O Censo de Garajaus deste ano, que decorreu durante o mês de junho, concluiu que atualmente existem cerca de 7.950 aves nidificantes no arquipélago, distribuídos por 188 colónias.
O Censo de Garajaus de 2020 estima que existem 3.347 casais de garajau-comum distribuídos por 167 colónias pelo arquipélago, 630 de garajau-rosado distribuídos por 20 colónias em todas as ilhas exceto em São Miguel e ainda um casal de garajau-de-dorso-preto a nidificar no Ilhéu da Praia, na ilha Graciosa.
O Diretor Regional dos Assuntos do Mar salientou, aquando da revelação destes resultados, que comparativamente ao censo realizado em 2019, os números deste ano “são bastante mais animadores” para o garajau comum, dado que se registaram mais 1.061 casais, embora se tenha registado cerca de menos 100 casais de garajaus-rosados.
De acordo com Filipe Porteiro, “a tendência relativamente aos números de garajaus que nidificam nos Açores é considerada estável” na medida em que “já se tem verificado que estes números variam consideravelmente de ano para ano, em ambas as espécies”. Além destas duas, foi ainda observado uma vez mais um garajau-de-dorso-preto no Ilhéu da Praia na Graciosa, não tendo sido “avistada nenhuma cria ou ovo no ninho”.
O responsável pela pasta do Mar destacou ainda o facto de que nas Flores se registaram mais de 70 casais de garajaus-comuns, tendo sido observado um garajau comum que “tinha sido anilhado há 15 anos nos Capelinhos, na ilha do Faial”. Neste sentido, o Diretor realçou a importância do trabalho de anilhagem de aves marinhas para o estudo das espécies e para aferir se regressam aos Açores e se migram entre ilhas, frisando que “a anilhagem permite-nos saber mais sobre o ciclo de vida destas aves marinhas e perceber as dinâmicas relacionadas com as migrações que fazem todos os anos, para além das escolhas que elas fazem em relação às ilhas onde nidificam”.
O Censo de Garajaus 2020 foi coordenado pela Direção Regional dos Assuntos do Mar em parceria com os Parques Naturais de Ilha e com os Serviços de Ambiente, envolvendo oito técnicos superiores, 30 vigilantes da Natureza e quatro voluntários da SPEA e do IOMA (Associação Asas do Mar – Instituto de Ornitologia dos Açores).
Este censo é realizado em todo o arquipélago, envolve campanhas de mar através de viagens de barco em torno da costa de todas as ilhas, “em que se estima o número de aves de cada colónia com recurso a uma buzina, que as faz levantar voo, permitindo a sua contegem”.