O Secretário Regional da Agricultura e Florestas visitou, na passada segunda-feira, a fábrica da CALF- Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial, que considerou ser uma “instalação moderna de vital importância para o setor agrícola” desta ilha.
Nos últimos anos, a produção de leite no Faial tem-se mantido no mesmo nível, ou seja, os cerca de 100 produtores de leite da ilha entregam anualmente cerca de 12 milhões de litros de leite, o que corresponde a 2% da produção regional.
“O desejo da CALF e do Governo dos Açores é que essa produção aumente, porque é importante para rentabilizar esta unidade fabril, já que ela tem capacidade para transformar mais leite”, afirmou João Ponte, que falava no final de uma reunião com o Conselho de Administração.
João Ponte frisou que “o Governo Regional está a fazer o que tem de ser feito no sentido da modernização do setor, seja ao nível das infraestruturas, seja na disponibilização de fundos comunitários”.
Para o Secretário Regional, “há um dado positivo, que é a adesão de jovens agricultores em percentagens muito interessantes que querem fazer primeiras instalações, relativamente ao peso que o setor agrícola tem no Faial em relação ao global da Região”.
“Entre 2007 e 2013, foram 15 as candidaturas, o que representa 7,5% do total regional, que implicaram a concessão de meio milhão de euros de prémios”, salientou.
Outro dado positivo destacado pelo titular da pasta da Agricultura são os projetos de modernização das explorações agrícolas, também com valores percentuais que estão acima da média regional.
“Entre 2017 e 2013, foram 60 projetos, o que equivale a 6% do global nos Açores e implicaram uma despesa pública de dois milhões de euros”, adiantou João Ponte.
“O Governo Regional dos Açores vê isso com otimismo e satisfação”, afirmou, acrescentando que estes dados significam que “há mais jovens que querem entrar no setor agrícola no Faial” e que “da parte dos agricultores, há uma intenção de investimento para a modernização das suas instalações, o que se nota em função do número de pedidos que entraram no âmbito PRORURAL+”.
No âmbito deste programa, há a registar mais 14 projetos de investimentos nas explorações e mais nove pedidos de jovens para novas instalações, o que implica, respetivamente, mais 1,1 milhões de euros de investimento e 300 mil euros de despesa pública.
“Estes factos dão-nos um sinal de confiança no futuro para este setor continuar a ter a importância que tem para a ilha do Faial, até porque estamos, felizmente, numa industria em que tudo aquilo que é produzido é escoado”, frisou João Ponte, acrescentando que “não há stocks a registar”.
O Secretário Regional afirmou que “há o desafio para que os mercados valorizem o leite a um preço que seja o desejável para a indústria poder pagar melhor aos produtor, mas, como sabemos, isso é um problema global que tem a ver com o comportamento dos mercados”.
A CALF, com 60 funcionários, produz produtos lácteos de qualidade, nomeadamente o queijo, que é detentor de três prémios nacionais, estando preparada para produzir mais e com grande qualidade”.
Nesse sentido, João Ponte salientou que “há um desafio que também é colocado do lado dos produtores, no sentido de assistirmos nos próximos anos a um crescimento, porque isso seria importante para a ilha do Faial e para esta industria”.