Candidato independente apoiado pela Coligação PSD-CDS, “Gaia de Novo”, Joaquim Ferreira da Silva espera conseguir mudar o rumo de Oliveira do Douro, que há 40 anos é presidido sempre pelo mesmo partido político.
Para o candidato, a freguesia necessita de “novos protagonistas, novas ideias, novos caminhos” já que “em 40 anos a freguesia não conheceu um salto qualitativo tal que mereça a confiança permanente do eleitorado no mesmo partido”.
Por isso mesmo, Joaquim Ferreira da Silva propõe-se a desenvolver Oliveira do Douro, focando-se, principalmente, nas áreas da mobilidade, gestão de espaços públicos e empreendedorismo.
Quais os motivos por que se candidata à presidência da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro?
Sou candidato a presidente da Junta de Oliveira do Douro na qualidade de independente apoiado pela coligação “Gaia de Novo”. Assumi a condição de candidato porque me foi outorgada a possibilidade de concorrer livre das amarras conceptuais partidárias, aceitando o desafio, incentivo e apoio de inúmeros oliveirenses que se reveem no trabalho perseverante e sério mas também na humildade e na simplicidade. Por outro lado, julgo ser este o momento da vida democrática da freguesia de Oliveira do Douro de os cidadãos decidirem entre continuar na senda do imobilismo e do “mais do mesmo” ou de enveredar por um caminho diferente, com novos protagonistas, novas ideias, novos caminhos. Muitos cidadãos oliveirenses afastaram-se da política e do mais elementar ato da democracia, que é votar, porque não acreditam nos políticos. Credibilizar a ação política é o meu primeiro e principal compromisso. Tenho plena consciência das necessidades dos oliveirenses e tenho a perceção do que é preciso para colocar Oliveira do Douro como uma freguesia bem encaminhada.
O que o levou a aceitar o convite da coligação PSD-CDS?
Enquanto cidadão independente, isto é, que não milita em qualquer partido político ou movimento de interesses, entendo que a visão desinteressada de quem olha e vive do lado de fora deve constituir uma motivação extraordinária para, com independência, frontalidade, visão e estratégia diferentes poder dizer aos próprios partidos e às populações que nem sempre são os aparelhos partidários que ganham eleições ou que apresentam os melhores projetos. Os partidos, eles mesmos, sentem a necessidade de, amiúde, se renovarem, buscando na sociedade civil aqueles que entendem poder melhor servir as populações, com o exercício de uma cidadania ativa, atenta e responsável. Aceitei o convite com a mesma responsabilidade, espírito de missão e de serviço com que já abracei outros projetos ao longo da minha vida. Vejo-me, sobretudo, um cidadão atento e, única e exclusivamente, animado em servir o próximo. A isto acresce o peso de uma freguesia gerida há 40 anos pelo mesmo partido político, algo raro ou praticamente inexistente nas sociedades democráticas contemporâneas. Legitimar através do voto uma espécie de regime só pode significar uma de duas coisas: ou os adversários, durante todos estes anos, não foram capazes de ser alternativas sérias e credíveis; ou as políticas públicas prosseguidas pelo mesmo partido e os mesmos protagonistas foram de tal forma extraordinariamente revolucionárias que a freguesia se ache posicionada no topo do desenvolvimento económico, social, cultural, desportivo, incrementando grandemente a qualidade de vida das populações. Ora, estou plenamente convicto de que não aconteceu nem uma nem outra das situações. Atendendo à conjugação destes fatores, não faria outro sentido senão anuir ao convite da força política que constitui a única verdadeira alternativa ao conformismo e imobilismo instalados nas populações, refletido em parco crescimento e progresso naquela que é a quarta maior freguesia do concelho.
Como vê o atual estado da freguesia?
Em 40 anos a freguesia não conheceu um salto qualitativo tal que mereça a confiança permanente do eleitorado no mesmo partido. O único desenvolvimento a sério conhecido resume-se ao investimento em equipamentos de excelência, quase todos projetados e implementados pela coligação durante os 16 anos em que esteve à frente do executivo municipal. Nesse tempo foram construídos dois Centros Escolares, um Parque da Cidade um Estádio Municipal, um Centro de Alto Rendimento. Foi requalificado o Areinho e foram construídas centenas de habitações sociais. No setor privado, designadamente pela paróquia de Oliveira do Douro e por algumas instituições locais de referência, foram construídos equipamentos que hoje são modelos de excelência em todo o concelho, designadamente o Centro Social Paroquial de Oliveira do Douro. Nos últimos quatro anos em que os executivos camarários e de freguesia viveram abraçados pela mesma cor política não se conheceu qualquer iniciativa ou projeto de relevo. Pelo contrário, a freguesia perdeu competitividade, perdeu investimento, perdeu empresas, perdeu emprego, perdeu bancos, perdeu mobilidade e, quem diria, perdeu o poder reivindicativo que dantes detinha junto do executivo municipal liderado por Luís Filipe Menezes e que agora não consegue junto de um filho da terra. O partido no poder ainda não soube ou não conseguiu corresponder às expectativas e necessidades da população em domínios considerados essenciais como o auxílio da terceira idade, o apoio ao empreendedorismo, sobretudo jovem e a procura e dinamização de investimento privado externo na freguesia. Vivemos um preocupante défice de intervenção social, associativa e cultural, má manutenção dos espaços verdes e requalificação do espaço urbano. Faltam estudos e projetos para revitalização das áreas mais antigas e degradadas e consideramos ter havido uma má gestão de recursos, incapacidade de comunicar e estabelecer relações de proximidade que acabaram por potenciar o afastamento das pessoas para a participação na vida comunitária e até na vida política.
Quais os principais projetos que tem para a freguesia caso vença as eleições?
A contrario sensu, esta questão fica respondida com o elenco de incapacidade que referi anteriormente. De todo o modo, o nosso compromisso com os oliveirenses assenta em três eixos prioritários: a mobilidade, a gestão do espaço público e o empreendedorismo. É essencial procedermos à reorganização dos itinerários dos transportes junto dos operadores, exigindo preços acessíveis a todos e compatíveis com a qualidade das carreiras. Consideramos prioritária a aquisição de um autocarro tendo em vista suprir algumas necessidades, nomeadamente no apoio à terceira idade, às coletividades, ao desporto e à cultura. Envidaremos esforços junto da Câmara Municipal para a concretização do reperfilamento e pavimentação de alguns arruamentos que se encontram em estado lastimoso. Procederemos à requalificação de jardins e ainda dos sistemas de drenagem de águas pluviais e saneamento, cujas deficiências têm causado vários incómodos à população situada em lugares da cota mais baixa da freguesia. É ainda imprescindível uma atenção séria relativamente à limpeza anual de terrenos públicos e de linhas de água e exigir a concretização da limpeza de terrenos privados. Criaremos o Gabinete do Jovem Empreendedor, tendo em vista o apoio à captação de investimento privado na freguesia, o aumento do emprego local e a fixação de serviços públicos, como a Caixa Geral de Depósitos, entretanto perdida mercê da falta de empresas. A terceira idade merece igualmente uma atenção especial, pelo que procuraremos implementar um serviço de visitas de apoio domiciliário permanente e ainda criar a Academia/Universidade Sénior para ocupação, apoio e formação dos cidadãos deste escalão etário.
Que mensagem gostaria de deixar aos eleitores?
Oliveira do Douro precisa de convocar todos a uma mudança! Tudo farei para que os cidadãos voltem a acreditar naqueles que escolherem para presidir aos seus destinos. Espero, sobretudo, que nestas eleições, seja qual for o seu sentido de voto, os oliveirenses votem e optem por escolher aqueles que melhor podem servir o interesse coletivo da comunidade. Nós acreditamos que temos uma equipa competente e qualificada, determinada a transformar a freguesia de forma estruturada, responsável, com visão e estratégia. Temos plena consciência das necessidades dos oliveirenses e do que precisamos fazer para finalmente conduzir Oliveira do Douro a um desenvolvimento económico, social e humano sustentáveis e duradouros. Estamos a fazer uma campanha positiva, pensando apenas nos oliveirenses e na nossa terra, contando com o seu apoio para um futuro melhor. É aqui, nesta terra, que desejo que todos encontrem tudo o que precisam para serem felizes e se sentirem realizados.