O mais importante espaço, na imprensa nacional, dedicado à escrita e decifração de enigmas policiais transita do jornal Público para a revista Sábado.
Depois de quase 27 anos nas páginas dominicais do periódico criado por Belmiro de Azevedo, a secção Policiário, orientada por Luís Pessoa/Inspetor Fidalgo, surge agora na principal revista do grupo Cofina, com edição semanal à quinta-feira.
A notícia foi saudada pela generalidade dos amantes deste passatempo, que viram subitamente interrompida a “vida” do Policiário no final do ano passado, aquando da mudança de direção no jornal onde nasceu em 1 de julho de 1992, após uma caminhada que juntou até ao momento do “despejo” mais de dois mil participantes ativos e inúmeros outros seguidores.
Entretanto, a modalidade prossegue aqui, no AUDIÊNCIA GP, o caminho iniciado a 1 de junho de 2016, com a publicação da solução oficial de mais uma prova do torneio “Solução à Vista! – 2019” e respetivas pontuações alcançadas pelos “detetives” em competição, de onde resultam algumas mudanças nos dez lugares cimeiros da classificação, quando estão cumpridas apenas quatro das dez etapas previstas. Por outro lado, a fechar esta edição, surge a pontuação atribuída ao enigma “O Estranho Caso da Falsa Mobilidade” do confrade Bigode, que ocupa agora o segundo lugar da classificação, liderada por Rigor Mortis. A verdade é que, em qualquer das competições, é cedo para se tirarem conclusões porque ainda há muito caminho a percorrer.
TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
Solução da Prova nº. 4
“O Caso do Capitão Venâncio”, de A. Raposo
Na biblioteca do capitão temos tudo para parecer suicídio. A porta da biblioteca fechada, com a chave na secretária, parece ter sucedido que o capitão se fechou na sala, foi buscar a arma e disparou na sua cabeça.
Acontece que a bala foi aparecer alojada no quadro que estava fora da sala, no patamar na escada…
Ora, suicídio só se a porta estivesse aberta!
E nós sabemos que a porta estava fechada porque as duas criadas, que estavam na cozinha, ao subir a escada deram com a porta fechada à chave. Tiveram que descer e ir buscar a chave mestra que estava no chaveiro.
Foi portanto crime. Quem poderia ter praticado o crime? Alguém, da casa, para além das duas criadas que têm alibi. Estavam juntas na cozinha quando ouviram o tiro e estavam com o patrão há muito tempo.
Quem poderá ser incriminado será o jardineiro que – sabendo onde estava a arma – poderia ter subido a escada sem ser visto pelas criadas, chegado à biblioteca, retirado a pistola do sítio e morto o capitão, tendo ficado a porta aberta e permitindo a bala fazer o percurso de ficar no quadro do patamar. O jardineiro fechou a porta da biblioteca, retirou a chave da porta e colocou-a na secretária, para sugerir suicídio. Saiu pela porta que dava para o jardim e ninguém o viu.
Pensaria ele ficar com os “popós” do patrão, legados por este, antes do tempo…
Quanto à solução do enigma temos que fazer uma ligação com o facto do seu antepassado, que o terá influenciado na sua atitude anarquista, ter andado na companhia de Garibaldi, um republicado anticlerical e difusor de ideias liberais, que dominava a escrita cifrada da Carbonária onde foi figura grada.
Assim e de acordo com alfabeto carbonário a “frase” das quinze letras (FEFOABAREGEOLEA) terá a seguinte tradução: VIVA O POLICIÁRIO.
No alfabeto carbonário, que se encontra facilmente na Wikipédia, prevê-se que uma letra substitua outra, segundo a seguinte regra de conversão:
A (O); B (P); C (G); D (T); E (I); F (V); G (C); H (H); I (E); J (J); L (R); M (N); N (M); O (A); P (B); Q (Q); R (L); S (Z); T (D); U (U); V (F); X (X); Z (S).
Pontuações/Classificação (após a 4ª. Prova)
A maioria dos pontos perdidos neste enigma resulta do facto de alguns dos “detetives” não terem associado ao alfabeto carbonário as ideias politicas do capitão Venâncio, muito influenciado pelas leituras de livros herdados de um seu antepassado do século XIX, amigo de Garibaldi e seguidor do seu pensamento político. Mas houve também quem tenha “deitado dois pontinhos fora” ao admitir ter ocorrido suicídio. Vejamos, então, como está a tabela classificativa ordenada:
1ºs. Búfalos Associados (36+13) e Detetive Jeremias (37+12): 49 pontos;
3º. Inspetor Moscardo (32+10): 42 pontos;
4ºs. Ego (30+11) e Tempicos & Tempicas (31+10): 41 pontos;
6º. Rigor Mortis (31+9): 40 pontos;
7º. Zé de Mafamude (29+10): 39 pontos;
8ºs. Donanfer II (29+9), Inspetor Mucaba (28+10) e Ma(r)ta Hari (28+10): 38 pontos;
11ºs. Bernie Leceiro (27+9) e Carlota Joaquina (27+9): 36 pontos;
13ºs. Abrótea (26+9), Holmes (27+8) e Mancha Negra (26+9): 35 pontos;
16ºs. Chico da Afurada (26+8), Faina do Mar (25+9), Martelo (25+9), Pena Cova (27+7), Príncipe da Madalena (25+9) e Talismã (25+9): 34 pontos;
22ºs. Arc. Anjo (25+8), Bota Abaixo (24+9), Broa de Avintes (26+7), Charadista (26+7), Detetive Bruno (26+7), Detetive Vasoff (25+8), Haka Crimes (26+7), Inspetor Guimarães (26+7), Mascarilha (24+9), Mosca (24+9) e Necas (24+9): 33 pontos;
33ºs. Amiga Rola (24+8), Beira Rio (25+7), Dragão de Santo Ovídio (25+7), Tó Fadista (24+8), Inspetor Madeira (23+9) e Inspetor Mostarda 9 (23+9): 32 pontos;
39ºs. Pequeno Simão (24+7), Santinho da Ladeira (24+7) e Solidário (23+8): 31 pontos;
42ºs. Agata Cristas (23+7) e Vitinho (22+8): 30 pontos;
44º. Airam Semog (26+0), 26 pontos;
45º. O Madeirense (10+10): 20 pontos;
46ºs. Moura Encantada (9+9) e Oluap Snitram (9+9): 18 pontos.
CONCURSO “MÃOS À ESCRITA!”
As avaliações feitas pelos solucionistas em prova e pelo orientador da secção ao enigma “O Estranho Caso da Falsa Mobilidade” do confrade Bigode, resultaram na seguinte pontuação média final: 7,60 pontos. Desta forma, quando ainda são apenas conhecidas as pontuações atribuídas a três dos nove enigmas a concurso, a tabela classificativa está assim ordenada:
1º. “Whisky Fatal”, de Rigor Mortis: 8,40 pontos;
2º. “O Estranho Caso da Falsa Mobilidade”, de Bigode: 7,60 pontos;
3º. “Abílio Vai à Bola”, de Daniel Gomes: 6,20 pontos.