“O QUE ESCREVO, PASSA-SE EM SÉCULOS ANTERIORES PORQUE CONSIDERO QUE TAL ME TRAZ UM CERTO “ENCANTO” QUE NÃO ENCONTRO, NOS DIAS DE HOJE”

Escritor, dramaturgo, pertencente ao Grupo de Teatro Bolo do Caco – Madeira, escritor, poeta, com 10 livros editados, 3 peças de teatro, Jorge Ribeiro Castro colabora ainda assiduamente com revistas e jornais, escreve letras para bandas e é o mentor e organizador do evento mensal de poesia “Bem a Poesia” e Cine 116.

 

Quem é Jorge Ribeiro de Castro?

Sou apenas alguém que adora escrever contos, romances, poemas e peças de teatro sobre mistério, suspense, crime, sobrenatural e humor negro, estes um tanto ou quanto imbuídos de um certo romantismo secular. O que escrevo, passa-se em séculos anteriores a este porque considero que tal me traz um certo “encanto” que não encontro, nos dias de hoje. No entanto, já me deixei levar pela escrita de histórias que têm a ver com ficção científica.

 

Escritor, dramaturgo, mas acima de tudo um amante da poesia. Como nasceu o evento” Bem, a Poesia…”?

Em meados de 2013, os artistas Jose Zyberchema, Fátima Spínola e Xavier Miguel convidaram-me a participar no projecto/galeria/laboratório de ideias “Espaço 116”, passando a ser um dos administradores, e, como tal, propus criar um evento de Poesia. Tal tornou-se realidade a 19 de dezembro de 2013. Ao longo das várias edições, e com muitas pessoas a participarem assiduamente, formou-se também um Grupo, o que mostrou que os amantes da Poesia nesta ilha são muitos.

 

Quais as principais dificuldades para a realização dos eventos mensais?

A falta de um sítio fixo, com certas comodidades (cadeiras, água, luz e uma mesa), de modo a que todos que participam sintam que aquele é o lugar perfeito para um tão poético convívio. Actualmente, já são já mais de 170 edições realizadas e sinto-me orgulhoso, honrado, mas também um nómada, pois foram muitos os lugares em que organizei o evento.

 

Não acha que a Madeira merecia uma associação abrangente para os escritores na Madeira, sabendo que em tempos existia a Associação de Escritores e Poetas Madeirenses?

Sim, merece, mas o desejo peca pela falta de tempo, pois muitos dos escritores que conheço, tal como eu, infelizmente, têm um trabalho aquém da Arte que tanto adoram. No entanto, pode ser que, eventualmente, haja uma “luz”.

 

Um local físico e a criação duma associação/Núcleo, não seriam mais-valia para a cultura em geral na Madeira?

Sim, com certeza. A ver vamos o que o tempo traz. É necessário, empenho, dedicação e acima de tudo também vontade política, pois como se costuma dizer, “sem ovos não se fazem omeletes. Existem poetas e escritores, falta o resto.

 

Deixe-nos alguns títulos de livros que aconselharia a ler.

São muitos que adorei ler, mas os gostos são relativos, aqui vão alguns:

“Grandes Esperanças – Charles Dickens

Vinte mil léguas submarinas –Jules Verne

A ilha dos trinta caixões – Maurice Leblanc

O fantasma da Ópera – Gaston Leroux

A sombra do Corvo – Joel Rose

Clube Arcanum – Thomas Wheeler

Recomendo também os livros de Edgar Allan Poe, Agatha Christie.Sir Arthur Conan Doyle, Ana Teresa Pereira, Herberto Helder, Fernando Pessoa, Natália Correia, Luís Filipe Sarmentos.