Apaixonado pela terra que o viu nascer, André Mendonça é, desde 2021, presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Grande – Matriz. Honrado pelo trabalho e pelas funções que tem desempenhado, o edil manifestou, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, a sua vontade de ajudar os que o rodeiam e de contribuir para o desenvolvimento do seu território. Garantindo que anseia ver o lançamento do concurso do edifício de Trás-os-Mosteiros, composto por 52 apartamentos, em benefício da população, o autarca assegurou que a conclusão da reabilitação do Miradouro do Palheiro, assim como a construção da Casa Mortuária e do Miradouro do Atlântico, também serão uma realidade. Não escondendo a sua vontade de fazer mais e melhor em prol do território, André Mendonça enfatizou que as pessoas são a sua prioridade e que o seu objetivo é melhorar a qualidade de vida dos habitantes desta localidade.
Senhor presidente, acabamos de comemorar mais um aniversário da freguesia, contudo há uma discrepância entre a data da sua fundação e a celebração do dia desta localidade, porquê?
De facto, o dia correto do aniversário da freguesia é 4 de agosto, sendo que, ao longo dos anos, foi-se tornando habitual realizarmos a cerimónia no sábado das Festas em honra do Sagrado Coração de Jesus da Matriz.
Relativamente às celebrações do Dia da Freguesia, o que conduziu à homenagem daquelas quatro individualidades e instituições?
Nós, na sessão solene do Dia da Freguesia, pretendemos homenagear instituições, pessoas individuais e empresários que, ao longo da sua vida, deram o seu contributo de uma forma direta e indireta à freguesia e ao concelho da Ribeira Grande. Os nomes dos distinguidos são propostos e aprovados em sede de Assembleia de Freguesia. A prova disto foi o senhor Eduardo Ferreira, proprietário da Fábrica de Licores, que, de facto, leva o nome da Ribeira Grande a todo o mundo e ainda não tinha sido homenageado pela Junta de Freguesia, portanto foi o empresário agraciado pelo contributo que deu e vai continuar a dar, felizmente, à Ribeira Grande. Em termos de instituições, este ano homenageamos duas desportivas, nomeadamente o Clube de Patinagem Ribeiragrandense e o Clube de Judo da Ribeira Grande, que alcançaram os seus êxitos a nível nacional e merecem ser agraciados pelo esforço feito não só pelos atletas e pelos pais, mas também por todos os dirigentes, que despendem muito tempo da sua vida pessoal. A personalidade foi a senhora Olga, a nossa vizinha, que de facto esteve a vida toda ligada ao ensino e à igreja e deu o seu contributo à freguesia.
Como mencionou, este ano foram distinguidas duas instituições desportivas. Neste seguimento, custa-lhe ver a situação que o Sporting Clube Ideal está a viver? O que é que a Junta de Freguesia pode fazer para que a queda não seja tão acentuada?
O Sporting Clube Ideal é uma grande instituição da Matriz e do concelho e diria mesmo dos Açores. Eu sou do Sporting Clube Portugal e do Sporting Clube Ideal, pois são os meus clubes do coração. Posso dizer-lhe que já estive sete ou oito anos na direção deste clube da Matriz e custa-me ver uma instituição com tamanha história a passar tão mal. Porém, todas as instituições têm altos e baixos, pelo que acredito que o Ideal está apenas a passar uma má fase e estou em crer que os sócios vão dar a volta por cima desta situação. Da parte da Junta de Freguesia, nós ajudamos todas as instituições dentro das nossas possibilidades e assinamos, normalmente, protocolos com quase todas as instituições no Dia da Nossa Senhora da Estrela, assinalado a 2 de fevereiro, no âmbito do qual atribuímos a cada uma das coletividades um apoio, dentro daquilo que podemos dar.
Ao longo de 517 anos de história, viveram e nasceram nesta localidade grandes figuras do concelho da Ribeira Grande. Quer realçar algum desses nomes, que marcaram decisivamente a freguesia?
Em termos históricos e culturais a maior figura é Gaspar Frutuoso, que foi vigário na Igreja Matriz durante vários anos e escreveu a sua grande obra intitulada “Saudades da Terra” na nossa freguesia. São 517 anos e, de facto, esta é a primeira freguesia do concelho da Ribeira Grande e, por isso, a mãe das freguesias, que conta com uma larga história composta por coisas boas e menos boas, como tudo na vida. Além de termos ilustres personalidades, é de salientar a força e a determinação das gentes desta freguesia que, ao longo dos anos, souberam, de facto, dar a volta e contribuir para a evolução do seu território.
Situada nesta localidade, a Igreja Matriz, dedicada à Nossa Senhora da Estrela, tem um entrosamento muito forte com o concelho. Neste seguimento, no primeiro dia do mês de fevereiro de cada ano sai à rua o tradicional Cantar às Estrelas. Pode falar-me sobre esta tradição?
Nós somos devotos à Nossa Senhora da Estrela, que é a nossa padroeira da Matriz e, consequentemente, do concelho da Ribeira Grande. O Cantar às Estrelas é uma tradição com muitos anos. Inicialmente, eram as pessoas que iam a casa dos seus familiares e cantavam à Nossa Senhora da Estrela, na noite do dia 1 para o dia 2 de fevereiro. Há uns anos esta parte, a Câmara Municipal da Ribeira Grande, e bem, investiu no Cantar às Estrelas que, ainda hoje, é uma grande iniciativa cultural e religiosa, que atrai muita gente ao concelho.
Para quem visita, pela primeira vez, a Freguesia da Matriz do concelho da Ribeira Grande, quais são suas sugestões, enquanto presidente de Junta?
A Matriz tem um património riquíssimo tanto a nível cultural, natural ou gastronómico. A nossa freguesia é frequentada por muitos turistas, porque temos uma beleza cultural muito grande, nomeadamente devido à Igreja do Senhor dos Passos, à nossa Igreja Matriz, aos nossos museus, como o Museu da Casa da Cultura e o Museu do Arcano, à Biblioteca Municipal Daniel de Sá, portanto existe uma série de edifícios culturais e religiosos na nossa Matriz. Também, ao nível do ambiente paisagístico, nós temos as nossas Caldeiras da Ribeira Grande, que de facto são um ex-líbris no concelho, onde as possas podem cozer o famoso cozido, ou até desfrutar das águas quentes, nas termas. Para quem gosta de mar, nós temos o nosso Complexo de Piscinas, que é o maior dos Açores, sem falar do nosso Miradouro do Palheiro, que será reabilitado ainda este ano e é uma zona de lazer magnífica. Ao nível turístico, a Freguesia da Ribeira Grande – Matriz, neste momento, tem mais de 45 alojamentos locais, ou seja, já aparece algum investimento nesta área. O edifício dos Paços do Concelho também é um dos locais de referência, assim como a ribeira que deu o nome ao município e o nosso ex-líbris, que é a Ponte dos Oito Arcos.
Antes de assumir o cargo de presidente de Junta, já fazia parte do executivo desta edilidade. Esta transição foi uma tarefa difícil ou fê-lo com vontade e devoção?
No antigo executivo, cujo presidente era Hernâni Costa, eu desempenhava a função de secretário. Posteriormente, em 2021, fui convidado para me candidatar ao cargo de presidente de Junta. De facto, ser secretário e presidente são tarefas distintas, porque é uma responsabilidade enorme e, também, porque eu tenho sempre vontade de fazer mais e melhor em prol das pessoas.
Após a saída de Hernâni Costa e a assunção da sua candidatura, chegaram a temer a perda desta freguesia para a oposição. Esta vitória, de uma forma categórica, obtida por si encheu-o de orgulho?
Sim, encheu-me de orgulho no trabalho desenvolvido ao longo da campanha, porque as vitórias dão trabalho, não há nada a esconder. Eu considero-me uma pessoa séria e honesta, que trabalha diariamente com as pessoas e diz a verdade. Foi uma vitória de toda a nossa equipa, que trabalha no backoffice e nos apoia todos os dias, porque eu sozinho não conseguia, de facto, fazer quase nada, assim como do atual presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, cujo apoio foi muito relevante.
Qual é o orçamento desta freguesia para cada ano civil? Quais são as receitas previstas e as despesas orçamentadas?
O nosso orçamento é no valor de 298.864,96 euros e engloba as verbas que vêm do Governo Regional e da Câmara Municipal. A Junta de Freguesia não tem receitas próprias e as despesas são orçamentadas no mesmo valor, sendo que a maior é com os colaboradores. Neste momento, a Junta de Freguesia tem um funcionário no quadro, os restantes colaboradores integram a autarquia, no âmbito de programas, mas são muito poucos, uma vez que o Governo Regional adotou as medidas que adotou e, depois, tivemos de fazer um grande esforço financeiro para adquirirmos contratos de prestação de serviços e termos cinco pessoas a trabalhar a recibos verdes, na Junta de Freguesia.
Um orçamento de quase 300 mil euros, de facto, não permite ter recursos suficientes para a gestão de uma freguesia no centro da cidade. Como é que faz milagres?
Tem de ser uma gestão muito rigorosa e muito séria, para conseguirmos fazer algo pela freguesia e pelas pessoas. O segredo é mesmo esse, assim como procurar algum apoio, sempre que esteja disponível, através da Câmara Municipal ou de secretarias do Governo Regional, que nos ajude financeiramente.
Numa freguesia central como esta, as necessidades são mais do que muitas e, como mencionou na sessão solene do Dia da Ribeira Grande – Matriz, o grande problema desta localidade é a falta de habitação. Contudo, orgulha-se de ter 45 alojamentos locais. Como é que o senhor presidente pretende resolver esta questão?
Nós temos 45 alojamentos locais na freguesia, atualmente legais. O alojamento local não impede a habitação, nem a habitação impede o alojamento local, uma vez que são áreas diferentes. De facto, o que existe na Matriz é falta de habitação, porque todos os dias recebemos pessoas, na sua maioria jovens, que procuram espaços para alugar ou comprar e é difícil, porque não temos residências disponíveis na Matriz. Porém, existe um edifício em Trás-os-Mosteiros, que está abandonado há muitos anos, com 52 apartamentos, que foi adquirido pelo Governo Regional, pelo que estou convicto de que até ao final do ano saia o concurso, cuja responsabilidade é da Direção Regional da Habitação. Também existe mais um terreno, igualmente da responsabilidade da tutela, onde podiam ser construídas cinco ou seis casas.
Relativamente à terceira idade, sei que existe o Lar Augusto César Ferreira Cabido na Matriz, mas também sei que existem armazéns onde os idosos são explorados nesta freguesia, uma vez que pagam rendas altíssimas por um quarto e, depois, andam pela rua a mendigar, muito próximo, aqui, da Junta de Freguesia. Este não é um problema desta localidade?
Claro que é um problema gravíssimo da nossa freguesia.
O incentivo aos jovens é muito importante, mas também é preciso não descuidar dos idosos.
Nós, aqui, na freguesia não descuidamos dos idosos. Através da habitação, como eu já disse, nós não somos diretamente responsáveis, porque não temos essa capacidade financeira, porque se tivéssemos já tínhamos feito ou mandado fazer apartamentos e habitações.
Também durante a sessão solene, o senhor presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande afirmou que os verdadeiros autarcas são os presidentes e aqueles que trabalham nas Juntas de Freguesia, pois esses é que têm o sentir e o pulsar das populações. Com base nisso, não está a pensar reivindicar e ser mais exigente com os poderes acima, de modo a ultrapassar estes problemas?
Claro que sim. Eu inclusive já tive várias reuniões com o senhor diretor regional da Habitação e o que nos foi dito foi que o projeto estava a avançar rapidamente e que já tinha dado entrada na Câmara Municipal, que aprovou rapidamente e agora voltou para a Direção Regional de Habitação. Enquanto aqui estiver, eu não vou desistir daqueles apartamentos nem de outras situações que apareçam e que nós podemos reivindicar ao Governo Regional, isso eu nunca farei. Trabalharei sempre em prol da Matriz e da população.
Tem alguma perspetiva temporal relativamente a quando é que a Ribeira Grande – Matriz deixará de ter problemas graves habitacionais?
Infelizmente não tenho. Mas, só para ter uma ideia, o concelho da Ribeira Grande necessita de 500 habitações. A habitação vai ser sempre um problema gravíssimo e, ao longo dos anos, ainda se vai tornar pior.
O centro da sua freguesia também tem alguns monstros, digo isto porque não dignificam esta freguesia, que é a capital do concelho da Ribeira Grande, juntamente com a Freguesia da Conceição, que são edifícios grandiosos em ruínas. As obras aqui têm fim?
As obras têm princípio, meio e fim, como tudo na vida. O edifício que fica ao lado da Igreja do Espírito Santo, que é a Igreja do Senhor dos Passos, de facto é uma nódoa negra que nós temos, aqui, no centro da cidade, mas aquilo não depende nem da Câmara, nem da Junta, nem da região, apenas do Governo Central e aquilo que eu sei é que o senhor presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, já se dirigiu várias vezes ao continente para falar com quem de direito e as boas notícias que fomos recebendo é que vai ser delegado à autarquia. Contudo, até à data, isto ainda não aconteceu. Creio que antes das eleições, em 2025, este problema vai ser resolvido da melhor maneira possível que seria passar o edifício para a Câmara Municipal da Ribeira Grande e aí, depois, pensar-se-ia o que é que seria melhor para aquele mesmo espaço nobre, aqui, na cidade.
Senhor presidente, quando ainda jovem, alguma vez pensou o que gostaria de fazer na sua freguesia, caso algum dia subisse os degraus da Câmara Municipal da Ribeira Grande ou da Junta de Freguesia da Matriz? Gostaria de ter aquilo que lhe falta?
Quando nós somos mais jovens não pensamos em políticas, nem em nada que se pareça, mas queria deixar aqui uma nota de que o meu pai foi secretário da Junta de Freguesia da Conceição, durante mais de 20 anos. Portanto, sempre tive na minha casa, desde que eu me lembro, os meus pais ligados a essas lides, mas de qualquer maneira nunca me tinha passado pela cabeça ser presidente de Junta. Porém, a vida vai evoluindo, as coisas vão acontecendo e, hoje, estou aqui. Eu sou presidente da Junta da Freguesia da Matriz e, de facto, há sempre coisas para melhorar numa freguesia. Agora, a nossa aposta, com o apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande, é dar início a duas obras, que acho que são fundamentais para o território, não só a nível turístico, mas também para os nossos residentes e falo concretamente do Miradouro do Palheiro, que é uma zona de lazer muito bonita e eu acho que chegou a altura de investirmos ali com alguma qualidade e com cuidado, para o futuro. A primeira fase contemplará a cobertura, que está em mau estado, como é do conhecimento público e já coloca em perigo a população, e a iluminação. Outra obra passa pelo projeto vencedor do Orçamento Participativo 2021 e que só agora, em 2023, é que a vamos realizar, que é o Miradouro do Atlântico, com uma arquitetura completamente moderna e será diferente de todos os outros, numa zona onde a Câmara está, e muito bem, a elaborar o Passeio do Atlântico e vai ser um local edílico para ver o pôr-do-sol, o mar e toda a frente marítima da Ribeira Grande. Outro projeto é a nossa Casa Mortuária, pois esta freguesia não tem nenhuma e é uma falta tremenda, pois é algo de que todos nós precisamos. O concurso foi lançado há uns anos atrás, mas ficou deserto, então revemos o projeto novamente e vamos voltar a lançar o mesmo ainda este ano.
As obras que vão fazer no Palheiro serão com certeza extraordinárias, mas também serão algo que os idosos nunca verão, porque não existem transportes públicos para o local. Será uma obra apenas para os jovens e turistas? Nunca lhe passou pela cabeça propor, a quem de direito, a instalação de uma rede de minibus dentro do coração da cidade, atingindo Ribeirinha, Santa Bárbara, Ribeira Seca, Conceição e Matriz, no sentido de que as pessoas pudessem beneficiar dos autênticos oásis e paraísos que existem nestas freguesias?
Ao nível dos minibus, estou em crer que, neste momento, não é necessário, porque, felizmente, a maior parte ou quase toda a gente tem um carro em sua casa e se não tiver, temos as nossas instituições que trabalham muito bem, até à data, na Matriz, e fazem passeios com as pessoas da terceira idade, levando-as, nomeadamente, às Caldeiras e ao Palheiro. Portanto, aí também já fazem a parte social. Nós, aqui, também temos um grupo que se chama “Viver Mais”, que é composto por cerca de 25 pessoas idosas que, durante o ano, participam em inúmeras iniciativas.
Anteriormente disse que o seu pai foi secretário do executivo da Junta de Freguesia da Conceição e a verdade é que as localidades da Conceição e da Matriz se confundem, embora os mais antigos possam ter raízes mais bairristas do que a atualidade. Porém, numa altura em que a gestão dos territórios é pensada e feita de uma outra maneira, a fusão entre as Freguesias da Conceição e da Matriz não é um projeto de futuro, que pudesse engrandecer o centro do concelho? Alguma vez lhe passou isto pela cabeça?
A fusão das duas freguesias nunca me passou pela cabeça, muito sinceramente, e também não sou a pessoa apropriada para responder a esta questão.
Nestes dois anos passados enquanto presidente de Junta, o que gostou mais de colocar em prática e o que é que mais o aborreceu?
Começando pelas coisas boas, o que mais gostamos de colocar em prática foi trazer algum dinamismo aqui à nossa freguesia, através dos vários eventos que nós temos durante o ano, como a participação no Cantar às Estrelas e no Corso Carnavalesco. Também, interagimos com a Escola Básica Gaspar Frutuoso e Escola Secundária na época do Natal e da passagem de ano, alturas em que vamos sempre lá levar um miminho para os alunos. Neste seguimento, organizamos anualmente uma viagem ao continente com 54 pessoas, para além das celebrações do Dia Mundial da Criança, da Festa da Flor, do Dia da Matriz, do cenário de Natal, de inúmeros workshops e do campo de férias, que é promovido pela Junta para os alunos que não estão nos ATL, com 28 crianças, mas temos, infelizmente, uma lista de mais 15 ou 20 alunos, porém não conseguimos aumentar, por falta de colaboradores. Por outro lado, também organizamos o Arraial dos Santos Populares e ajudamos as pessoas nas questões da habitação degradada, dentro das nossas possibilidades. Para mim, é uma grande preocupação o facto de as pessoas terem o mínimo de condições nas suas casas. Os nossos idosos também nunca ficam para trás, pelo que temos hidroginástica todo o ano nas piscinas da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande. O que me deixa mais triste, enquanto presidente de Junta, é querer fazer e não poder, porque nós somos o parente pobre da política. Nós falamos com as pessoas e dizemos que queremos ajudar e fazer obras, mas dependemos sempre da Câmara, do Governo Regional, do Governo Central e das entidades que são muito superiores a nós. Portanto, ficamos bloqueados, porque temos ideias para a freguesia e barramos em alguma porta ou gabinete onde não podemos aceder e isso é o que me deixa triste, enquanto presidente de Junta.
Acontece muitas vezes?
Algumas vezes.
É mais difícil subir a escadaria do Largo do Conselheiro Hintze Ribeiro ou do Palácio de Santana?
Claramente do Palácio de Santana, porque o Largo Hintze Ribeiro, que é a nossa Câmara Municipal como eu digo sempre, é o maior aliado da Junta de Freguesia. Por outro lado, no Governo Regional as dimensões são maiores.
Quais são os objetivos que anseia concretizar até ao final do mandato?
Nós temos sempre objetivos e ideias, mas, infelizmente, não dependem nós, a nível financeiro, que é a parte mais importante de todo este processo. Para além das obras que já foram mencionadas, estamos a trabalhar no Trilho da Tondela, que tem um potencial enorme. Neste momento, estamos a aguardar os pareceres e também temos o saneamento básico que é fundamental. A Ribeira Grande – Matriz fica no centro e é onde faltam mais ruas serem beneficiadas com saneamento básico, em comparação com outras freguesias e essa também é uma das nossas preocupações.
Qual é a mensagem que gostaria de deixar à população da Ribeira Grande – Matriz?
Muita esperança e confiança. Espero que continuem a ser aquilo que são, pessoas sérias, honestas e trabalhadoras e que pensem sempre que o dia de amanhã será, com certeza, melhor do que hoje. Também já sabem que podem contar com a Junta da Matriz, porque trabalha com todos e para todos.