, com base numa avaliação conjunta divulgada em 23 de março pelo Governo da Ucrânia, pelo Banco Mundial, pela Comissão Europeia e pelas Nações Unidas, e durante o certame foram identificados os principais domínios, nos quais a experiência dos parceiros internacionais poderia ajudar as administrações municipais e regionais, que contemplam a habitação, energia, transportes, serviços sociais e ajuda humanitária.
Neste seguimento, a delegação do CR teve a oportunidade de visitar, no dia 19 de abril, as cidades de Irpin e Bucha, assim como as aldeias de Hostomel, Borodyanka, Andriivka, Makariv e Dmytrivka, onde viram, em primeira mão, os danos causados na região pela invasão russa. “Na visita que fiz, impressionou-me bastante o grau de destruição em casas e outras infraestruturas não militares. A par disso, ouvir testemunhos de massacres como o de Bucha, é uma demonstração muito crua daquilo que a Ucrânia já teve de sofrer. Mas, acima de tudo isso, o que mais impressiona é a determinação e confiança do povo ucraniano, liderados, também, aqui, pelo presidente Zelensky, de que a vitória chegará. Por muito tempo que leve e por muito que custe, a Ucrânia reerguer-se-á”, sublinhou Vasco Cordeiro.
Por outro lado, no dia 20, o presidente do Comité das Regiões reuniu-se com o presidente Zelensky, em Kiev, usufruindo do momento para transmitir uma mensagem de solidariedade e apresentar a Aliança Europeia dos Municípios e Regiões para a Reconstrução da Ucrânia.
Manifestando pleno apoio para com o povo ucraniano, “que há mais de um ano enfrenta uma guerra brutal e injustificada”, Vasco Cordeiro enfatizou que “é, também, um dever para nós estarmos aqui, porque esta guerra é a nossa guerra. Os ucranianos estão a pagar o preço mais elevado para defender o nosso projeto europeu. O Comité das Regiões está empenhado em apoiar a Ucrânia a reforçar a capacidade dos seus órgãos do poder local e regional e prepará-los para as negociações e para a adesão à União Europeu”.
Durante o encontro, o presidente do CR fez, também, questão de apresentar um pacote de dez medidas de apoio aos órgãos do poder local e regional ucranianos, que inclui, entre outros, a oferta de programas de reforço das capacidades a funcionários locais e regionais, a disponibilização de espaços de escritórios aos representantes nas instalações do Comité Regional e o alargamento do programa para jovens políticos eleitos a jovens dirigentes ucranianos. “Abordamos esta cimeira não só no contexto da atual guerra, mas também com as nossas mentes e as nossas almas no futuro. Um futuro em que a Ucrânia será, tal como outros países candidatos, um membro de pleno direito da União Europeia. Nesse contexto, muitas áreas podem ser usadas para expressar esta parceria, mas uma deles é exatamente o aspeto do desenvolvimento de capacidades. A oportunidade de fortalecer o governo local na Ucrânia. Enquanto Comité Regional, não há dúvida de que não viemos, aqui, para vos dizer o que fazer, mas para vos dizer que estamos prontos para vos ajudar a fazer o que tem de ser feito. Nesta guerra, as cidades e regiões de toda a Europa e de todo o mundo podem não ter o poder de trazer armas e munições. Mas, não tenham dúvidas, de que trazemos connosco a força e o espírito, a força da crença, porque não importa o que for preciso, não importa quanto tempo leve, acreditamos firmemente que a vitória será vossa, que a vitória será nossa”, enalteceu Vasco Cordeiro.