Foi, precisamente há cinco anos atrás, a 21 de outubro de 2013, que o socialista Eduardo Vítor Rodrigues tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Gaia, após vencer as eleições autárquicas de 29 de setembro com 38,15% das intenções de voto.
Na altura, apesar de se “intitular” o “sucessor” de Luís Filipe Menezes, anterior presidente social-democrata que esteve durante 16 anos na presidência da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues não teve receio de implementar as suas próprias ideias e rapidamente se sentiu a diferença em termos de liderança e, principalmente, na cooperação com as Juntas de Freguesia do concelho.
Uns meses após a tomada de posse, o novo presidente da Câmara mostrava-se inquieto com as finanças da autarquia. A dívida de cerca de 300 milhões de euros deixada pela anterior governação acabou por impedir a realização de vários projetos que o candidato socialista tinha em mente para o primeiro mandato, tendo, por isso, de mudar a sua estratégia e dar prioridade ao ajuste das contas e das dívidas.
Na altura, Eduardo Vítor Rodrigues admitiu que esta situação, apesar de grave e de condicionar a sua governação, “não era fácil de resolver”, mas também não era “o fim do mundo” e, a verdade é que, apesar de muita burocracia e constrangimentos, o autarca conseguiu resolver a situação e, como o próprio afirmou, “sem ter de ir ao bolso dos cidadãos”. Pelo contrário, enquanto repunha as finanças da Câmara, o executivo socialista reduziu o IMI e a fatura da água, entre outros.
Além dos contratempos financeiros, durante o primeiro mandato, Eduardo Vítor Rodrigues passou ainda por algumas situações que apelidou de “ataques vis”, nomeadamente quando foi convidado para um cargo na SAD do Futebol Clube do Porto, quando o nome da sua mulher andou nos jornais por suspeitas de favorecimento e influência de poder relativamente ao aumento de salário, quando atribuiu a Medalha de Mérito Profissional de Grau Ouro a Marco António Costa, ou quando foi alvo de ataques pessoais nas redes sociais por um membro que fez parte da sua própria equipa durante três anos.
Contudo, todos estes imprevistos e “ataques” foram, rapidamente, resolvidos e o trabalho e a dedicação à autarquia acabaram por ofuscar tudo o resto, com o presidente sempre a lembrar que o seu mandato se pautava por um “modelo de gestão assente no equilíbrio entre a ambição e a sustentabilidade”. Por todos estes motivos, ficou reconhecido como um exímio negociador e solucionador.
De facto, os bons resultados e o trabalho feito ao longo dos primeiros quatro anos de mandato, fizeram com que, nas eleições autárquicas de 2017, Eduardo Vítor Rodrigues voltasse a vencer as eleições e, desta vez, com maioria mais que absoluta, conquistando uns incríveis 61,68% dos votos.
E se o primeiro mandato se pautou por reorganização interna, financeira, administrativa e pessoal, este segundo mandato de Eduardo Vítor Rodrigues está mais virado para um rejuvenescimento, para o resolver das situações pendentes das empresas municipais e dos projetos âncora que pretende implementar nos próximos três anos.
Além disso, nota-se cada vez mais uma aproximação de Gaia ao Porto, algo que este autarca conseguiu depois de vários anos “de costas voltadas”, durante os mandatos de Luís Filipe Menezes em Gaia e Rui Rio no Porto.
Em entrevista ao AUDIÊNCIA, Eduardo Vítor Rodrigues já admitiu que a sua intenção é continuar como presidente num próximo mandato, e fazer um total de 12 anos à frente da presidência da Câmara Municipal de Gaia. “É minha obrigação é deixar Gaia melhor do que encontrei, como os meus sucessores hão de tentar fazer ao deixar Gaia melhor do que eu vou deixar”, afirmou na mesma entrevista.
Durante estes cinco anos, o AUDIÊNCIA nunca esqueceu o trabalho e dedicação de Eduardo Vítor Rodrigues enquanto presidente da Câmara de Gaia e, por isso, distinguiu-o em 2014 com o Troféu Personalidade do Ano, após ter vencido as eleições de 2013 e com o Troféu Prestígio em 2016.
Neste especial dedicado aos cinco anos de mandado de Eduardo Vítor Rodrigues, apresentamos cinco projetos implementados desde 2013 que demonstram as várias áreas de atuação e as principais preocupações deste executivo.
Relembramos ainda o momento da tomada de posse, que virou a página social-democrata em que Gaia vivia há duas décadas, e damos a conhecer a opinião de cinco personalidades gaienses sobre este executivo liderado por Eduardo Vítor Rodrigues.
BI
Nascido a 30 de março de 1971, Eduardo Vítor Rodrigues é doutorado em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Investigador e professor no Departamento de Sociologia, lecionou também em várias universidades estrangeiras e esteve envolvido em projetos nacionais e internacionais nos domínios da pobreza, desigualdades, políticas públicas e (des)emprego.
Autor de diversas conferências, livros, artigos e outras publicações dentro do âmbito da sociologia, Eduardo Vítor Rodrigues é também um membro ativo de várias associações científicas, culturais e de ação social.
Cedo se começou a notabilizar pelo seu envolvimento na comunidade, tendo começado a vida política, em regime de voluntariado, entre 2001 e 2009, ao assumir o cargo de presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, e entre 2009 e 2013, o cargo de vereador sem pelouros na Câmara da cidade onde nasceu.
Candidato nas eleições autárquicas de 2013, pela primeira vez, pelo PS, Eduardo Vítor Rodrigues venceu e herdou uma das maiores autarquias do país, aumentando a sua maioria na Câmara nas últimas eleições de 2017.
Entretanto, mantem-se próximo das associações e da comunidade gaiense, assim como tem dado provas de querer ir mais longe a nível regional, ocupando, atualmente, a liderança da Área Metropolitana do Porto.
Foi-lhe atribuído o Prémio “ENGENHEIRO ANTÓNIO DE ALMEIDA”, por se ter licenciado com a classificação mais elevada, em Sociologia, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
No âmbito das atividades académicas é Presidente do Conselho Fiscal da Associação Portuguesa de Sociologia e Membro da Direção do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
É também membro (cofundador) da Seção temática da “Pobreza, Exclusão Social e Políticas Sociais”, da Associação Portuguesa de Sociologia, coordenada pelo Prof. Doutor Fernando Diogo (Universidade dos Açores).