Cordas, o festival de músicas do mundo, encerrou este domingo depois de oito dias de partilha de instrumentos de corda e músicos dos quatro cantos do planeta.
A vila da Madalena, na ilha do Pico, abraçou este, o maior festival de cordofones do país. A audiência votou e quer mais Rafael Carvalho e a Viola da Terra na futura edição do Festival Cordas.
Momentos musicais inesquecíveis foram apresentados este ano com o israelita Eran Zamir que levou a audiência num percurso de milhares de anos de música oriunda do Médio Oriente, durante a sua hora de atuação; o mais galardoado guitarrista português, Ruben Bettencourt, deixou as audiências encantadas com a sua virtuosidade na guitarra clássica; o moçambicano Michel William, com sons inconfundíveis, e o brasileiro Maninho deram muitas saudades das suas origens e, com a suas viagens musicais, deixaram participantes a querer mais.
O Cabo Verdiano Tcheka mencionou no palco do Auditório da Madalena que quer voltar à ilha montanha e realizar um video para a sua música. Yanan ofereceu-se para vir apresentar a arpa Guzheng, já que este ano trouxe ao Pico a Pi´pa, o instrumento mais antigo da China.
As audiências do Pico insistem para que a MiratecArts continue a trabalhar e apresentar o mestre da Viola da Terra dos Açores.
A ideia mais votada, sábado à noite, foi para que o micaelense Rafael Carvalho passe a semana do Cordas a colaborar com todos os músicos visitantes ao festival adicionando, assim, o som da Viola da Terra, o instrumento mais açoriano que há, às sonoridades dos quatro cantos do planeta.
A segunda edição do Festival Cordas também foi marcada com a atribuição do Prémio Estrela “persistência e ousadia” a Luís Alberto Bettencourt pela sua carreira de mais de 40 anos de música, numa noite que viu o Grupo de Cordas Ilha Negra homenagear uma das maiores referências musicais açorianas com uma rapsódia das suas composições.
O Festival Cordas abriu com um cortejo de tocadores de instrumentos de corda das ilhas de São Jorge, Faial e Pico na MiratecArts Galeria Costa e encerrou com a apresentação de vários instrumentos numa viagem pelos sete chakras no palco da Praça da Madalena.
João da Ilha apresentou as suas guitarras acústicas em “Som de Esferas”, acompanhado por Vasco Ribeiro Casais, no cavaquinho, viola braguesa e nickelharpa, e, ainda, Eran Zamir juntou-se para adicionar os sons do Oud.
Para Terry Costa, diretor artístico da MiratecArts e fundador do Festival Cordas, esta edição foi um teste para o potencial futuro do festival.
“Da primeira para a segunda edição do festival fomos de dois dias de palco na rua para seis dias no Auditório da Madalena, que é um espaço fabuloso com acústica da melhor que existe nos Açores, fomos de um cortejo no centro da vila para ocupar paisagens protegidas e locais emblemáticos na nossa vila, fomos de duas apresentações na escola para oito e fizemos workshops que viram mais de 400 crianças e jovens da Madalena a participarem. Fiquei com a ideia que podemos desenvolver estes parâmetros do Cordas e cada vez mais usar a música para a aprendizagem, dando a oportunidade para os residentes e visitantes desfrutarem destas experiências que nos levam a dar a volta ao planeta através da arte dos cordofones.”
E assim se inicia a construção da terceira edição do Festival Cordas, com o intuito de ultrapassar os cerca de 1500 espetadores acolhidos nesta segunda edição.
Festival Cordas é organizado pela MiratecArts com parceiro de apresentação a Câmara Municipal da Madalena e apoio da Direção Regional da Cultura.