Rosa Teixiera dos Santos, mais conhecida por Rosita Orfa ou Rosinha, nasceu a 19 de junho de 1927, na rua da Igreja, em Serzedo, e é uma poetisa popular com a terceira classe e com uma ligação muito profunda às raízes e às tradições da terra que a viu nascer.
Rosa Teixeira dos Santos dedicou a sua vida não só à poesia, à família e ao trabalho de costureira, mas também ao teatro. A poetisa participou, dos oito aos onze anos no Teatro Amador de Serzedo, onde representou um “espetáculo de variedades”, encenado pelo seu tio, João da Orfa.
“Foram os melhores anos da minha vida porque vivíamos e convivíamos como uma família”, afirmou Rosita Orfa.
Rosinha recordou que a poesia sempre foi uma presença constante na sua vida. Contudo, o público só tomou conhecimento do talento “adormecido” da poetisa, em 1995, quando esta escreveu, pela primeira vez, pequenos poemas com o intuito de prestar uma homenagem à “Senhora Mestra”, uma senhora dedicada ao teatro e às crianças da paróquia, numa peça de teatro amador.
A antiga costureira sempre exprimiu o que lhe vai na alma mas só depois de ter sido incentivada pelos amigos é que começou a colocar no papel o que dizia em voz alta e “atirava ao vento”. Foi assim que nasceram as primeiras poesias e os dois livros de Rosita Orfa, o primeiro, “Fantasia da Vida”, foi publicado em 1999 e o segundo, “Memórias da Minha Vida”, em 2008.
Rosa Teixeira dos Santos referiu que a poesia lhe dá “prazer, alegria, dá-me motivação para eu ser feliz e ajuda-me a encarar as coisas da vida” e que não escreve sob pressão, porque a inspiração aparece quando menos espera. “Escrevo o que sinto”, disse Rosita.
De palavra em palavra a antiga costureira chega ao verso e à poesia. A poetisa chegou a colaborar com alguma frequência para a imprensa de Vila Nova de Gaia e de Espinho. Além de enviar poemas, Rosita fez vários recitais, tendo passado pelo Magestic, pelo Hotel Casa Branca e por vários grupos recreativos gaienses. Mas foi na Biblioteca de Perosinho que fez o maior número de participações.
Rosa é uma das assinantes mais antigas do Jornal Audiência e já recebeu dois prémios, tendo sido o primeiro o Prémio Artes e Letras e o segundo o Prémio Leitor do Ano.
Rosinha declama os seus poemas de cor e assume-se como uma mulher de 90 anos que vai continuar a escrever e que encontra na poesia a forma mais natural de se expressar.
Rosita Orfa ainda guarda Serzedo e as suas gentes no coração e nas palavras que agora já “não deita ao vento”.