O TRAUMA PANDÉMICO NA VIDA DOS PORTUGUESES

Para uma boa parte dos cidadãos, em especial os mais bem informados, não será novidade constatar que a população mundial, e a portuguesa em particular, tem experimentado neste primeiro quartel do século XXI, um teste intensivo à sua capacidade de resistência emocional. Nos últimos tempos, por sinal bastante duros para diversas regiões do nosso País, a confirmação dos valores pandémicos e dos danos daí resultantes, bem como a sua proclamação titubeante, pouco têm esclarecido o panorama sanitário real em que nos movemos. Por isso, o verdadeiro impacto da Pandemia que nos bateu à “porta”, está longe de ser conhecido e unânime, sobretudo pela incapacidade das instituições, mas também por uma certa falta de rigor informativo, que apenas nos vai embalando e servindo de alibi. O facto de se reconhecer a eficácia do plano de vacinação vai-nos servindo de consolo, comparativamente com os nossos parceiros europeus, é um bom augúrio, mas esbarra, por vezes, em contradições que não têm em vista tratamento idêntico para o todo nacional, característica básica do sistema democrático em que vivemos. Por via desse cenário, a incerteza continua a ser uma realidade no “dia-a-dia” dos portugueses, incapazes, por isso, de poderem programar minimamente o seu futuro próximo.

Prof. Dr. Horácio Costa

reconhecido no exterior

Mas, independentemente deste “mar encrespado” em que vamos “navegando”, há aspectos do dia-a-dia que nos alegram e fazem acreditar num futuro melhor, pela excelência de alguns dos nossos especialistas, com pergaminhos que lhes permitem ombrear com os melhores. A esse propósito, não resisti a abordar o perfil de um clínico gaiense, nascido em Arcozelo, de enorme valor cientifico e profissional, que integra (e dirige o sector) o Centro Hospitalar de VN Gaia/Espinho, que é o Prof. Dr. Horácio Costa. Filho de um antigo profissional do FC Porto – Monteiro da Costa – que chegou a capitanear a equipa, entre as décadas de 50 e 60, ao lado de outra grande figura da colectividade portista, o também saudoso José Maria Pedroto, com quem cheguei a privar, ao tempo que ele orientava o Vitória de Guimarães.

O clínico em apreço foi doutorado pela Faculdade de Medicina do Porto, tendo-se especializado em Cirurgia Plástica, Maxilofacial e Microcirurgia, tendo sido fundador do Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do CHVNG/E, lecionando também no ICBAS, como Professor Catedrático. Membro de diversas instituições honoríficas nacionais e estrangeiras, entre as quais o Comité Executivo da “European Society Plastic Resconstructive and Athletic Surgery”, Horácio Costa foi autor de várias publicações em revistas nacionais e estrangeiras, coordenando o Mestrado de Cirurgia Geral do Instituto de Ciências e Saúde Mental do Norte. De entre as diversas intervenções delicadas concretizadas por Horácio Costa e pela sua equipa, figuram a reconstrução da mandíbula a várias crianças portuguesas, bem como a reimplantação de uma mão decepada, cujas intervenções decorreram com sucesso absoluto, do qual bem podemos orgulhar-nos.