No dia 25 de julho, na Praça do Emigrante, Ribeira Grande, a Associação dos Emigrantes Açorianos (AEAzores), tomou a iniciativa, com a colaboração da Câmara Municipal da Ribeira Grande, de inaugurar o Memorial ao Soldado Emigrante, que serve para lembrar e homenagear todos os emigrantes portugueses que combateram, ou ainda combatem, ou que morreram ao serviço das Forças Armadas dos seus países de acolhimento.
Em 2021, evoca-se o Centenário do Regresso dos Soldados portugueses e de outras origens tombados nos campos do Norte de França, Bélgica e em outros Teatros da I Guerra Mundial, recordados sob a forma do Altar Cívico que são os Memoriais aos Soldados Desconhecidos. O Memorial ao Soldado Emigrante visa, assim, dar continuidade a este legado intemporal, honrando os nomes daqueles que partiram das terras lusas, em busca de um futuro melhor, e serviram ou continuam a servir em nome da sua nova pátria, preservando, simultânea e naturalmente, laços fraternos e identitários com a sua terra natal, Portugal.
Neste processo, há que destacar o professor doutor Sérgio Rezendes. Efetivamente, foi graças à sua iniciativa que nasceu a ideia da criação deste memorial único no Mundo, tendo contribuído para a recolha de informações sobre os veteranos portugueses, no estrangeiro. É de salientar, também, que o design do Memorial foi da autoria do próprio doutor Rui Faria. A par da participação do doutor Eduardo Medeiros na recolha de informações para a base de dados digital, que acompanha este memorial, tive, também, a honra e o prazer de recolher, compilar e sistematizar informações sobre os veteranos lusos, tendo criado uma base de dados eletrónica, disponível no website da AEAzores www.aeazores.org, e acessível, através dum código QR, no Memorial propriamente dito. Sendo um trabalho que continua em progresso, a AEAzores apela a todos aqueles cujos familiares, amigos ou conhecidos de origem portuguesa tenham combatido sob a bandeira de países estrangeiros, que partilhem as respetivas informações com a AEAzores, a fim de enriquecer e completar a base de dados do Memorial.
Para a minha pessoa, este trabalho de pesquisa é, também, emocionalmente sentido, na medida em que se contam, entre os nomes dos veteranos homenageados pelo Memorial, dois grandes amigos: o já falecido doutor Carlos Santos, um português de origem moçambicana, e, outrora, operacional da Military Intelligence da África do Sul, e Alfredo Oliveira, natural de Ponte de Lima, que serviu em diversas campanhas em África, Ásia e Médio Oriente, na Legião Estrangeira de França.