A Petruconstroi foi fundada há cerca de três anos pelo empresário Paulo Leitão e está sediada em Pedroso, em Vila Nova de Gaia. O proprietário falou, em conversa com o AUDIÊNCIA, tanto sobre a história e os objetivos da empresa, como sobre os obstáculos encontrados devido à proliferação da covid-19.
Para quem não o conhece, quem é o Paulo Leitão?
Eu sou um homem humilde, que vem de uma família humilde e que tem ganho tudo a pulso. Infelizmente, tivemos uma empresa que nos deu um trambolhão enorme, com a qual estamos a tribunal, porque nos ficou a dever milhares e milhares e milhares de euros e, aos poucos, conseguimos não falir e, aos poucos, estamos a tentar equilibrar o barco, mas não está a ser nada fácil e agora apareceu o novo coronavírus e piorou ainda mais a situação. Todavia, vamos tentar continuar a lutar gradualmente.
Qual é a história da Petruconstroi? Quando foi fundada?
A Petruconstroi nasceu da nossa antiga empresa, que se chamava Aniferpal e que não está fechada, apenas cessou a atividade, porque está em tribunal com outra empresa que nos deve milhares de euros. Assim, a Petruconstroi surgiu da necessidade de evitarmos ter problemas no mercado e inspiramo-nos na corrida Petrus Run, que se realiza em Pedroso para criarmos o nome da empresa. A Petruconstroi tem apenas três anos de existência e, aos poucos, está-se e afirmar no mercado.
Quais são os principais objetivos desta empresa?
A Petruconstroi é especialista em remodelações. Nós trabalhamos com uma multinacional, para a qual fazemos lojas de raiz em 15 dias e estamos mesmo vocacionados para isso, o nosso forte são mesmo as remodelações e os projetos de raiz. Mas nós também fazemos habitações, nós usamos a multinacional como referência, porque ela tem em Portugal 184 lojas e das 184 lojas, cerca de 160 foram feitas por nós e continuamos a fazer.
Quem são os principais clientes?
Posso divulgar alguns, não vou falar em particulares, porque é um pouco complicado, mas posso referenciar as obras que eu fiz no Restaurante Tainha, no Restaurante 5 amigos e em muitos restaurantes de referência em Pedroso. Recentemente fizemos alguns trabalhos para a Junta de Freguesia de Pedroso, para a Junta de Freguesia de Mafamude e para muitos particulares.
Como surgiu a sua paixão pelas remodelações?
Isto é engraçado, porque eu quando comecei eu trabalhava numa empresa familiar, também, que era de uns tios meus e era especializada na área da pintura, e quando eu me lancei sozinho, eu comecei a fazer só pintura, mas depois, atrás da pintura começaram a pedir-me uma parede em pladur, uma parede em tijolo e depois remodelar uma casa de banho e, então, eu comecei a ver que tínhamos de evoluir e aos poucos evoluímos e agora fazemos tudo, mesmo assim ainda tenho alguns subempreiteiros, de trabalho de carpinteiro, picheleiro e serralheiro subcontratado, porque o resto somos nós que fazemos.
Qual foi a obra mais importante para si?
Foi a tal obra com que demos um trambolhão, mas aos poucos eu acho que vamos recuperar, porque foi uma obra de 1,2 milhões de euros em Lisboa, para uma multinacional, cujo nome não posso dizer, mas é uma agência de viagens muito conhecida, para a qual fizemos todos os escritórios em Linda-a-Velha.
Que obras tem em mãos neste momento?
Neste momento, temos quatro particulares que cancelaram os trabalhos quando surgiu o novo coronavírus, mas que, em princípio, vão retomar os trabalhos no início de junho. Fora isso, neste momento, estou a fazer um restaurante, cujo nome não posso divulgar, que se localiza em Pedroso e que, para mim, vai ser o restaurante mais chique, mais moderno, mais futurista que vai existir em Pedroso.
O Paulo Leitão afirmou que algumas obras que iam ser realizadas pela Petruconstroi foram canceladas devido à proliferação da covid-19. Que medidas implementou tendo em vista a proteção dos seus funcionários e clientes?
Quando a covid-19 chegou a Portugal, nós andávamos a fazer duas lojas para a multinacional para a qual trabalhamos e, automaticamente, uma loja foi logo cancelada a outra, que se localiza em Vila Real, foi concluída por nós. Para além disso, também quatro particulares, que eu referi anteriormente, também cancelaram logo de imediato os trabalhos, porque estamos a falar de habitações. Na altura, ficamos um bocadinho paralisados e nem sabíamos muito bem como é que haveríamos de gerir a situação, assim, tivemos em lay-off durante trinta dias e, depois, gradualmente, começamos a relançar-nos, mas ainda tenho alguns trabalhadores em lay-off parcial. Relativamente às medidas, nós, no que respeita as lojas fechadas, apenas mobilizamos uma especialidade de cada vez, por exemplo, quando ia o carpinteiro não estava lá mais ninguém, quando ia o pintor também não estava mais ninguém, quando ia o trolha também não estava mais ninguém, ou seja, não havia o cruzamento, nem o ajuntamento entre especialidades. Para além disso, os funcionários trabalham sempre de viseira e máscara, essa foi uma medida que adotámos logo desde o início. No que concerne a lavagem das mãos, nós tivemos de pedir aos clientes que nos disponibilizassem um local específico para o efeito, onde colocamos sabão e gel desinfetante, porque em muitas obras não temos água. Fomos nós que disponibilizámos máscaras, viseiras e gel desinfetante aos nossos colaboradores.
Quais são as suas perspetivas para o futuro?
Vamos ver o que o futuro nos reserva. Eu estou convencido que nós vamos ganhar a causa em tribunal, mas agora com o novo coronavírus nós não sabemos como é que nos vamos adaptar, todavia eu acredito que o número de infetados vai abrandar e que as pessoas vão voltar a aceitar-nos a trabalhar nas suas habitações. Contudo, o nosso receio para o futuro está relacionado com a possível segunda vaga do novo coronavírus, porque se isso acontecer, eu acredito que as pessoas vão ter receio, principalmente os particulares, e, a nível económico, as pessoas vão ter receio de investir e não vai ser fácil, mas eu acredito que vamos ultrapassar isso.