“OBRIGADO PELA AJUDA QUE ME EMPRESTASTE E DESCULPA QUALQUER COISINHA”

Quando o AUDIÊNCIA, em tom de desafio, me solicitou um depoimento sobre Eduardo Vítor Rodrigues, acedi de imediato e sem pensar que, afinal, era mesmo desafiante a tarefa, apesar da estimulação para o efeito.

Recorri ao baú das recordações e vieram à mente a obrigação diária que sua avó “Duzindinha” e a minha mãe “Norininha”, tinham de trocar as “fofocas”, por, naquele tempo, não haver outro meio que não fosse o de boca a boca e sem registo de qualquer comprometimento.

Era com enlevo que a Duzindinha falava dos seus netos, (como só os avós o sabem fazer), destacando, em particular, a opinião que lhe era transmitida quanto à aprendizagem do Vítor, na Primária e manifestada pelo seu Prof. Alberto Pedrosa.

Sim, recordo com saudade os laços de amizade com o seu pai e com todos os constituintes da chamada “5ª coluna do Paroquial”, onde pontificava a sua capacidade de organização de qualquer evento e, em especial, na organização do Passeio Caravana Automóvel.

Recordo o compromisso de vermos os jogos das nossas equipas de eleição, o CFOD e o FCP, vibrando com as suas vitórias ou entristecidos quando os resultados não nos eram favoráveis.

Seria fastidioso o dizer o quanto eram divertidas mas responsáveis as tarefas que nos eram impostas com a finalidade de darmos algo de salutar a favor dos que em nós confiavam.

Aquando do processo de Geminação Oliveira do Douro/La Reole, tivemos de organizar um grupo de jovens em representação de Oliveira do Douro nessa cidade francesa e o jovem que poderia capitanear esse grupo, não só pela sua capacidade, como pelo domínio da língua francesa, era o Vítor.

Aderiu ao nosso pedido e a partir daí, tornou-se preponderante a sua ação, forçando, inovando e alimentando cada vez mais o movimento associativo e cooperante.

Numa das nossas presenças em La Reole, nas comemorações do 14 de Julho, em Bordéus, na Rua Santa Catarina, o Eduardo Vítor questionou-me sobre a possibilidade da minha recandidatura à Junta de Freguesia, ao que lhe respondi que se estive disponível para cabeça de lista em eleição anterior, se o Partido entendesse recandidatar um outro que melhor pudesse servir, tinha de aceitar essa disposição. Contudo se entendessem pela continuação, veria como indispensável que o Vítor fizesse parte da minha Lista. Passados uns dias, o Vítor ligou-me a dar a sua disponibilidade para a eventualidade da minha recandidatura.

Nunca o questionei quanto às suas convicções políticas, mas sim, que o que desejava e apreciava era o seu interesse em servir a nossa comunidade.

Em boa hora ele se disponibilizou, pois, veio permitir o juntar a sua capacidade para a inovação, empreendedorismo necessários ao desenvolvimento duma comunidade.
Não foi fácil o derrubar de algumas barreiras que ao tempo se mostraram necessárias.

Eu, estava para os possíveis e para resolver as carências existentes e o Vítor estava para aprofundar o que o futuro de nós exigia. O êxito duma governação constrói-se com a boa vontade do que muitos nos podem dar. Os seus contributos foram fundamentais, até mesmo, para o pioneirismo de que se revestiram.

Como veem, é um depoimento sobre Eduardo Vítor Rodrigues que peca por não ser exaustivo, pois, não reflete minimamente tudo o que gostaria de ressalvar, mas, revejo-me no que por ele foi dito ao Noticias Magazine no Espelho Meu de Ana Tulha, com a sinceridade que se pode ver refletida.

1- “trabalho até à exaustão, acreditando no que é convicto, perseverante, teimoso”
2 – Leal, mas, frontal e defendendo os amigos nas suas costas, mas, corajoso no frente a frente, quando algo a apontar.
3 – Não concordando em muito do que diz “ver mal” e nunca vai ficar desmobilizado em algum tipo de insucesso ou da pequena traição, porque transporta em si a força suficiente para ultrapassar qualquer coisa de negativo.

Já agora. Parece que nunca lhe disse o que um amigo comum, sempre presente (Men. Fig.) dizia: “Obrigado pela ajuda que me emprestaste e desculpa qualquer coisinha”.

 

 

José Candoso, ex-presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro