Gui Menezes, Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, discursou na abertura do 5º Festival do Caldo de Peixe, uma iniciativa da Associação de Pescas e do Clube Naval de Rabo de Peixe, que se realizou, no passado dia 21 de julho, e que promove “não só a boa gastronomia” e o “pescado açoriano” que é considerado “um dos produtos mais nobres”, mas também a “maior comunidade piscatória dos Açores”.
“O Festival do Caldo de Peixe é, sem dúvida, uma iniciativa que deve ser acarinhada, não só pela sua vertente gastronómica, mas também pela causa que está por detrás dela” frisou Gui Menezes, referindo-se ainda ao projeto social “Hominis Aqua”, que apoia a comunidade piscatória da freguesia de Rabo de Peixe que pertence ao concelho da Ribeira Grande.
O titular da pasta das Pescas afirmou que, que, o Governo dos Açores quer “mudar o paradigma do setor das pescas” e destacou que, para isso, conta com “o contributo de todos”, nomeadamente dos representantes do setor, dos armadores, dos pescadores e dos comerciantes.
Neste contexto, o Secretário do Mar lançou um “forte apelo” para que seja feita uma “distribuição mais equitativa entre amadores e pescadores”.
“É preciso que os quinhões sejam divididos de forma mais equilibrada entre todos”, referiu o Gui Menezes, defendendo que este é “um passo importante que tem de ser dado para que quem trabalha no mar sinta que é devidamente remunerado”.
Durante a sua intervenção, O titular da pasta das Pescas disse que o Governo dos Açores, as associações do setor piscatório, os armadores e os comerciantes “têm sabido promover a valorização do pescado e o aumento dos preços na primeira venda, apostando também na promoção do peixe açoriano”.
O Secretário evocou, neste seguimento, dados do Instituto Nacional de Estatística que indicam que, em 2016, o preço médio do pescado na Região foi de 4,58 euros por quilo, enquanto no continente ficou por 1,93 euros por quilo e acrescentou que, “em termos percentuais representa uma subida de 31,2%”.
No que concerne os dados de 2017, Gui Menezes salientou que “o preço médio de pescado na primeira venda continua a subir, sendo que, a 30 de junho, se situava nos 4,73 euros por quilo” e sobressaiu que a gestão trimestral da quota do goraz adotada no início deste ano está “refletida” nestes valores.
“Esta nova forma de gestão, criticada por alguns, permitiu que, no final deste primeiro semestre se registasse, com menos 25% de peixe capturado, o aumento de 29% do preço, médio na primeira venda”, asseverou o titular da pasta das Pescas, que acrescentou que, “neste momento, o preço médio de um goraz é de 13,43 euros por quilo, um dos valores mais elevados de sempre”.
O Secretário Regional do Mar lembrou ainda que, o Governo dos Açores publicou, no mês de julho, uma portaria que permite aos chicharreiros capturar 400 quilos de chicharro por dia, de 1 de abril a 30 de setembro, “por se verificar, desde maio, desde ano, maior abundância desta espécie e haver um aumento da procura nalguns períodos do ano”.
Gui Menezes ressaltou que a “pesca do chicharro é de grande importância para a comunidade piscatória de Rabo de Peixe”, e sublinhou que “esta medida contribui não só para o aumento do rendimento dos pescadores, mas também para o combate à fuga à lota”, um problema que, “para além de prejudicar a gestão de recursos, prejudica o rendimento dos pescadores”.