No dia 5 de outubro teve lugar no restaurante Venus de Milo, em Swansea, Massachusetts, o vigésimo sétimo convívio ribeiragrandense da Nova Inglaterra.
O convite de honra deste ano foi endereçado à Fábrica de Licores Eduardo Ferreira e Filhos Lda, empresa sediada no coração da cidade da Ribeira Grande, mais conhecida por Licores Mulher de Capote, a qual se fez representar por uma grande comitiva composta pelos seus donos, familiares e empregados.
A confraternização contou também com várias representações oficiais do concelho da Ribeira Grande, nomeadamente: Assembleia Municipal, Junta de freguesia da Matriz, Bombeiros Voluntários, Banda Triunfo e comissão fabriqueira da igreja Matriz. Da província canadiana de Quebéc participaram no convívio cerca de dez pessoas, e de Ontário a assídua presença de cinquenta ribeiragrandenses.
A hora social, marcada para as seis da tarde, iniciou-se pouco depois das cinco o que, de certo modo, facilitou o controle das entradas e a localização dos assentos. Em vez de ser uma hora social, passou a ser duas. É a tal sêde que um ano de saudades provoca. É o ter mais uns minutos para falar com fulano e com sicrano, antes que a música e certas regras do bom comportamento impeçam o abraço e a gargalhada com este ou com aquele. Afinal, o convívio é isso, não é só ouvir discursos.
Pouco antes de ser servida a refeição os convivas foram brindados com um pequeno espectáculo proporcionado por dois professores vindos dos Açores, que fazem parte da Associação de Artes Circenses dos Açores. Seguiu-se o entoar dos hinos, e fez-se um minuto de silêncio em memória dos nossos compatriotas que partiram para a eternidade. Uma breve acção de graças dirigida pelo sr. Ildeberto Garcia iniciou o banquete. Foi nos intervalos das sopas, do peixe, da carne e da sobremesa que as cerimónias se situaram.
Irene Melo Alves, presidente dos Amigos da Ribeira Grande para este ano de 2019, agradecendo a presença de todos realçou a força da sua equipa e saudou os cerca de quinhentos convivas que encheram a sala, desde os convidados dos Açores e do Canadá, até aos própios residentes da Nova Inglaterra.
Eduardo Ferreira, dos Licores Mulher de Capote, com meia dúzia de palavras tornou-se transparente na sala, transmitindo a todos o momento de felicidade que sentia. Disse que já recebera muitas distinções e condecorações, mas esta homenagem por parte dos ribeiragrandenses dos EUA foi direita ao seu coração. Depois passou o microfone à sua filha Carolina, a qual fez uma breve descrição do historial da empresa, da sua actualidade e dos seus produtos, numa linguagem simples, a bom som. Seguiu-se um brinde à saúde de todos, com desejos de prosperidade e palavras de gratidão.
Como tem sido habitual nestes convívios, os Amigos da Ribeira Grande- USA, para além dos convidados de honra, homenageiam um indivíduo por serviços prestados em prol da comunidade. Este ano as honras foram para Liberal Batista, como imigrante do ano. A sua chamada ao palco também se tornou num momento emocionante, visto que Liberal foi apanhado de surpresa. Liberal Batista é agente de viagens em Cambridge, MA. Tem um vasto currículo no envolvimento comunitário, principalmente nos arredores de Boston, como Cambridge e Somerville.
Duas bolsa de estudo foram entregues a dois estudantes que este ano iniciaram o ensino superior. Por coincidência Bryce Afonso e Kyle Furtado ingressaram em Agosto no estudo da informática. Ambos receberam quinhentos dólares para ajuda de material escolar.
Hernani Costa, presidente da Junta de Freguesia da Matriz, durante a sua intervenção realçou o facto da proximidade da autarquia com as comunidades da diáspora. Os Amigos da Ribeira Grande – USA são a prova disso, porque desde os primórdios desta nossa organização, as relações entre ambas as partes sempre foram as melhores. A bons olhos nota-se alargamento em todos os sentidos, com esta, com outras organizações, e com particulares. Por incrível que possa parecer, aqui se afirma que a Matriz é a única junta de freguesia do concelho da Ribeira Grande que responde aos convites e a toda a correspondência dos Amigos da Ribeira Grande da América do Norte.
Paulo Jorge Garcia, o homem dos sete ofícios, veio representar três instituições. Ou seria mais correcto dizer duas e meia? Sim, é isso! Representou duas organizações que muito nos orgulham: a Filarmónica Triunfo e os Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande. A outra meia foi calçada com o seu pai, o sr. Ildeberto Piques Garcia, a representar a Comissão Fabriqueira da Igreja Matriz da Ribeira Grande. Todos nós sabemos que as obras de recuperação vão exceder, de longe, meio milhão de euros, e que o governo só vai dar duzentos e tal mil… Pois, há que angariar fundos, há que saber pedir. Os Amigos da Ribeira Grande entregaram ao pai e ao filho um cheque no valor de cinco mil dólares. Foi o que de momento lhes puderam dar. Decorridos alguns minutos, e de forma espontânea, alguém teve a ideia de fazer uma colecta, percorrendo a sala com uma bandeira ribeiragrandense, o que resultou num montante de duas mil e quinhentos dólares. Bom começo, num serão de gente fuseira. Sete mil e quinhentos dólares. Entretanto, sabemos que existem outras iniciativas partriculares a angariar mais fundos em vários pontos da Nova Inglaterra. Bem hajam! A Senhora da Estrela merece. A casa da nossa MÃE nossa casa é. Por isso há que cuidar dela.
É sempre um prazer ouvir José António Garcia, presidente da Assembleia Municipal da Ribeira Grande. Além da sua simpatia e educação invejada por muitos, é um homem que sabe o seu lugar e respeita toda a gente. Por isso merece ser respeitado. Melhor do que isso, é um amigo. Um grande amigo. Esta foi a terceira vez que passou pelo convívio ribeiragrandense, representando a assembleia municipal. A segunda como seu presidente. Nas palavras que dirigiu aos conterrâneos na sala, também realçou a importância da proximidade da autarquia com as comunidades de emigrantes. Esta proximidade está mais do que clara, e afirmamos sem medo que as relações entre a câmara e os Amigos da Ribeira Grande nunca foram tão fortes e abertas, em comparação com as câmaras anteriores, deixando de fóra a assembleia, porque nunca tivemos queixa desta repartição. Voltamos a sublinhar que para a nossa maioria a cor do partido político não importa, mas sim o carácter do indivíduo que assume as suas funções e dirige o seu cargo.
Pela primeira vez foram dependuradas, numa das paredes da sala, as catorze bandeiras que representam as catorze freguesias do concelho. Aliás: as treze freguesias e a vila. Que me desculpem os rabopeixenses. Até ao último convívio só tínhamos metade das bandeiras. Mas, mais um pedido à assembleia, já que está tão próxima, acabou por dar certo. São as tais pessoas de palavra, que passam por nossas vidas e acabam nelas ficando.
O convívio acabou com música dançante, para todos os gostos, a cargo do conjunto Os Capitalistas, sendo os sistema de som a cargo de Aires Ferreira. Também houve um sorteio, em que nove prémios atribuídos foram encabeçados por duas viagens a Portugal.
Irene Alves e toda a sua organização estão de parabéns. Tudo correu às mil maravilhas. O convívio ribeiragrandense da Nova Inglaterra é para continuar. Para o ano há mais. João Luís Morgado Pacheco assume a presidência para a vigésima oitava confraternização, com data a anunciar.