MÃE DE OUTRORA

Nos tempos de hoje, olhando à crise social e às dificuldades que se vão sentindo, e em tempo de confinamento, as mães de outrora precisam-se: para que se valorize as suas tarefas dos tempos de então, ,nos seus aproveitamentos para que tenhamos um nível de vida com mais qualidade tanto a nível monetário como a nível sentimental.


Como é tão bom ser surpreendido, de vez em quando, e já com as suas limitações do seu braço, mandava alguém com uns mimos,(rabanadas, aletria, leite creme e os  seus rissóis de carne que até hoje, ninguém conseguiu confeccionar com o mesmo gosto (até os comia crus e já panados), tudo praticamente só com um braço e lá ia pedindo alguma ajuda aos seus netos que muito a rodeavam, porque eles ao seu lado aprendiam algo de novo, olhando às suas Grandes Valências.

Não esquecendo a sua ida todos os fins de semana para Barrosas-Felgueiras, para ajudar a sua irmã Rosalina no Restaurante Faria. Então, todos os bocadinhos das sobras: pão, os bocadinhos mais gordos das aparas das febras e outras coisas mais, sempre aproveitando tudo para mimar os seus filhos com alguma coisa de diferente para nos saciar.

Os restos do pão, confeccionava ela própria o seu pão ralado e com as aparas das febras fazia uns rojões, que foi das coisas melhores que outrora já comi. Nos dias de hoje, ditos dias de fidalgaria, principalmente os jovens nunca estão satisfeitos, têm tudo e não têm nada, passamos na rua e só se vêem restos comestíveis pelas bermas.

Hoje seriam para muitos um bom manjar em países mais desfavorecidos e essas sobras fariam toda a diferença para que as crianças vivessem mais felizes, tudo isso seria o “matar” a sua fome. Por isso, a minha querida mãe querida fazia tudo isso e inventava mil e uma coisas para nos presentear com esses mimos, que hoje felizmente “farto de tudo” ougo só em pensar neles. Grandes manjares que eram melhores que uma grande mariscada.

Antigamente só se comia frango (não cabrito) e só ao domingo, um frango tinha que dar para oito filhos e lá punha uma chouriça ou duas para reforçar o prato. Hoje essa nostalgia melindra o meu coração, porque era tudo feito com muito amor e carinho, assim ainda tenha mais sabor. Lembro-me de um episódio em que eu ia a casa de uma vizinha comer a sua sopa e cheguei a rejeitar a da minha mãe, hoje arrependo-me, porque em casa tinha melhor, e ainda hoje sinto o seu gosto no meu coração.

Apelo aos jovens a forma de vida vivida nos dias de hoje, com muitas dificuldades e olhando à crise social, penso que futuramente as coisas poderão inverterem-se. Tudo aquilo que rejeitamos, olhando à fartura, vamos voltar aos tempos de então fazendo o que os nossos pais faziam para que possamos levar a nossa vida direitinha e de cara levantada.

Hoje as pessoas têm mais dificuldades, porque não se dão ao trabalho de aproveitar as sobras para que a vida seja mais vivida e mais enriquecida duplamente.