A segunda edição do GTM – Fórum Internacional Gaia Todo Um Mundo decorreu de 27 a 30 de setembro, no Centro Histórico de Gaia, e juntou um conjunto de pensadores e criadores de mais de vinte nacionalidades para debater questões fundamentais, para assegurar o futuro da Humanidade em torno da temática da água e de uma Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável.
O GTM – Fórum Internacional Gaia Todo Um Mundo compreendeu quatro dias de conferências, debates, música, artes visuais, conversas informais, performances e exibições de cinema, bem como de contadores de histórias e de momentos de participação da comunidade, num total de 80 intervenções de cerca de 150 participantes.
A autarquia e a Liga para a Proteção da Natureza assinaram um protocolo, no decorrer do Fórum Internacional, onde se propuseram a lançar ações junto da comunidade sobre temáticas ligadas ao ambiente e à reutilização da água. Segundo a Câmara Municipal de Gaia, o objetivo passa por apostar na educação ambiental, como uma das ferramentas para prevenir comportamentos desajustados e estimular o desenvolvimento de uma consciência ecológica que respeite os valores naturais, promovendo, em última instância, a cidadania.
Para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, o primeiro passo já está a ser dado, no âmbito dos contributos que a autarquia tem dado para o Plano Nacional de Investimentos 2030. “Assumimos a reinfraestruturação do ciclo urbano da água, nomeadamente para o combate às perdas, e apostamos na reutilização da água como um novo tema da próxima geração de políticas públicas, sobretudo no que respeita à reutilização da água das ETAR e das águas pluviais. Não faz sentido desperdiçar a água tratada que pode, por exemplo, ser usada nos sistemas de rega”, evidenciou o autarca, que defendeu que “este compromisso assumido acarreta uma necessidade de inovar que irá moldar as políticas dos próximos anos, podendo ser replicado por outros municípios”.
Segundo a Câmara Municipal de Gaia, a segunda edição do Fórum Internacional Gaia Todo Um Mundo foi a alavanca para este compromisso mas foi, também, o foco da expressão de muitos artistas, entre os quais o português Rigo 23 que pintou um mural no Centro Histórico, com o objetivo de “chamar a atenção para a importância da água”, descrevendo-a como sendo um “elemento intrínseco da cidade”.
A autarquia destacou ainda que, no campo musical, Gaia foi “invadida” pela música country norte-americana das Maiden Radio, pelo folk de Joan Shelley, pela poesia em forma de música de Castello Branco, pelo rock de Bombino, pelo estilo pós-clássico de Alberto Montero, entre outros, e ressaltou que a capela do Convento Corpus Christi, a Mercearia do Bernardino, o Zé da Micha e o Armazém 22 abriram as suas portas para receber estes artistas e as multidões que os acompanhavam.
No que respeita as conferências, a Câmara Municipal de Gaia destacou que delas saíram exemplos, testemunhos de forças e histórias de vida verdadeiramente inspiradoras, a começar pela de Lee-Anne Walters, vencedora de 2018 do Goldman Environmental Prize, que é equivalente ao prémio nobel do ambiente. “Cada um de nós tem que observar o que faz e a forma como interage com o mundo como um todo. Eu vi, em primeira mão, como uma ou duas pessoas podem destruir todo o ecossistema da água de uma cidade”, referiu a ativista, que foi muito elogiada por Michael Sutton, diretor executivo da Goldman Environmental Prize.
Eduardo Vítor Rodrigues concluiu, aquando do fim do GTM, que “a temática da água toca o dia-a-dia de cada um, mais não seja do ponto de vista da responsabilidade”.
No que respeita a próxima edição, o presidente da Câmara Municipal de Gaia adiantou que “dando seguimento às alterações climáticas e à água, queremos continuar a trabalhar nestas temáticas, adequando sempre uma visão global trazida por especialistas a uma tradição local destas ideias”, seguindo, deste modo, a lógica defendida pela Agenda 21 – Pensar Global, Agir Local.