Os jovens que sofrem de fobia social têm maior dificuldade em superar as provas orais na época de exames escolares. Muitos preferem faltar aos exames orais ou desistir para não serem confrontados com o medo de falar em público, de serem avaliados negativamente ou de se sentirem humilhados.
A fobia social é muito frequente em idade escolar, no entanto continua a ser desvalorizada, comprometendo o diagnóstico precoce.
Os sintomas mais frequentes da fobia social são o medo persistente, intenso e extremo, a necessidade irracional de fuga, em situações que envolvam uma interação com outras pessoas. Podem surgir também, acompanhados destes sintomas: palpitações, tremores, transpiração excessiva, falta de ar, tensão muscular, boca seca, gaguez, náuseas, dor de cabeça, urgência urinária, rubor facial ou rosto avermelhado.
A fobia social pode ser entendida como uma forma extrema de ansiedade na qual o medo da interação social é tão forte que interfere na capacidade de agir, de falar, de pensar, afetando a qualidade de vida diariamente. Estima-se que cerca de 7,1 por cento da população mundial sofre deste tipo de fobia.
As principais causas para esta doença estão relacionadas com um conjunto de fatores interligados entre o ambiente externo, a origem genética e as experiências complexas de vida, como situações de bullying, rejeição ou conflitos familiares.
As pessoas com fobia social têm também maior propensão a desenvolver depressão ou abuso de substâncias nocivas; evitam, com frequência, as relações interpessoais e procuram o isolamento. Estudos recentes revelam que os jovens com este tipo de fobia têm maior probabilidade de chumbar o ano letivo ou abandonar a escola antes da licenciatura.
Geralmente, a fobia social manifesta-se logo na infância. Os pais devem estar atentos quando as crianças demonstram preocupação em excesso em ir para a escola ou sentem ansiedade exagerada na véspera dos exames escolares.
A deteção atempada e o diagnóstico desta fobia pode ajudar as crianças e jovens a enfrentar o problema e continuar com sucesso os seus estudos. Quando não tratada, esta fobia pode limitar gravemente a autonomia da pessoa. O tratamento deste tipo de fobia envolve uma abordagem cognitivo-comportamental, com acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Joaquim Cerejeira, psiquiatra e presidente da Associação Cérebro & Mente