“O MOVIMENTO ASSOCIATIVO CONTRIBUI PARA A VALORIZAÇÃO DA SOCIEDADE”

Em entrevista ao AUDIÊNCIA, César Oliveira, presidente da Federação das Coletividades de Gaia, fez um balanço bastante positivo do Festeatro, uma iniciativa que, ao longo de dois meses, levou mais de 3 mil pessoas ao teatro.

Para o próximo ano, o presidente tem já vários eventos agendados e terá ainda mais apoio da autarquia, algo que César Oliveira vê com bons olhos.

“Temos expetativas de que o poder local ajude o movimento associativo a fazer mais e melhor. Contudo, entendemos que estes apoios não devem tocar a subsidiodependência e, por isso, trabalhamos dia-a-dia para criar a nossa própria autonomia financeira e para desenvolver a nossa atividade o melhor possível”, afirma.

 

Que balanço faz do Festeatro 2017, que terminou recentemente?
O Festeatro 2017 ultrapassou todos os nossos objectivos. O balanço deste VI Festival de Teatro de Amadores de Gaia é excecional, não só pela elevada adesão de instituições e de público, como também pela qualidade e transversalidade das peças apresentadas e das mensagens partilhadas, através de representações infantojuvenis, clássicas e musicais.

 

Ao todo, quantos grupos estiveram presentes?
Estiveram presentes quinze grupos, num total de 250 atores e atrizes.

 

E o público, aderiu como nos anos anteriores ou em maior número?
A adesão do público baseou-se na agenda cultural que cumprimos. A presente edição do Festeatro mobilizou os amantes do teatro e, também, as pessoas que gostam de bons espetáculos. Ao longo de dois meses consecutivos, de 17 de setembro a 18 de novembro, o Festival de Teatro de Amadores de Gaia ficou marcado por várias sessões com lotação esgotada, num auditório com capacidade para 340 lugares. Ao todo, mais de 3.000 pessoas assistiram ao Festeatro 2017.

 

Na sessão de encerramento, o vice-presidente da autarquia garantiu que a próxima edição do Festeatro será apoiada pela Câmara. Como vê essa promessa?
Recebemos com muito agrado as palavras do senhor vice-presidente. Temos de fazer justiça à Câmara de Gaia que sempre tem colaborado na realização destes festivais de teatro de amadores, assim como de outras realizações promovidas pela Federação das Colectividades de Vila Nova de Gaia. Esta promessa, em público, reafirma o sentimento dos autarcas gaienses pelo trabalho realizado pelas nossas instituições. Vemos com muito agrado que o enquadramento e as condições de realização da 7ª edição venham ao encontro das expetativas do movimento associativo.

 

Que apoios tiveram para esta edição?
No plano e orçamento da Federação priorizamos, desde logo, recursos próprios para a realização desta iniciativa, através das quotizações dos associados e dos saldos de caixa que preservamos. Por outro lado, contámos também com o apoio logístico da Câmara de Gaia, que representa uma grande ajuda: cedência do Auditório Municipal e fornecimento de algum material de divulgação bem como de algumas entidades privadas que também prestaram apoio dirigido a esta realização.

 

Na mesma sessão, foram distinguidas três personalidades. Qual o motivo?
Em cada Festeatro realizado, temos também como objectivo reconhecer os nossos melhores. Temos muita gente com muito valor e, se estivéssemos presos a homenagear apenas uma pessoa por cada festival, teríamos necessidade de muitos anos. Por isso, resolvemos distinguir três personalidades em diferentes vertentes do teatro: clássico (Fernando Costa), de revista (Laurentino Castro) e musical (Custódio Ferreira).

 

Foi também feira uma distinção associativa a Eduardo Vítor Rodrigues? Porquê a escolha desta personalidade?
Esta nossa iniciativa prende-se com a vontade de distinguir uma personalidade ou uma instituição por ano. No caso de 2017, a escolha incidiu no cidadão Eduardo Vítor Rodrigues e prende-se com o reconhecimento a uma pessoa que é um associativista, um homem da cultura, um autarca que muito tem feito pelo associativismo em Gaia, quer pessoalmente, quer institucionalmente. Por exemplo, proporcionou melhores instalações para a nossa sede social, promoveu a construção do nosso monumento ao Movimento Associativo, além do investimento inteligente na reabilitação de algumas sedes de colectividades e na colaboração nas taxas relativas à Sociedade Portuguesa de Autores.

 

Aproveitando o assunto, como viu a reeleição de Eduardo Vítor Rodrigues para a autarquia gaiense? Que espera deste executivo?
Vimos a reeleição do presidente da Câmara de Gaia inserida no exercício da democracia, onde o povo é soberano. Vimos com naturalidade e regozijo, pois temos consciência de que Eduardo Vítor Rodrigues teve especial atenção com o movimento associativo e continuará a ter a mesma deferência com as instituições. Todos os eleitos, de qualquer coloração política, têm noção que o movimento associativo contribui para a valorização da sociedade.

 

Que iniciativas ou objetivos tem a Federação para o resto do ano?
Até ao final do ano 2017, estamos a projectar o Plano e Orçamento para 2018, onde esperamos continuar uma ligação de entreajuda com as nossas associações.

 

E para 2018, que objetivos ou iniciativas estão já agendadas?
Para o próximo ano, estão já agendados os seguintes eventos: Vivências de Gaia – Feira de Sabores e de Saberes, no primeiro fim de semana de junho; Festeatro – Festival de Teatro de Amadores de Gaia, entre setembro e novembro; Festa de Homenagem Associativa a uma instituição ou personalidade, a 27 de outubro e a celebração do 20º aniversário da Federação das Coletividades de Gaia, a 30 de novembro. Outras iniciativas de continuidade e de proximidade serão igualmente promovidas durante o próximo ano, designadamente, a gestão e acompanhamento do protocolo de interligação com a Sociedade Portuguesa de Autores e as nossas associadas com o patrocínio da Câmara Municipal, a optimização dos planos de contabilidade e preparação dos documentos dos nossos associados aderentes para posterior entrega ao gabinete do Técnico Oficial de Contas, a continuação de garantir o acesso gratuito ao Gabinete de Apoio Jurídico, entre outras.

 

Considera que os apoios que a Federação tem da Câmara de Gaia são suficientes?
Entendemos que a Federação das Coletividades deve prestar os seus serviços aos associados em função das suas possibilidades. Temos expetativas de que o poder local ajude o movimento associativo a fazer mais e melhor, através de apoios financeiros, para obviar os sacrifícios. Contudo, entendemos que estes apoios não devem tocar a subsidiodependência e, por isso, trabalhamos dia-a-dia para criar a nossa própria autonomia financeira e para desenvolver a nossa actividade o melhor possível.