OS MAIS VULNERÁVEIS

Na sociedade contemporânea, as exigências e os desafios colocados à população são muito diferentes daqueles que norteavam os nossos antepassados. A acompanhar os tempos modernos e o desenvolvimento surge o reverso da medalha – acentuam-se as desigualdades na distribuição de recursos e oportunidades. Assim, cabe aos governantes garantirem a proteção social daqueles que se encontram numa situação de especial fragilidade.

De entre todos os grupos que compõem a sociedade – infância, juventude, idade adulta e idosos -, os últimos são os que mais têm sofrido, dado que enfrentamos um problema intergeracional de aceitar os mais idosos como uma parte ativa da população. A verdade é que o apoio às pessoas idosas é dever dos governantes e das famílias, que devem assegurar a sua participação na comunidade, defender a sua dignidade e bem-estar e garantir-lhes o direito à vida.

Felizmente, o XIII Governo Regional dos Açores é sensível a estas (e a muitas outras) matérias. Através de políticas públicas marcadas por uma visão integrada e participada da Solidariedade Social, há várias medidas destinadas aos mais velhos. Realça-se, a título de exemplo, a melhoria da rede de equipamentos e serviços sociais de apoio a idosos, não só ao nível dos lares e residências, como também dos cuidadores formais e informais, de forma a privilegiar, tanto quanto possível, a proximidade e inserção dos idosos nas suas famílias e comunidades de origem. De um modo muito objetivo, em 2020, o financiamento das valências contratualizadas às IPSS e Misericórdias situou-se nos 70 milhões de euros, mas já no biénio 2021-2022, as comparticipações financeiras chegarão anualmente aos 74 milhões – um “aumento histórico” verificado na atualização do valor padrão das Estruturas Residenciais para a terceira idade. Para os idosos que fiquem com as famílias, há o conceito de “aging in place” que será operacionalizado, dando a possibilidade de os idosos continuarem a viver em casa e na comunidade ao longo do tempo, com segurança e de forma independente, através da constituição de um grupo de trabalho multidisciplinar de acompanhamento do plano de cuidados do idoso, bem como através do apoio financeiro ao seu cuidador informal.

A par destas medidas, há algumas vindas das autarquias. Um exemplo louvável é o que está projetado pela Câmara Municipal da Ribeira Grande – Serviço de Apoio à Pessoa Idosa (SAPI), que arrancará na sua plenitude em breve. Há, igualmente, o cartão municipal do idoso e os benefícios de que podem usufruir em termos do programa “Abem Dignitude”, bem como o acesso gratuito às aulas de hidroginástica, na senda do envelhecimento ativo.

Estes são apenas alguns dos exemplos de como há uma aposta significativa na valorização daqueles que nos deixam um importante legado. Em prol de uma sociedade mais humana, urge que se continue a fazer um planeamento social, familiar, económico e estrutural que inclua todos os grupos, sem exceção!