“MUTAÇÕES METODOLÓGICA”

No ato ou efeito de mudar(-se), no que diz respeito aos métodos, essa dinâmica, não é assim tão linear e espontânea, leva o seu tempo e espaço de processamento. Sendo que a diferença entre método e metodologia está no grau: enquanto a primeira executa uma ação, a segunda planeia todas elas. Vários foram os métodos e metodologias utilizados no desporto, onde uns evoluíram, outros estagnaram, uns estavam em voga, outros ficaram mais esquecidos.

Em suma, os métodos e metodologias têm efeito de mutação, entre si e por si. Senão vejamos, temos os métodos e metodologias de ensino, os de treino, de gestão e até de decisão, envolvendo desde a pedagogia à didática, da ciência à prática. No que diz respeito aos métodos e metodologias de treino, os procedimentos considerados também têm variado, conhecemos desde o seu início, começando pela Periodização Clássica, passando pelo Método Global, o Dedutivo, a Priorização Tática, até ao Exercício Complexo. No Método Integral, com a variante espanhola e o método PAD, até as variantes brasileiras e o Método do Futebol Puro. Falando em protagonista e executores desses métodos e metodologias, operacionalizando-as por Fernando Diniz com a sua “escadinha” com jogo apoiado, com a Periodização Táctica no seu expoente máximo de José Mourinho, Pep Guardiola com o seu Treino Estruturado em Jogo Posicional, até a “aspirina mecânica” de Xabi Alonso. 1)

Todos eles ganharam títulos, obtiveram resultados, mas na “Guerra dos Tronos” pelo melhor método e metodologia, todos os seus seguidores defendem acérrimamente os seus mentores. Esta defesa muitas vezes, sem o devido enquadramento e contextualização, não aceita, que o método e a sua metodologia (e como de sistemas que se tratava) é mutável, dinâmica e flexível. Ou seja, um melhor método e metodologia, é estar num melhor processo para o individual e o coletivo. Respeitando estes princípios sistemáticos, estaremos mais perto dos melhores “caminhos”, dos melhores rendimentos, logo do melhor método e metodologia para aqueles específicos sistemas. Consequentemente, equivalerá a resultados vitoriosos, duradouros e consolidados.  Caso contrário, as modas dos métodos no futebol e suas respectivas metodologias, sem o devido cuidado, poderão ser contraproducentes e lesivas a curto, médio ou a longo prazo. 2)
Estas mutações existentes, nada tem haver com o incontrolável, a que o universo define de imprevisibilidades. Pois as mesmas, não escolhem quem, podendo acontecer a qualquer um.  Já Arthur the King referia que numa “próxima imprevisibilidade que nos surja, a criatividade e o equilíbrio na resolução de problemas” é fulcral, pois esse “fractal do destino” é presente e iminente. Segundo DC a “criatividade para resultar requer coragem” de pensar para além do óbvio e o equilíbrio para se manter, necessita de gestão emocional, como de planeamento e implementação eficaz, eficiente e efetiva de recursos. Ambos permitem que a incerteza das invariáveis e as suas vicissitudes, tornem o “percurso” desportivo menos “escuro”. 3)
Baseado em Graham Nicholls que afirma “que o pai de todas as habilidades é a preparação” e visto que as variáveis são dependentes e explicativas da realidade, se rejeitarmos o conhecimento sistêmico, se não treinarmos o que nos impele para melhorar no processo, não podemos queixar do método e metodologia, mas sim do que fazemos com o/a mesmo/a.